Capítulo 26 - Mulheres de West Sayan

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"Os homens eram engraçados, sim, então eles eram, e a coisa mais divertida sobre eles era quão pouco eles sabiam disso. Homens, com seus nomes arrogantes e cheios de si. Homens, tão orgulhosos de seus músculos, suas capacidades de beber, suas capacidades alimentares; tão eternamente orgulhosos de seus pênis. Sim, mesmo nesses tempos, quando muitos deles não podiam fazer nada além de beber, eles simplesmente se afogavam no poço mais próximo. Ah, mas nunca foi culpa deles, o que, querida? Não, é sempre a mulher, seu ventre, a culpa é sempre dela."

(Stephen King, Mago e Vidro - A Torre Negra, volume IV)

*ALERTA DE GATILHO: Relato de abuso e violência sexual. Considere isso antes de ler. Sou contra romantização de tal tipo de relacionamento, aqui relatado da única forma como deveria ser retratado: como algo que traumatiza e machuca e cuja recuperação é difícil.

Nenhum dos dois percebeu como se aproximavam até que estavam à distância de apenas um corpo, como se uma irresistível gravidade houvesse atraído um para o outro, e, quando deram por si encaravam-se mutuamente, os olhos negros presos à atração dos azuis e vice-versa, como se mais nada pudesse ser visto por eles no mundo.

De repente Bulma estreitou os olhos e sibilou:

- Você! O ladrão e vigarista que quase me enganou...

O tom, irritado e acusador, não chegou a assustar Vegeta. Ele também acreditava ter contas a acertar com ela:

- Diante da mulher vulgar e mal educada que entregou minha identidade para o maldito Hitto... mesmo depois de meus insistentes pedidos...

- Ora, como ousa. Você é o criminoso. Você era o rato reles e vulgar que queria me...

Ela parou, incapaz de pronunciar qualquer outra palavra. Sabia que o certo seria dizer "seduzir", mas não era fácil admitir para um vigarista que quase fora enganada por ele.

- Eu posso ser um criminoso. Mas eu estava sendo sincero contigo naquele dia, e esperava pelo menos um pouco de solidariedade de quem teve um dia tão prazeroso na minha companhia... mas no dia seguinte meu rosto estava em cada parede de Nova Sadala porque você entregou meu rosto, minha identidade e minha vida!

- Porque você, senhor, além de ladrão é um mentiroso... eu soube que eu não era a primeira, e provavelmente não fui a última, a ser enganada pelos seus modos de homem fino e sua falsa pose de cavalheiro... quando você não passa de um bandido! E eu não acredito que está aqui, na minha cidade, e estava disputando uma justa de tiros com o xerife! Ele não sabe quem você é, por acaso?

Vegeta riu. Mesmo diante de um homem com armas na cintura, a garota conservava seu brio e ousadia e não se deixava intimidar por ele, que trocou a perna de apoio para uma pose mais descontraída e levou as mãos à cintura, dizendo:

- Acontece que seu precioso xerife sabe exatamente quem sou. E me deu salvo-conduto para passar e ir, porque trouxe importante recado para ele...

- Mas ele é mesmo um imprestável. Se estivesse ainda na minha folha de pagamento...

- Ocorre que ele me disse pra ir embora, pois logo acaba meu salvo-conduto. É bom, eu detestaria ficar mais tempo na cidade de uma dedo-duro mesquinha e cruel...

- Eu jamais teria o entregado se não soubesse que você tinha como meio de vida seduzir mulheres solitárias. O Oficial me mostrou sua "folha corrida", seu salafrário. E eu reconheci aquele seu absurdo e vulgar relógio prateado roubado de outra jovem viúva.

- Você diz esse relógio? - ele tirou do bolso seu vistoso relógio de prata e exibiu para ela, sorrindo.

- Esse mesmo, seu rato imundo.

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