Capítulo 6 - Saloon

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"Um homem é o que ele é, Bob, e não há como quebrar o molde.

(Jack Scheafer – Shane – Os Brutos também amam)

Quando Goku entrou na estrebaria, deu de cara com Kuririn, que o olhou espantado e não conseguiu segurar o riso ao ver o rapaz coberto de leite e cheio de manchas de tinta.

- O que te aconteceu? Parece que caiu de cara num latão de leite. E como se sujou tanto com tinta?

Goku encarou o colega e disse:

- Eu sou meio desastrado. Me sujei um pouco.

- E o leite?

- Chichi jogou em cima de mim...

- Chichi? Aquela moça quietinha que não fala com quase ninguém? O que você fez para enfurecê-la dessa forma, Goku? Tentou beijá-la ou algo assim?

- Beijá-la? Não! Eu... só estava conversando com ela. Eu a conheço há muitos anos, mas parece que ela mudou, a gente costumava brincar muito quando era criança e ela ria à beça... ela agora não parece achar graça em mais nada...

- Garotas são assim mesmo, Goku.

- Eu vou tomar um banho... – ele disse, contrariado.

Espremido na tina de água, enquanto esfregava e tirava machas de tinta, Goku tentava entender o que havia enfurecido tanto Chichi, sem sucesso. Ficou pensando: como poderia casar-se com ela se ela vivesse atirando litros de leite sobre sua cabeça? E se ela não sorrisse para ele? Como ele iria cumprir as duas promessas?

Por um instante pensou no que ela dissera de casar-se com outro. Por que ela faria isso? E se realmente aparecesse outro e quisesse se casar com ela? Ela aceitaria? Goku nunca havia sentido ciúme em sua vida, por isso não sabia dizer por que essa ideia o deixava irritado. Ele não queria perder Chichi. No dia seguinte faria que ela sorrisse para ele. Ou no outro. Era uma missão, agora. Quando ela sorrisse, todo resto estaria resolvido, afinal... – levantou-se do banho bem mais animado e saiu, enrolado na toalha, para procurar uma roupa para dormir. Foi quando viu que Kuririn e o senhor Kame não estavam vestindo roupas de dormir.

- Onde vocês vão? E que cheiro horrível é esse em você, Kuririn? Ele perguntou, sentindo um aroma adocicado e enjoativo que vinha do colega.

- Você não tem o mínimo bom gosto – disse o outro – esse é meu perfume! Garotas adoram.

- Bom, as garotas que adoram não devem ter nariz, que nem você...

- Goku, nós vamos ao saloon, você não quer ir?

- O que eu faria lá? – ele disse – Tem comida por lá? Porque estou morrendo de fome...

- Tem uma sopa de aveia e carne seca ali em cima do fogareiro – disse o senhor Kame – eu e Kuririn jantamos cedo. Vamos ao saloon, por isso nos arrumamos. Você deveria ir também, é uma noite especial!

- Especial? – Goku remexia a sopa de aveia no fogão, então cheirou-a e decidiu toma-la antes mesmo de se vestir, porque ainda estava um pouco quente. Ele se sentou à mesa de refeição com a panela e uma colher e perguntou, depois da primeira colherada – O que tem de tão especial no saloon? Quando eu era pequeno meu avô dizia que lá era um lugar para bêbados.

- Ei! – disse o senhor Kame – o velho Gohan também ia ao saloon. Ele não te levava porque você era criança! Mas agora não é mais, não é mesmo? Você pode tomar uma cerveja conosco lá e... ver a garota nova que Lunch trouxe de Nova Sadala!

- Maron – disse Kuririn, com ar sonhador – eu a vi, ela é linda, tem cabelos azuis.

- Cabelos azuis? Isso nem é tão incomum... se atravessar a rua, a Bulma também tem cabelos azuis, ora.

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