Capítulo 50 - Onde residem os bons corações...

219 20 20
                                    

"Espere-me onde as árvores limpam e a água é doce. Eu vou até você, claro, tão certo quanto o amanhecer faz as sombras correrem para o oeste."

(Stephen King – As Terras Devastadas, A Torre Negra, vol. III)

Passaram-se os dias em West Sayan, num ritmo preguiçoso que se tornou normal depois que as coisas entraram nos eixos. O pequeno Gohan, agora já um menino de seis anos, entrou correndo na delegacia com o almoço do pai e de Vegeta.

– Boa tarde, papai, Boa tarde senhor Vegeta! – ele entregou as duas enormes marmitas para Goku, que disse, ao sentir o peso do pacote:

– Ei, você está fortinho. Porque a sua mãe não trouxe o almoço e mandou você? – ele entregou a marmita de Vegeta, enrolada como a dele num guardanapo de pano e o outro abriu. Imediatamente o cheiro bom de linguiça frita com feijões encheu o lugar.

– É que ela está ajudando a Bulma com o vestido de noiva, papai. Ela disse que o senhor Vegeta não pode ver o vestido de jeito nenhum, então foi provar lá em casa...

– Hunf! – Disse Vegeta, carrancudo – como se eu fosse querer saber o que ela vai usar no nosso casamento. Não sou assim tão curioso.

– Verdade – disse o menino – a Bulma disse que você prefere vê-la sem roupa e a mamãe brigou com ela por dizer isso na minha frente – disse o pequeno, disparando pela porta e dizendo: – Tenho que ir para a escola.

Vegeta e Goku se entreolharam e deram uma gargalhada.

– A Chichi deve ter dado um ataque porque ela disse isso na frente dele – ria-se Goku. Mas eu já disse que não vamos poder esconder dele o que é esse tipo de coisa para sempre – ele disse e abriu sua marmita, com evidente prazer.

– A comida da sua mulher é a melhor Kakarotto! – o outro disse, de boca cheia. – que bom que ela concorda e fazer para nós dois. Não me esqueça te pagar no fim do mês.

Goku concordou com a cabeça e perguntou:

– Então, como é estar do outro lado da lei?

Vegeta parou um pouco, refletindo, antes de dizer:

– Diferente. Mais tranquilo, acho. Não me sinto mais como alguém que precisa olhar constantemente por cima do ombro para ver se tem alguém me seguindo. E nessa cidade quase nunca acontece...

Sheriff, sheriff ... una confusión en la mina. ¡Dos hombres queriendo matarse! ¡Necesitamos su intervención! – um dos imigrantes que trabalhava como mineiro na cidade entrou correndo na delegacia, procurando por Goku, que imediatamente largou a comida de lado e pôs o chapéu na cabeça.

– Mas quando acontece alguma coisa – ele disse – é sempre na pior hora, não é mesmo?

Os dois homens montaram em seus cavalos e rumaram para a mina. Pequenas confusões como aquela sempre aconteciam.

***

Mais tarde, já em casa, Goku partiu para sua décima tentativa de soltar o cavalo que um dia pertencera a Tenshin. O sol ia descendo lentamente no Oeste e o cercado onde Kihoho e Nuvem pastavam estava iluminado pelos últimos raios alaranjados. Ao pôr do sol, o pelo dos dois cavalos brilhava, a longa crina dourada de nuvem tremulando na brisa leve. Goku abriu o cercado e deu um assobio.

Imediatamente, Kihoho veio ao seu encontro, e ele entregou ao cavalo uma maçã, que ele devorou em uma dentada, cheirando a mão do xerife em seguida. Goku sorriu e disse:

– Bom garoto, Kihoho, bom...

Nuvem deu um relincho irritado, como que demonstrando ciúmes, e Goku sorriu.

West SayanOnde as histórias ganham vida. Descobre agora