Cap.11 "Do you care if I don't know what to say?" (There Is - Box Car Racer)

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O impacto que eu e Betty causamos no primeiro dia foi pelo menos cinco vezes menor no segundo, embora as zombarias continuassem as mesmas, se não maiores. Ela, ao contrário de mim, parecia se importar um pouco, ou muito, com isso. Todas as vezes que alguém gritava uma coisa qualquer ela apertava meus dedos com força e se encolhia cada vez mais.

- Eles não se cansam nunca? - Ela murmurou, incomodada. Eu sorri e lhe beijei o topo da cabeça.
- Ignora, Betty. Já ouviu dizer que a felicidade alheia incomoda? - Ela assentiu e sorriu para mim. - Então, é isso. - Beijei sua mão e passei pelo gramado.
- Seus amigos? Você conversou com eles? - Ela perguntou, olhando-me.
- Sim, eles não se metem na minha vida pessoal, eu gosto de você, eles têm que aceitar isso. Vão aprender a gostar de você. - Pisquei para ela, que sorriu confiante e parou comigo ao lado da mesa.
- Bom dia. - Eu disse, animado, eles me olharam empolgados.
- Oi, Jughead, oi, Betty. Dude! Nós vamos tocar no Vogue! - Fangs disse tudo isso rápido demais, fiquei apenas parado, encarando-o.
- Você não está falando sério, está? - Eu falei, sentindo meu coração disparar. Meu sorriso enlargueceu, mas meus olhos eram incrédulos.
- Eu estou, cara, eu estou! - Gritou, subindo no banco e pulando em cima de mim. Nós começamos a pular feito dois idiotas, ele pendurado no meu pescoço, com as pernas em torno da minha cintura, seria gay se não fosse um momento tão incrível.
- Eu não acredito, eu não acredito. - Eu gritava rindo estupidamente. Joguei Fangs para longe e abri os braços. - É o Vogue, porra! - Eu gritei e soltei uma gargalhada sincera e contente.
- Espera, espera eu terminar de falar. - Fangs disse, ofegante.
- Não, não! - Sweet Pea disse e subiu na mesa. - Eu falo. - Disse, colocando a mão sobre o peito. Eu o encarei rindo, assim como as pessoas que nos encaravam, aglomerando-se próximas a nós. - Esta noite o McFly irá tocar no VOGUE. - Sweet Pea gritou e pôde-se ouvir gemidos surpresos e contentes. - E mais... Tem mais... - Ele assentiu e ergueu uma mão para o alto, meu coração saltava depressa, eu estava curioso. - Vão ter olheiros lá, e eles estarão aí só para nos ver. - Ele quase gritou, eu arregalei meus olhos e minha boca escancarou, eu e Fangs nos entreolhamos e começamos a gritar, antes de nos abraçarmos outra vez para pularmos mais um pouco. Dessa vez, Sweet Pea se uniu a nós e logo Archie também estava nas minhas costas.

A verdade é que, embora a banda fosse o que queriamos para o futuro e nós tivéssemos certeza disso, depois de termos sido ignorados por algumas bandas em audições diferentes e não termos sido aceitos para uma gravadora a primeira vez que nos apresentamos, perdemos um pouco o entusiasmo e paramos de levar tão a sério, pois a decepção nos deixou sem expectativas. Exceto para Fangs, que sempre dedicou-se inteiramente a isso, mas, agora que tínhamos esperança de sermos aceitos por agentes, sem dúvida isso me fez sentir renovado, totalmente pronto para estar lá e mostrar a todos que nos viraram as costas que nós podemos e vamos crescer, com ou sem a ajuda deles.
As pessoas nos cumprimentavam como se já estivéssemos contratados. Senti um peso me desequilibrar um pouco. Eu ri e coloquei as mãos nas costas da garota, podendo sentir seu cabelo macio enroscar em meus dedos, opa... Cabelo solto? Eu sorri sem graça para Jessy, que estava com as mãos para o alto, os seios na altura do meu rosto, quase saltando para fora da camisa. Eu tentei soltá-la, mas suas pernas estavam presas firmemente em torno da minha cintura e não permitiram que eu a colocasse no chão. Eu olhei para o lado e vi Eizabeth me olhando, sorriu sem vontade e eu fiz o mesmo. Jessica me deu um beijo estalado na bochecha e se soltou de mim, dizendo o quanto torcia por nós. Cumprimentei mais algumas pessoas e me acerquei de Eizabeth, ela estendeu os braços na minha direção e eu a abracei pela cintura, erguendo-a do chão e girando-a no ar. Nós dois rimos e nos entreolhamos.

- Tomara que dê tudo certo. - Ela murmurou, segurando-se em meus ombros.
- Vai dar se você estiver lá comigo. - Eu chantageei e ela se soltou devagar de mim, olhando-me.
- Não acho que... meu pai irá deixar. - Ela disse sem jeito.
- Mas você vai tentar, não vai? - Disse, esperançoso, e ela assentiu, sorridente.
- Jughead... a diretora está procurando por você. - Ouvi James dizer, virei-me para ele, que sorria vitorioso.
- Oh, não. - Eizabeth resmungou, segurando meu pulso com força, como se quisesse me impedir de fazer algo. Apenas balancei a cabeça para James e me virei para ela.
- Eu vou lá.
- Não, Jughead, ela vai te castigar por ter saído correndo ontem! - Disse rápido, segurando-me com força, eu sorri.
- Tudo bem, Betty, não é a primeira vez que eu vou para a diretoria. - Ela me olhou compadecida. - Hey, amor. - Ela pareceu surpresa e eu sorri. - Você gosta? - Ela assentiu timidamente. - Eu vou lá. Não se preocupe, tudo vai ficar bem.
- Está bem. - Ela disse e suspirou. Eu sorri e dei as costas, caminhando em direção ao refeitório. - Jughead! - Ela me gritou e eu virei para trás, ela sorriu e correu até mim, abraçando-me pelo pescoço com força e colando os lábios nos meus, beijando-me rápida e intensamente.
- Uuuuuh. - Ouvimos os murmúrios, mas nada os fez parar, então trocamos um selinho e eu me afastei, sorrindo para ela.

Betting Her - Adaptação BugheadOnde as histórias ganham vida. Descobre agora