Capítulo 46 - Truques de pistoleiro

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"Às vezes os mortos são mais úteis que os vivos"

(Por um punhado de dólares, dir. Sergio Leone, 1964)

A esfera do desejo, fechada na mão de Goku, refletiu a luz do sol por um instante e Freeza ficou olhando para o objeto, do alto do seu cavalo. Era uma boa oferta, mas ele não tinha certeza se queria fazer aquele tipo de acordo. Olhou para a cidade. As casas todas pareciam desertas, as portas fechadas, a não ser a da delegacia vazia, que tinha a porta aberta, ninguém à vista a não ser o xerife, que encarava o bandido com uma expressão neutra, entre séria e simpática.

- Como eu vou saber que não é um truque?

- Vê mais alguém? - Perguntou Goku. – Vou fazer uma coisa – ele desatou o cinto e o deixou cair no chão, com revólveres e cartucheiras – estou desarmado! Tenho as esferas na mão, você sabe a descrição. Nappa disse a você como elas eram... Elas estão neste saco na minha mão. Se se aproximar, posso mostrá-las a você. Mas desça do cavalo e venha até aqui, desarmado como eu estou.

Freeza olhou para os homens e tomou sua decisão. Lentamente, ele tirou seu cinturão e deixou sobre o lombo do cavalo, para espanto dos homens que estavam mais próximos, então, foi andando até onde Goku estava. Seus olhos procuraram pela cidade e ele pôde perceber que havia homens escondidos por ali. Seria difícil para ele escapar se tentasse algum truque ali. Mas ele tinha seus trunfos, e sabia disso.

Ele se viu frente a frente com o xerife de West Sayan pela segunda vez. Era um homem muito mais alto que ele, a pele bronzeada e o rosto escanhoado fazendo com que parecesse jovem como de fato ainda era. Os olhos pretos, sérios. Ele olhou de relance para o chão. Os revolveres dele estavam lá, e o poncho era muito curto para esconder outro par. Os dois se encararam por um instante e ele disse:

- Me dê as esferas.

O outro estendeu o saco e ele olhou. Estavam ali, sete esferas, com a que ele mostrara antes, dentro de uma sacola. O tesouro de Bardock e dos Namek, que ele ouvira falar e vira desenhos quando era criança, no meio do espólio da tribo Namek que seu pai dizimara. Sonhara com a lenda daquelas esferas por toda vida, e, agora, elas vinham parar na sua mão assim, com esforço mínimo. E ele ainda podia trair e matar o xerife.

- Feito – ele disse, e começou a se afastar, andando de costas.

Goku o encarava, com as mãos na cintura, ar de desafio e uma tranquilidade de quem parecia ter um às na manga, diferente de Freeza, que ia andando vagaroso e era contemplado por seus homens, em dúvida sobre o que fazer. Mas aquilo era um teatro, um truque de pistoleiro. Quando estava a dez passos de Goku, ele pôs a mão às suas costas e retirou ele mesmo seu ás da manga: sua terceira pistola. A minúscula pistola oneshot que ele tinha desde criança, dada por seu pai. Sabendo da falta de precisão dela, mirou no peito largo de Goku e atirou, acertando o rapaz no centro do peito.

Ele abriu seu sorriso mau que durou apenas até Goku dizer, rindo:

- Eu sabia que você ia trair a gente... VEGETA!

Freeza viu pelo canto do olho quando Vegeta se ergueu, de trás de um barril e atirou com a mão esquerda contra ele, que se desviou por um triz de uma bala que riscou o vazio. No tempo em que Vegeta puxou o cão da arma para trás e Goku pegou seu cinturão no chão, correndo para o mesmo abrigo em que Vegeta estava, Freeza correu na direção de seus homens, em ziguezague. Goku desatou algo atrás do poncho e uma chapa grossa de ferro caiu no chão na frente do barril atrás do qual ele se escondeu.

- Boa ideia, Vegeta essa da chapa de ferro.

- Se uma moeda para um tiro no coração, uma chapa de ferro grossa protege o peito todo. Sabia que ele ia usar a oneshot.

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