Capítulo 27 - Olhar nos olhos da morte

133 12 6
                                    

Você nunca teve uma corda no pescoço. Bem, vou lhe contar uma coisa. Quando essa corda começa a apertar, você pode sentir o diabo morder sua bunda.

(Três homens em conflito – Dir. Sergio Leone, 1966)

Pouco antes do amanhecer, Goku já estava montado na sua bela égua, rumando para Nova Sadala. Ele pretendia fazer a viagem muito mais rápido do que fazia com a diligência, e isso não era difícil, já que Nuvem estava descansada e bem alimentada e ele era bem mais rápido sem precisar acompanhar a carruagem e sem precisar fazer tantas paradas. Pouco antes do meio-dia, ele já estava próximo de Porto Feroz, onde parou e decidiu fazer uma refeição.

A taberna onde habitualmente almoçava era alegre e cheia de vida, e ele pediu o que pedia sempre: peixe frito com batatas. De repente, alguém sentou-se à sua mesa e ele deparou-se, surpreso, com os olhos pretos de Vegeta, que o encarava com um sorriso torto, envergando uma roupa de padre, os cabelos pretos escondidos por um chapéu eclesiástico. Goku gelou. Aquele sujeito só podia ser louco.

– Como está, Kakarotto?

– Vegeta, por acaso enlouqueceu?

– Sabe o que acontece? – ele riu – eu saí ontem à noite da sua cidade e me dei conta que não sei para onde ir. Pela primeira vez não tenho um parceiro, um bando ou um propósito. Eu deveria ir direto para o leste, para longe de onde eu sou conhecido e procurado, mas eu não me sentiria bem simplesmente abandonando o sujeito que eu mais perto cheguei de chamar de amigo.

– Você não está pensando em tentar ajudar Raditz a fugir, está?

Ele riu e disse:

– Eu não sou estúpido, Kakarotto. Sei que se eu sonhar em tentar tirá-lo da cadeia serão dois enforcados, e não um. Mas quero estar por perto, é uma questão de solidariedade.

– Não sei porque, mas não acredito nisso. Principalmente por causa da roupa de padre.

– Um sujeito a quem um dia eu respeitei muito, embora ele não valesse nada, me ensinou que ninguém acha perigoso um homem de batina. Eu não vou ficar no seu caminho xerife, por favor não fique no meu. – Ele disse, com um sorriso debochado no rosto.

Atrás de Vegeta, soou uma confusão. Havia uma mesa de pôquer onde uma mulher jogava com três homens, que a acusavam de trapacear. Goku olhou por cima do ombro de Vegeta com indiferença. Ele ali não era xerife. A mulher capturou o olhar de Goku e tentou encará-lo de volta com um olhar sedutor, mas ele não pareceu perceber a intenção dela e voltou para o seu prato de peixe com batatas dizendo:

– Vegeta, eu espero realmente não ter que te prender nem aqui nem em Nova Sadala.

– Bote uma coisa na sua cabeça, Kakarotto: ninguém nunca vai me prender, principalmente o pouca-telha arrogante de Nova Sadala...

A mulher, que havia aparentemente vencido o jogo de pôquer, apesar dos protestos dos demais jogadores, aproximou-se e apoiou-se de lado sobre a mesa, encarando Goku. Ela era bem jovem, devia ter no máximo 19 anos, os cabelos pretos arrepiados e rebeldes e um rosto atrevido. Usava roupas excessivamente decotadas e vulgares de um roxo– berrante. Atrevidamente, ela disse a ele:

– E aí, bonitão, me convida pra sentar?

Ele levantou o rosto com um olhar absolutamente indiferente e disse:

– Sinto muito, moça. Sou casado.

Por um instante, ela pareceu bem irritada, mas tornou a sorrir e disse:

– Eu não sou ciumenta...

– Não estou realmente interessado – disse Goku, com um ar que beirava o aborrecimento. Nesse momento, Vegeta interveio:

West SayanOnde as histórias ganham vida. Descobre agora