Capítulo 18 - Frente a Frente

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"Algum homem cresce ou apenas atinge a maioridade?"

"Eles descobriram que alguém pode crescer tão faminto por luz quanto por comida"

(Stephen King – O Pistoleiro, A Torre Negra, Volume I)

Naquela noite, apesar de tudo, Goku dormiu bem. Havia alguma paz em saber toda verdade sobre sua família, mesmo que ele tivesse um irmao no bando de Freeza. Chegou a imaginar como seria estar frente a frente com o irmão, ou como teria sido crescer com ele ao seu lado. Se ele precisava de um único motivo para sentir ódio de Freeza, ele agora tinha.

Freeza destruíra sua família, tirara dele a chance de ter os abraços afetuosos de uma mãe e os conselhos sábios de um pai... mas não conseguira evitar que ele herdasse a habilidade do pai, e se um dia atravessasse o caminho de Goku ele não hesitaria em atirar nele para matar. Goku não queria vingança, mas sabia que se o seu destino cruzasse com o de Freeza ele não teria pena.

Quando acordou, pensou na esfera, o pequeno tesouro de seu pai, então, abriu o cofre e decidiu examinar o mapa. Era antigo e amarelado, e havia sido feito não em papel, mas em uma espécie de material telado e envernizado, tinha os lados um pouco desfiados como se tivesse sido arrancado de uma moldura.

E não passou despercebido a ele que o nome do soldado que o entregara a seu pai se chamava Briefs. Agora ele entendia porque Bulma estava tão interessada. Ela provavelmente conhecia a história das esferas, o mapa devia ter sido feito por alguém de sua família. Ele examinou as localidades marcadas no mapa. Estavam distribuídas ao longo de uma espécie de círculo que passava por lugares que ele jamais ouvira sequer falar, a distâncias que ele só conseguia imaginar.

Ele sempre achara que Nova Sadala era um lugar distante, mas, se indo para o Oeste Nova Sadala era longe, havia esferas marcadas no mapa a distâncias que eram cindo ou seis vezes a que se percorria dali até a Cidade. A esfera mais próxima tinha sido encontrada por seu pai na Montanha Fripan, a mais distante ficava bem além da Montanha Paozu, num lugar que ele nunca ouvira falar chamado Bafo do Dragão.

Teria ele energia e vontade de procurar aquelas esferas? Naquele momento, ainda não. Não sentia necessidade de nada além daquilo que tinha. Três desejos? Pareciam a ele uma extravagância. Guardou o mapa e a esfera no cofre e pensou em tudo que devia fazer antes de partir na próxima diligência, dali a 4 dias.

O importante era partir com a construção da sua casa encaminhada.

***

E foi aquilo que o ocupou por toda manhã. Seu tio Toma havia deixado uma lista da madeira que precisaria na noite anterior, e ele levou a lista para Piccolo, que avisou que calcularia o preço de tudo ainda naquele dia. Ele foi ao entreposto do senhor Briefs se informar sobre como encomendar cordas, pregos, arrebites, telhas e todos os materias que ele precisaria para a construção, e quando tudo estava resolvido, ele foi até a casa do pastor.

Uma Chichi muito mal-humorada, atarefada na cozinha fazendo o almoço para ela e o pastor o recebeu, mas ele disse:

- Eu preciso te dizer porque ontem fiquei tão pouco tempo contigo.

Ela pôs as mãos na cintura, com um ar aborrecido e disse:

- Achei que apareceria à noite... mas nem isso você fez. O que te prendeu no saloon se você nem bebe, Goku? Lunch me disse hoje quando eu fui entregar o leite que você passou horas conversando com o senhor Toma e seu filho.

Ele sorriu e disse:

- Você vai me convidar para almoçar? Eu estou morto de fome!

- Goku! – ela riu quando ele mexeu em uma panela – sim, sim, você pode almoçar.

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