Cap.6 "She's perfect, so flawless, I'm not impressed" (John Mayer)

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- Meu estômago. - Ela sussurrou e eu arqueei as sobrancelhas, olhando seus olhos assustados. - Está revirando. - Falou mais baixo, olhando para o lado, como se estivesse me confidenciando um segredo, eu sorri.
- Algum problema? - Eu perguntei baixo, respeitando a atmosfera que ela havia criado.
- Não... sei. - Mordeu o lábio e me olhou. - Nunca acontece. - Murmurou e colocou a mão sobre o estômago, ela estava nervosa, visivelmente tensa.
- Costuma acontecer quando... eu gosto de uma garota. - Eu disse encarando-a. - E eu também estou assim agora. - Eu murmurei, desviando meus olhos de seus para sua boca, ela corou e sorriu de lado.
- Isso quer dizer que eu gosto de você? - Ela sussurrou sem me olhar.
- Você gosta? - Eu perguntei, acariciando sua bochecha com o polegar.
- Eu acho que sim. - Disse quase inaudivelmente, eu lhe sorri e virei seu rosto em minha direção para em seguida beijá-la, nova e carinhosamente.

Eu não sabia por que estava agindo daquela maneira, eu queria me enganar dizendo que estava fazendo aquilo só para que ela cedesse de uma vez, mas bem lá no fundo eu sabia que estava sendo espontâneo, desde minhas palavras até minhas atitudes. Eu não menti quando citei sobre meu estômago, apenas quando afirmei que isso acontecia quando eu gostava de uma garota, afinal, eu nunca tinha me sentido assim antes, talvez fosse a situação, ou talvez eu não quisesse admitir, mas ter mantido aquela aposta era uma desculpa para eu estar ali, com ela em meus braços.
Elizabeth desdobrou as pernas e as deixou repousar no estofado. Sem descolar os lábios dos seus, eu me arrastei para um pouco mais perto e acariciei sua cintura com o polegar, movendo-o em círculos lentos pelo osso saliente de seu quadril, levantando brevemente a blusa naquele espaço. Ela puxou um pouco mais meu cabelo e eu pude sentir seus poros eriçados sob meus dedos, o que demonstrava seu arrepio, deixando-me saber que ela estava gostando. Deixei minha língua contornar seus lábios para depois voltar a beijá-la. Eu podia senti-la ofegante, e suas mãos já não se contentavam em massagear meus cabelos, ela agarrava mechas grandes e as puxava, creio eu que era involuntário, mas me estimulava bastante.
Eu quebrei o beijo e a encarei por alguns segundos. Ela não abriu os olhos, talvez estivesse envergonhada. Coloquei seu cabelo para o lado e umedeci os lábios antes de dar o primeiro beijo em seu pescoço. Ouvi-a soluçar assustada, pude ver sua pele extremamente arrepiada e sorri diante da reação que eu causei nela. Ela não fazia ideia do quanto aquilo estava me deixando louco. Mesmo com seu pescoço ligeiramente encolhido, eu ainda conseguia distribuir alguns beijos úmidos por ali. Ela estava com as mãos nos meus ombros, agarrada à minha camisa. Suas pernas inquietas esbarravam nas minhas, eu já estava quase me virando todo sobre ela, mas talvez se eu o fizesse ela fosse me barrar.
Afagando seus cabelos, eu ainda beijava-lhe o mesmo pedaço de pele no pescoço, sem espaço para excursionar por ali. Passeei com os dedos por suas costas, ousando sentir sua pele abaixo da camiseta fina. Ela se contorceu um pouco e eu pude ouvir um suspiro intranquilo escapar por seus lábios logo antes de ela deitar o pescoço para trás e empurrar o corpo para frente, de encontro ao meu. Com livre acesso, eu deslizei os lábios entreabertos por sua garganta, deixei uma mão pousada no centro de suas costas, suspendendo seu corpo que já estava quase deitado no sofá. Suas pernas estavam largadas sobre uma das minhas, suas panturrilhas caídas entre as minhas. Em uma posição favorável, eu estiquei minha mão e toquei seu joelho, não faço ideia de onde estava a saia que deveria estar cobrindo-o, mas comemorei internamente o fato de não estar ali. Desenhei mil coisas abstratas com a língua em sua garganta, às vezes eu a ouvia gemer baixinho, quase inaudivelmente. Sua respiração totalmente falhada denunciava o quão vulnerável ela estava diante das minhas carícias, eu adorava isso nela. Passei os dedos por dentro de sua meia, acariciando a parte de trás de sua panturrilha. Ela se encolheu toda e resmungou alguma coisa que eu não consegui entender. Encostei os lábios em sua orelha, contornando-a com a língua vagarosamente. Senti pela primeira vez as unhas de Elizabeth por cima da camisa do uniforme, ela as pressionou com a mesma força com a qual apertou as pernas em meu colo, empurrando o tronco para trás, com a cabeça encostada no sofá. Deus, ela estava adorando, e se eu continuasse certamente ela me permitiria ir além daquilo, mas eu não faço ideia do motivo pelo qual comecei a diminuir o ritmo do que fazia, até parar completamente.
Elizabeth se afastou de mim tão rápido que eu nem percebi, logo estava encolhida no sofá com os olhos pregados na TV outra vez, os braços finos e frágeis em torno dos joelhos cobertos novamente pela saia. Eu podia ver a trilha de saliva que eu havia deixado em seu pescoço, mas em sua testa e na raiz de seu cabelo não fui eu quem deixei. Embora também fosse minha culpa, ela estava transpirando. Suas bochechas rosadas e os lábios inchados e avermelhados como eu nunca havia visto, ela estava arfando e eu podia jurar que estava tremendo também.
Virei-me devagar para a TV e puxei discretamente uma almofada até meu colo, mantendo as pernas afastadas e tentando pensar em algo que acalmasse meus hormônios e baixasse o volume que tornava minha calça apertada demais. Passei a mão pelo cabelo e descansei o braço atrás da cabeça, sentindo minha respiração voltar a sua ordem aos poucos.

Betting Her - Adaptação BugheadOnde as histórias ganham vida. Descobre agora