Capítulo 14 - Heróis de West Sayan

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"Ele era um romântico à sua maneira dura ... mas ele também era realista o suficiente para saber que algumas vezes o amor pode realmente conquistar tudo."

(Stephen King – "A escolha dos três" – A Torre Negra, volume 3)

"Acredito que uma mulher forte pode ser mais forte que um homem, particularmente se ela tiver amor em seu coração. Eu acho que uma mulher amorosa é indestrutível."

(John Steinbeck – A Leste do Éden)

Os planos de Goku de chegar a West Sayan antes do anoitecer acabaram frustrados pelos dois prisioneiros. Eles, talvez na esperança de que algum tipo de resgate fosse enviado por Freeza, atrasaram ao máximo a viagem, pedindo pausas para beber água e, em consequência, urinar. Cansado de amarrar e desamarrar os dois, e vendo que eles não parariam até esgotarem a paciência dele e de Goku, Yamcha amordaçou os dois com suas bandanas.

- Agora só abrem a boca para chatear em West Sayan. – ele disse e Goku riu.

- Você acha que eles estavam fazendo de propósito?

- Tenho certeza – disse Yamcha – eles queriam nos forçar a dormir na estrada pensando que talvez Freeza mandasse alguém. Mas pelo que ouvi falar dele, esses dois aí jamais vão voltar para o bando, o sujeito nunca perdoa fracassos...

- O que será que aconteceu com o sujeito que eu atirei no dedo? Ele estava em West Sayan com esse gorducho aí e o outro que fugiu.

- Você me disse mais cedo que atirou na mão direita dele?

- Sim. Era isso ou levar um tiro.

- Então, indiretamente, você o matou. Se ele voltou para Freeza incapaz de atirar, foi morto, Goku.

- Isso é horrível – disse Goku, pensando, no entanto, que não tivera alternativa.

- Ninguém sabe como é o rosto de Freeza, sabia?

- Sério?

- Já viu algum cartaz com o rosto dele?

- Na verdade, não.

- Porque ele mata quem descobre sua aparência fora do bando. – disse Yamcha, sinistramente. – em dois anos na estrada aprende-se tudo sobre ele. O bando é enorme, fiel, e embora muitos morram, sempre aparecem novos interessados. Entram para o bando e renunciam à família, aos amigos... garotos criados em pequenas cidades, às vezes órfãos, jovens atraídos pelo perigo, eles não pensam na idiotice que estão fazendo quando entram para o bando.

Naquele momento, passavam pela curva das cruzes e Yamcha viu Goku abaixando a cabeça. Ele ficou quieto e então perguntou:

- Você é religioso?

- Mais ou menos. Mas quem está enterrado sob aquelas cruzes... – ele nunca havia contado aquilo para ninguém, nem mesmo para Chichi – são os meus pais.

- Então... – perguntou Yamcha – seu pai... é o tal cara que foi morto porque...

- Desertou do bando de Freeza. Mas eu era um bebê e não me lembro de nada, a não ser daquilo que meu avô adotivo acabou me contando. Eu fui criado como sendo sobrinho-neto dele, mas quando eu tinha 12 anos, ele me contou toda verdade. Desde então não consigo passar aqui sem pensar nisso.

- Eu sinto muito, Goku. Um dia Freeza vai ter o que merece.

- Sim, vai ter – disse Goku.

"E vai ser pelas minhas mãos" ele apenas pensou.

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