Capítulo 24 - O destino não brinca!

119 11 2
                                    


"Um pistoleiro conhece o orgulho, aquele osso invisível que mantém o pescoço rígido".

(Stephen King – O pistoleiro – A torre negra, volume !)

As areias do tempo fluíram e cinco anos se passaram. Um novo e promissor veio de cobre nas encostas da Montanha Frypan foi encontrado e uma nova mina foi aberta pelos antigos prospectores. West Sayan cresceu e faltavam apenas alguns meses para a estação ferroviária ser inaugurada. A força militar cogitava construir até mesmo um forte nos arredores da cidade.

O sol se punha numa tarde de fim de verão e Lunch encontrava-se atarefada na área externa atrás do saloon, batendo um enorme tapete de pele de cervo e usando um pano amarrado no rosto para protegê-la da poeira que ia se juntando numa nuvem castanha em volta do tapete pendurado. Queria levar logo o monstrengo para dentro, porque, assim que o sol se pusesse, os trabalhadores da mina chegariam para começar a beber. As mulheres do bordel ao lado do saloon apareceriam para entreter os trabalhadores. Seria mais uma noite longa e comum para ela...

Lunch parara de lutar contra o fato de que homens e bebidas geravam confusão, a não ser que houvesse mulheres por perto. E quando Yamcha abriu o bordel bem do lado do Saloon, os dois entraram num acordo. Ela entrava com as bebidas, ele com as mulheres. E os dois conviviam em paz.

O antigo ás do laço vivera por dois anos bem com Bulma até ser descoberto por ela agarrado a Maron atrás da estrebaria do senhor Kame e ser expulso definitivamente da casa dela, que queria o divórcio. Até então ele planejava construir um restaurante para atender à demanda crescente causada pela volta da mina de cobre, mas quando Bulma o expulsara, ele decidira que investiria em ou outro negócio, bem mais rentável, ainda que muito mal afamado.

Lunch terminou de bater o tapete e ficou observando a poeira baixar. Quando ia pegar a pesada peça para levar para dentro, um par de braços fortes e morenos se juntou aos dela e ela se virou sorrindo:

- Tenshin! Você voltou!

O índio sorria abertamente para ela. Nos últimos 5 anos, ele ia e voltava de tempos em tempos, e os dois haviam continuado sua troca de presentes e gentilezas ao longo daqueles anos. Quando ele estava acampado na campina, falavam-se todos os dias e Tenshin a ajudava em suas tarefas, e, de alguma forma, parecia que ele sabia quando ela precisaria de um par de braços fortes.

Ele levou o tapete para dentro sem dizer nada e o estendeu exatamente onde era seu lugar. Ele já estava passando pela porta dos fundos quando ela o chamou:

- Espere! – ela foi até a cozinha do saloon e trouxe duas maçãs vermelhas e grandes que pegara na macieira do pátio da igreja. Entregou uma para Tenshin e disse – guardei para você.

Ele tornou a sorrir. Lunch e Goku eram as únicas pessoas que conheciam o sorriso verdadeiro de Tenshin. As demais pessoas brancas podiam até ver no seu rosto uma expressão cordial, mas era apenas uma defesa que ele tinha para não ser chamado de índio antipático.

Lunch mordeu a maçã que segurava. Ela aprendera que a melhor maneira de convidar Tenshin a experimentar algo era comendo junto com ele. Ele mordeu a maçã que ela oferecera silenciosamente e ela perguntou, quando ambos saíram pelos fundos:

- Está acampado na campina?

Ele assentiu. Ele adquirira confiança suficiente para passar a montar sua pequena barraca cônica escondida no mato alto da campina quando vinha caçar. E assim, suas estadias haviam ficado cada vez longas. Seu cavalo castanho avermelhado ficava solto e ela achava impressionante como, ainda assim, vinha para ele assim que ele assobiava, como ele fez naquele momento.

West SayanOnde as histórias ganham vida. Descobre agora