Capítulo 16 - O construtor de casas

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"Quem sabe se em teu vulto não vive por acaso meu destino? ..."

(A sombra do Arco Iris - Malba Tahan)

Goku encarava Hitto com o olhar perdido e uma grande vontade de sumir dali. O oficial tinha a terrível mania de não ficar satisfeito com a primeira resposta. Ele já descrevera o homem que matara os dois prisioneiros, mas era obrigado a fazê-lo pela enésima vez, afinal, ele havia sido a única pessoa da cidade que o havia visto:

- Já disse, era alto, mais que eu, forte, mais que eu... e tinha um cabelo cheio e preto. Não vi bem seu rosto, estava escuro, mas o cabelo era bem grande.

Goku suspirou, resignado e Hitto disse:

- Viu para que lado ele fugiu? – mais uma pergunta repetida e Goku não teve paciência:

- Já disse, oficial, só uma estrada sai direto da cidade pelo Norte. Pode ter ido para Tullace ou seguido mais ainda para o Norte depois da bifurcação na milha 2. Se ele tivesse ido pela campina, estaria indo para o Leste, ou pela estrada da mina, que vai para o deserto mas ele foi direto pela estrada Norte, Oficial. O que mais o senhor quer que eu repita?

- Eu sinto muito por isso, meu jovem, mas é necessário que eu tenha certeza de tudo. Meus homens foram atrás dele, mas duvido que o alcancem, ele tem uma boa vantagem e conhece as estradas melhor.

- E antes que o senhor pergunte novamente, nunca vi o sujeito.

- A descrição bate com um homem do bando de Freeza, ele costuma assaltar diligências sob o vulgo "Gavião". É do subgrupo "aves de rapina" do bando de Freeza. Identificamos um deles recentemente como sendo Prince Vegeta.

Goku deu de ombros mais uma vez e disse:

- Se importa se eu for embora?

- Não, meu jovem, pode ir.

- Por que me chama de jovem? Você não deve ser tão mais velho que eu.

O homem riu e disse:

- Em breve farei trinta e cinco anos.

- Nossa, é mais velho que parece... bem, vou indo.

Goku foi andando pela rua até o saloon, que havia sido reaberto para que os oficiais saíssem. Lunch esperava na porta, de guarda, com seu rifle na mão. Um lampião iluminava sua figura, parada na porta, lançando reflexos avermelhados nos seus cabelos louros. Ela olhou com um pouco de pena para Goku. O rapaz parecia triste.

- Tudo bem, Goku? – ela perguntou. O rosto normalmente durão se suavizou quando o rapaz balançou a cabeça, tristemente. – Sabemos que você não pôde fazer nada... é o bando de Freeza, eles são assim mesmo.

- Goku – uma voz forte e áspera chamou por Goku na escuridão da lateral do Saloon, que dava para a campina, a parte desabitada ainda de West Sayan. Assustada, Lunch apontou a arma na direção da voz e Goku apertou os olhos, distinguindo a figura na penumbra.

- Tenshin?

O índio veio andando, sério, na direção deles e Lunch abaixou a arma, sem tirar os olhos dele. Ele olhava direto para Goku. O que o intrigava em Tenshin era sua capacidade de aparecer do nada.

- Haugh, Goku. – ele disse – Tenshin viu.

- Viu?

- Sim, Tenshin viu angústia de Goku. Tenshin na campina, caçava marmota. Sentiu angústia de Goku. Precisa ajuda?

- Não, obrigada, amigo. Mas bom saber que está por perto. Veio logo atrás da diligencia ontem, então?

- Tenshin veio. Estrelas disseram a Tenhsin para vir... amanhã Tenshin vai para direção da estrela branca. Se descobrir alguma coisa, Tenshin avisa Goku.

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