Cap.53 "With your pretty mouth, laughing with your broken eyes" (The Corrs)

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Prendi a respiração, sem saber ao certo o que fazer naquele momento. O que eu deveria dizer? Contar tudo e vê-la torturar-se por ter bebido demais àquela noite a ponto de não afastar James? Eu conhecia Betty, e eu sabia quão suja ela se sentiria caso tomasse conhecimento do que realmente aconteceu, mas eu não podia admitir a culpa e entregar os pontos mais uma vez. Era sentimento demais pra sacrificar.

- Por que não falamos sobre coisas boas? - Perguntei, encolhendo meus lábios em seguida.
- Porque agora é sobre o que eu quero falar. - Irredutível, sorri e assenti, vendo-a livrar-se dos sapatos, encolhendo as pernas sobre o assento.
- Até onde se lembra?
- Claramente? - Riu - Até o momento em que você quebrou o violão que eu te dei, e depois é como se houvessem lacunas, sabe? Me lembro de estar com Chuck em algum lugar, e então você chegou, e mais tarde estávamos conversando, você e eu, Veronica me buscou lá e me levou até a piscina principal, ficamos lá um tempo, nós três, eu, ela e Chuck... - Ela parecia esforçar-se para lembrar, enquanto meu estômago revirava, ansioso e enojado pelo fim da história, o qual ela não conhecia - Veronica disse que ia buscar algo doce pra mim, Chuck e eu, nós ficamos lá um tempo, não sei quanto tempo, esperando Veronica, e então ele disse que podíamos dar uma volta para talvez encontrá-la, e então tudo o que sei é que acordei... Do seu... Na sua cama. - Foi difícil para ela dizer ter que dizer aquilo. Foi difícil pra mim ter que ouvir aquilo.
- Era quase de manhã quando vi você com Chuck, passando muito mal, então te carreguei no colo até o meu apartamento, te dei um banho, por isso você estava com a minha roupa, e te deixei dormir na minha cama, me deitei junto para o caso de você voltar a passar mal, e acabei adormecendo...
- Jughead... Eu tinha chupões por todo o meu pescoço...
- Não fui eu! - Me defendi, interrompendo-a - Não-fui-eu. - Repeti, pausadamente, com os olhos cravados nos seus, na tentativa de convencê-la - Você e Chuck ficaram muito tempo juntos naquela noite, ele provavelmente não poupou esforço na tentativa de te levar pra cama, Elizabeth, mas não fui eu. - Ela parecia desconcertada com a minha convicção, respirei fundo e esfreguei meu rosto.
- Chuck... Ele estava desfigurado no dia seguinte...
- Aquilo fui eu. - Meu tom de voz ainda soava orgulhoso – Eu faria tudo outra vez se o visse com você bêbada daquele jeito. - Voltei a olhá-la, parecia surpresa pela minha honestidade, eu queria contar tudo naquele momento, mas perdi a coragem - Olha, você ao menos se lembra o que conversamos antes da Veronica ir te buscar?
- Um pouco. - Admitiu com honestidade.
- Eu jamais estragaria tudo... Eu jamais faria algo pra te desagradar sabendo que você me daria uma chance de esclarecer as coisas no dia seguinte. - Falei, com meus olhos fixos nos seus, que brilhavam mareados - Eu nunca faria aquilo, de qualquer maneira, e eu não exijo que você acredite em mim, eu mesmo não acreditaria depois do que tentei fazer na noite anterior àquela... - Ela engoliu em seco, pude observar, voltando seu olhar para as próprias mãos - Eu estava tão bravo naquela noite, tão decepcionado com você, mas isso não justifica o que eu fiz, e eu sei disso, Betty...
- Você me assustou naquele dia...
- Eu sei... - Minha voz saiu como um sopro, e então esfreguei meu rosto com mais força, levando meus cabelos pra trás, em seguida - Eu sei disso, eu também fiquei assustado comigo mesmo... Não era eu.
- Eu sei. - Betty murmurou, fungando de leve - Por isso eu tive medo, porque em você eu confio, mas não na pessoa que você se tornou naquele momento... - Estiquei minha mão e toquei seu rosto, acariciando sua bochecha com calma.
- Me desculpe por isso? - Pedi, vendo seus olhos se fecharem e sua cabeça pender em minha mão, cedendo ao meu afago.
- Sim.

Estranho como quando o perdão é sincero, nós sentimos isso de alguma maneira. Elizabeth parecia ter tirado com a mão parte de todo o rancor que eu tinha de mim mesmo por causa daquela noite. Eu mal podia expressar meu alívio, apenas pressionei meus lábios nos seus, macios, quentes. Senti meu rosto amparado por ambas suas mãos, gélidas, pequenas... Mantive minha boca na sua, desejando com toda minh'alma que aquele momento durasse pra sempre. De maneira clichê. Eu realmente quis que ficássemos juntos pelo resto dos meus dias, pois a sensação que me perpassava era a de que eu nunca mais poderia me sentir daquela maneira com outra pessoa.
Betty afastou-se minimamente, seus olhos, ainda mareados, passearam por meu rosto enquanto um sorriso suave surgiu em seus lábios. Seu polegar, delicadamente, delineou minha boca, uma carícia tão leve que se tornava quase imperceptível, se eu não estivesse com os sentidos tão aguçados pela ansiedade de tê-la ali, novamente entre meus braços. Ela continuou o caminho com a ponta do dedo, contornando minha bochecha, uma, depois a outra, meu queixo, o maxilar... Fechei meus olhos, e continuei a sentir, mais intensamente... Sobrancelha, olhos, nariz. Seus lábios, trêmulos, substituíram a função do polegar, arrastando-se suavemente pelo meu rosto, distribuído beijos pela minha pele, instantaneamente aquecida por sua presença. E então novamente: bochechas, pálpebras... Um arrepio e outro ao passar pelo queixo... Testa, a ponta do nariz, me arrancando um riso leve, frouxo. Meu coração disparou de antecipação, sua respiração mesclando-se com a minha, seu hálito soprando meus lábios esperançosos, breves segundos antes de começarmos a nos beijar preguiçosamente.
O tempo que estivemos afastados se dissipava a cada movimento leve de nossas línguas, a cada investida de nossas bocas. Ainda era a mesma coisa, o mesmo encaixe, e de repente fui capaz de acreditar, novamente, que nada nunca poderia nos afastar, por mais longe que estivéssemos. Algo nela pertencia à mim, e algo meu também pertencia à ela... Meu coração, e a razão do meu sorriso mais sincero.
Mordisquei seus lábios, queixo e pescoço, sentindo-a estremecer sob minhas mãos, que acariciavam ora sua cintura, ora suas costas, inclinada em minha direção. Segurei seu quadril e, da maneira como pude, tentei trazê-la pra mais perto, colocando-a sobre minhas coxas. O assento, embora não muito espaçoso, era o suficiente para que ela apoiasse os joelhos e encaixasse, perfeitamente, meu corpo entre suas pernas.
Enquanto beijava sua boca, batalhava contra meu instinto vivo e sagaz que pretendia rasgar seu vestido e o que mais me impedisse de estar junto dela. Cuidadosamente, baixei o zíper em suas costas, e tentando manter a mesma delicadeza falha, baixei as alças por seus ombros, até seus braços estarem livres. Senti seus lábios provocarem meu tesão, acariciando minha orelha com a língua. Agarrei o tecido de seu vestido com a força que eu queria usar para estocar meu membro dentro dela. Me controlei, enquanto suas mãos agitadas desabotoavam minha camisa, deixando-a abaixo dos meus ombros para que eu mesmo terminasse. Quase não consegui, desconcentrado pela caricia enérgica de suas mãos em meu abdômen, completamente contraído.
Retirei seu vestido, sentindo-a abrir minha calça ao mesmo tempo em que retribuía avidamente meu beijo. Tínhamos pressa, urgência... Tínhamos tanta saudade um do outro que não podíamos mais perder tempo, já bastava todos aqueles dias sem poder nos tocar, nos beijar, mal nos olhar.
Sua língua, perspicaz, contornou a minha antes de sugá-la e arrancar um suspiro sonoro de mim, quase exigindo que eu terminasse logo com aquilo. Ou era meu desejo veemente que me induzia a acreditar nisto.
Soltei os pequenos colchetes de seu sutiã e deixei que ela mesma dispensasse a peça. Sem me preocupar com qualquer outra coisa, alcancei um de seus mamilos com a boca, distribuindo alguns beijos ao redor dele antes de delineá-lo com a ponta da minha língua. Massageei o outro livremente, sentindo-o preencher minha mão. Elizabeth arqueava suas costas e suspirava mais alto a cada sucção que eu fazia, por mais delicada que fosse. Arrastei uma de minhas mãos até sua intimidade quando notei que, por mais auto controle que eu tivesse, eu estava pronto há algum tempo, e eu precisava fazê-la alcançar meu nível de desejo antes que eu não conseguisse mais suportar o meu.
Afastei a meia calça e comecei a tocar sua intimidade por sobre o tecido gélido e macio de sua calcinha branca. Senti suas mãos agarrarem meus braços, suas unhas enterravam-se mais conforme meus dedos trabalhavam, sentindo o inchaço e a umidade cada vez maior, mesmo através do tecido. Meu membro pulsava antecipadamente dentro da boxer, querendo rasgar o algodão, eu quis rasgá-la da mesma maneira, por pior que isso soe... Elizabeth afastou os lábios dos meus e seus olhos me disseram o quanto eu estava errado, enquanto, entre meus dedos, o tecido fino e delicado de sua meia-calça se desfazia, abrindo uma fenda desde sua cintura até seus pés, era tão fácil e prazeroso ver aquele pedaço de pano preto aos farrapos... e era ainda melhor e mais bonito ver suas coxas expostas, claras como porcelana, porém macias como veludo.
Boxer e calça na altura dos joelhos, os lábios de Betty brincando de devorar meu pescoço e, sua mão envolvendo meu membro de maneira gentil, me proporcionando um prazer tão intenso que eu não conseguia se quer parar de tremer para conseguir abrir a embalagem do preservativo entre meus dedos enfraquecidos. Deitei a cabeça pra trás, deixando claro minha desistência depois de tanto insistir, em silêncio, que ela me desse um segundo para rasgar o pequeno plástico no dente. Ela não me atendeu, mas tomou a camisinha de mim para abrir por conta própria. Acompanhei seus gestos, sentindo meu corpo vibrar de tesão quando suas mãos voltaram a me tocar, deslizando o plástico lubrificado pelo meu pênis, rígido o suficiente para o que estava por vir.
Elizabeth ergueu seu quadril e eu segurei meu membro, ajudando-a na penetração que não foi demorada, apenas aconteceu. Tão fácil, íntima e prazerosa, como tudo que envolvia nosso sexo. Seu corpo movia-se sobre o meu, timidamente num primeiro momento. Sinuosamente, desde a glande até a base, para depois atingir a velocidade e a precisão perfeita. Minha respiração entrecortada e a maneira como nos buscávamos com ardor, não permitia que um beijo se mantivesse completo, mas nossas línguas se procuravam, se envolviam, transavam por conta própria.
E então aconteceu, pouco tempo depois, o tesão e o prazer se desprendiam de cada cédula do meu corpo, excursionando até minha virilha, concentrando-se ali para em seguida jorrar em forma de gozo. Agarrei suas coxas, que tremiam violentamente, alisando-as e massageando-as enquanto ouvia seus grunhidos altos, sedutores, e sentia seu quadril se empurrar contra o meu de maneira entrecortada até finalmente perderem a força. Seu corpo caiu lânguido sobre o meu, seus lábios ressecados pressionaram minha boca, e minha língua rapidamente buscou abrigo, iniciando um beijo um tanto quanto ofegante. Foi assim que permanecemos por incontáveis minutos. Nos beijando, enquanto nosso corpo, ainda completamente em contato, dizia um ao outro o quanto haviam sentido falta daquela intimidade.

Betting Her - Adaptação BugheadOnde as histórias ganham vida. Descobre agora