Capítulo 47 - O fim e o princípio

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"Que seu primeiro dia no inferno dure dez mil anos e seja o mais curto deles"

(Stephen King – Lobos de Calla – A Torre Negra, volume V)

Goku, mesmo tendo percorrido toda a jornada atrás das esferas, mesmo sabendo, desde o início, que era aquele o resultado desejado, observava, maravilhado, o rosto do irmão revivido em sua frente. O rapaz tinha o mesmo sorriso de sempre e nenhuma marca do enforcamento que o matara. Era como se ele jamais houvesse sido enforcado. Vegeta, mesmo tendo acabado de ter seu pedido atendido e de estar com o braço de tiro curado, sentia algo muito parecido.

Raditz então cruzou os braços e disse:

- Vocês dois não vão dizer nada?

O barulho de um tiro os interrompeu. Yamcha, mesmo caído no chão, acabara de errar um tiro contra um homem que saíra do saloon, achando que ele viria na direção deles, mas o sujeito simplesmente correu seu parar até a corda, passou por baixo dela e subiu num cavalo, em disparada, aproveitando a confusão. Os três homens olharam para o laçador, que disse:

- Eles estão todos no saloon agora. Todos os que sobraram. E para aquele estar fugindo, sua munição está no fim.

- Vamos desentocar os nossos homens e cercar o saloon – disse Vegeta – agora vamos negociar. Você tem que ter alguma coisa além de corpos para apresentar para o Hitto, Kakarotto.

- Ok. – Goku respondeu – mas antes preciso fazer uma coisa.

Ele foi até o lugar onde ele estava escondido com Vegeta e trouxe um cinturão, que estendeu para o irmão.

- Sua arma e sua faca – ele disse – estavam comigo desde...

Ele foi interrompido pelo forte abraço de urso de Raditz, que disse:

- Tinha que ser você para fazer isso, meu irmão, tinha que ser você, Kakarotto.

Vegeta saiu empurrando os dois e disse:

- Vamos, vamos, larguem de bobagem, depois que matarmos Freeza vocês dois matam a saudade.

Raditz riu e disse:

- Gostei de te ver também, Vegeta.

Eles iam para a porta do saloon quando Yamcha disse:

- Um de vocês, me ajude aqui! Eu não consigo me levantar.

Os três olharam para o rapaz ferido, com uma bala provavelmente alojada logo acima do joelho e Raditz se aproximou, e estendeu a mão para ele, dizendo:

- Eu te pegaria no colo, mas você não é uma garota.

- Eu só preciso mesmo de apoio para caminhar.

- Meu irmão não é ótimo? Me traz de volta da morte quando não tem nenhuma garota na cidade e ainda tenho que andar agarrado com um cara.

Yamcha riu e disse:

- Só por isso, quando eu reabrir meu negócio, você vai ter um belo desconto...

***

Atrás do saloon, depois de fugir na confusão que se seguiu ao seu breve diálogo com Goku, Freeza avaliava as suas poucas opções: do seu bando de 50 homens, ele sabia que restavam entre 7 e 10, contando ele; a dinamite com a qual eles pretendiam explodir a linha do trem havia sido roubada por um cretino traidor, que, como muitos, havia fugido e, a única banana de dinamite que ele guardara por segurança no seu bornal havia sido gasta inutilmente na tentativa de explodir a igreja.

Ele achara que invadir West Sayan seria fácil como havia sido o saque a Vegetown, mas, pelo jeito, subestimara a estratégia dos sujeitos. Ele havia sido enganado, e não gostava disso. Normalmente, era ele que passava os outros para trás. Olhou para a corda, amarrada entre o saloon e a construção ao lado e sentiu raiva. Truques tão simples, tão tolos, e ele agora estava acuado quase sem opções. Bastara cercar a cidade com cordas na altura do peito dos cavalos para que eles não pudessem entrar. Tinha enfrentado muitas cidades antes, essa era a primeira que o enfrentara.

West SayanOnde as histórias ganham vida. Descobre agora