Capítulo 44 - A última esfera

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"Mais uma vez houve o deserto, e só isso."

(Stephen King – O pistoleiro – A Torre Negra, Vol. I)

Deserto do planalto Namek, pela manhã.

Eles cavalgavam pelo deserto em linha reta, rumo ao lugar marcado no mapa, mas não havia brilho algum no mapa, nenhum sinal de que estavam no rumo certo. Goku de repente parou e olhou em volta, dizendo:

- Esse maldito lugar está nos enganando. Tem algo errado, estamos indo cada vez mais para seu centro, não parece ser o lugar correto.

Bulma e Vegeta se entreolharam e ela disse:

- Mas não era em linha reta rumo ao sul? Parece que é o que estamos fazendo.

- Não, eu sinto que estamos errados. Tem algo errado aqui – disse Goku. Já deveríamos ter algum sinal. Pegue a caixa com as esferas, Bulma.

Ela pegou a caixa na carroça e Goku pegou sua bússola. Ele postou a bússola no chão e olhou para ela. Eles não estavam realmente em linha reta rumo ao sul, mas desviando-se da rota sem perceber; então ele pegou a caixa, abriu e as esferas e o mapa se iluminaram. Ele fechou o mapa e as esferas, deixando apenas a de uma estrela do lado de fora. Então, postou-se em volta da bússola, olhando atentamente para a esfera. De repente, a esfera teve um lampejo, iluminando-se de forma débil. Ele olhou para Bulma e Vegeta. Eles realmente estavam se desviando do caminho, o deserto os estava enganando.

- Eu vou andar a pé – disse Goku, sério. – Kihoho me segue, de qualquer maneira.

Andar pelo deserto a pé, mesmo tendo um suprimento de agua à sua disposição, mesmo com o conforto da companhia de Bulma e Vegeta, oprimia o espírito de Goku e o remetia à sua quase morte naquele mesmo deserto em um dia não muito diferente daquele. Pôr um pé após o outro naquela terra o fazia sentir-se mais próximo da morte do que da vida. E o deixava com uma imensa tristeza na alma.

Bulma e Vegeta seguiam-no lentamente, sabendo que aquela era uma experiência terrível para ele. Às vezes Bulma propunha que eles bebessem água e deixassem os cavalos beberem também, o que ia reduzindo preocupantemente as suas reservas.

Observando a esfera, em vez do mapa, Goku podia sentir ele mesmo que estavam se aproximando da derradeira esfera. Olhando para o chão, ele ia percebendo que a areia amarela avermelhada ia empalidecendo na direção em que a esfera parecia apontar como o local da última esfera. Ao mesmo tempo, surgiam às vezes estrias esbranquiçadas na areia, que cintilavam sob o sol intenso da manhã que ia se esvaindo conforme eles andavam na direção que ele determinava.

Foi quando ele viu a pedra. Uma pedra alta, com uma fenda diagonal de onde vertia, lentamente, um feixe de água cristalina, que ia descendo pela lateral da pedra criando um caminho esbranquiçado no seu caminho. A água não se acumulava, seguia formando as estrias esbranquiçadas que ele vira pelo chão.

Ele havia chegado ao lugar da última esfera: as lágrimas do deserto, que vertiam continuamente daquele olho d'água que, estranhamente, não levava consigo a vida, porque não havia vegetação no seu entorno e nem animais para beber dela. Goku compreendeu imediatamente e disse:

- Não peguem essa água para beber. Os animais provavelmente vão evita-la. É água salgada.

- Água salgada? – perguntou Bulma.

- Ele tem razão – disse Vegeta – veja o sal se acumulando onde a água seca. Minas de sal são comuns em desertos como esse, que já foram cobertos de água salgada no passado. Era o que meu pai dizia.

- O que interessa, Vegeta, é que a esfera está em algum lugar por aqui – disse Goku voltando seu rosto para Vegeta, que sorriu de lado e fez menção de apear.

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