Capítulo 34 - Quando sopra o Vento Norte

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"Somos ka-tet, somos um feito de muitos"

(Stephen King – A escolha dos três – A Torre Negra, volume II)

Durante três ou quatro dias, não se falou mais nada na cidade: Bulma Briefs certamente tinha ficado louca. Por que uma mulher se vestiria com calças compridas e camisas masculinas? As velhas intrometidas foram à loja do Oolong tomar satisfação com o coitado por ter vendido aquela indecência à mulher, que já não era muito bem falada por ser a única divorciada da cidade, mas a própria Bulma apareceu e as enxotou, mandado tomarem conta da vida dela.

Vegeta não podia deixar de se espantar com aquilo. Uma ou duas vezes ele vira Kale e Caulifla vestirem-se de homens para aplicar algum golpe, mas Kale ficava parecendo um menino de onze anos, porque era magrinha e reta, enquanto Caulifla passava facilmente por um adolescente quando escondia o cabelo no chapéu. Mas o resultado de Bulma em roupas masculinas era completamente diferente.

Era de se esperar que despida dos vestidos longos e dos espartilhos e com os cabelos curtos, Bulma estivesse parecendo bruta e masculinizada, mas, ao invés disso, ele passara a achá-la ainda mais atraente. As calças mostravam os quadris redondos, em forma de coração e as pernas bem torneadas, como ela precisava usar um cinto para que o cós não descesse, já que ela tinha a cintura mais fina que a das calças, ela adquiria uma forma de violão. E ele podia imaginar, pela gola da camisa, o vão entre os seios redondos, que ficavam realçados graças aos porta-seios franceses que ela comprara de Oolong, já que corpetes estavam fora de cogitação.

Aquela Bulma, com os cabelos azuis curtíssimos e os olhos ainda mais determinados era para ele ainda mais desejável que a viuvinha falsamente tímida que ele conhecera em Nova Sadala, mas ele precisava pôr sua cabeça no lugar, afinal, tinham um objetivo e ele começava a ficar impaciente com a demora em partirem. Quanto mais tempo ficasse preso com ela naquela casa, mais nervoso ficaria. Pelo menos o ferimento no seu ombro estava quase cicatrizado, considerando que perdera, no entanto, força, rapidez e precisão no braço direito.

Quase dez dias depois do encontro dos dois com Freeza, Goku finalmente apareceu na casa de Bulma ao anoitecer, um pouco desanimado:

- Vegeta, eu quero muito sair nessa busca, mas ao contrário de você, não tenho um cavalo.

- Arranje um!

- Não é tão fácil. Com o senhor Kame morto, o estábulo dele foi fechado, as pessoas estão cuidando dos seus cavalos como podem... e sem ninguém para cuidar do estábulo, não aparecem vendedores de cavalos. Eu vou ter que conseguir um cavalo selvagem, ou pegar um emprestado.

- Mas que droga, Kakarotto. Bulma pelo menos você tem um cavalo?

- Lógico que eu tenho.

- Empreste então a Kakarotto, você fica e nós dois vamos.

- Vai sonhando. Por que você não telegrafa para o Hitto e pede um cavalo? Você é xerife.

- Eu não posso pedir um cavalo e logo depois pedir licença para resolver "problemas particulares" que é o que eu vou fazer.

- Mas que droga, Kakarotto – disse Vegeta – nós não temos como sair por aí voando, então, dê um jeito de arranjar um maldito cavalo.

Goku suspirou. Havia passado anos e anos caçando cavalos selvagens e os domesticando, mas ali não era muito fácil encontrar um. Subitamente, ele teve uma ideia. Sabia quem podia conseguir um cavalo para ele.

- Eu posso pedir a Tenshin para caçar um cavalo para mim, ele também fazia isso antigamente. E com alguns dias, eu posso domá-lo.

- O que significa mais e mais dias aqui – rosnou Vegeta.

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