Capítulo 25 - Rivalidade

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Às vezes, um homem quer ser estúpido se isso permitir que ele faça algo que sua esperteza proíbe.

(John Steinbeck – A Leste do Éden)

Goku fechou a porta e encarou o homem de preto, que sorriu debochado para ele, dizendo em seguida:

- Então, é você o Kakarotto.

- Eu sou conhecido como Son Goku, e prefiro que você me chame dessa forma.

- Depois de cinco anos ouvindo seu irmão o chamando de Kakarotto todos os dias, fica um pouco difícil aceitar outro nome...

- O que você quer aqui? – Goku disse, tirando o chapéu e conservando a mão próxima à pistola na cintura, observando que Vegeta tomava o mesmo cuidado. De repente, Chichi veio da cozinha e o homem a encarou. Goku olhou para ela, sério, e ela percebeu a tensão entre eles antes de disfarçar e dizer:

- Goku, querido, não me disse que tínhamos visitas... – ela observou o homem, visivelmente tenso diante do seu marido e Goku respondeu:

- Ele está apenas de passagem, mas tem um recado importante para mim... pode por favor nos deixar à sós?

- Claro – Chichi subiu as escadas e os dois ouviram a porta do quarto fechar-se lá em cima.

Os dois homens ainda encaravam-se tensos quando Goku disse:

- Se você anda com meu irmão só pode ser o famoso Prince Vegeta. O que quer de mim?

Vegeta o encarou e deu um sorriso debochado antes de tirar o chapéu e então o cinturão com as pistolas e jogá-lo sobre a mesa da sala, esticando as mãos para o alto.

- Se quiser, pode me revistar, xerife. – ele disse, com deboche. Goku fez um gesto rápido e disse:

- Sente-se. – ele mesmo puxou uma cadeira e sentou-se diante do outro, completando – sabe que o certo seria eu prendê-lo. Mas como disse o nome de meu irmão, vou escutá-lo primeiro e depois decido o que fazer.

- Você não vai me prender – disse Vegeta entredentes, encarando-o.

- Mas posso matá-lo, embora não me agrade a ideia de matar um homem na minha própria casa... não teste minha paciência.

A tensão entre os dois não dissipou-se, mas Vegeta não pegou suas pistolas, certo de que aquilo não ajudaria nada. Ao contrário, estendeu a mão para Goku e disse:

- Começamos mal. Estendo minha mão num cumprimento de homem, Kakarotto. Pela honra que julgo possuir, ainda que eu seja um criminoso.

Goku estendeu a mão e deu um aperto forte. Os dois homens ainda se mediam e ele disse:

- Aceito sua palavra como verdadeira. O que veio me dizer? Por que Raditz não veio pessoalmente?

- Receio não ter boas notícias. Seu irmão foi preso pelo Xerife regional em Oozaru há quinze dias, e foi levado para Nova Sadala, onde está preso na Cadeia Regional. E ele vai ser enforcado logo, foi julgado e condenado num instante.

Os olhos de Goku arregalaram-se. Ele não sabia daquilo, porque uma tempestade de verão derrubara os fios do telégrafo que comunicava a central com West Sayan há pouco mais de 15 dias. Como os fios, que passavam pelas montanhas, ainda não haviam sido consertados, a delegacia não recebia notícias da central desde a última diligência.

- Hitto prendeu meu irmão sob qual acusação?

Vegeta riu com ironia e disse:

- Qual delas prefere? Assalto a banco? Temos. Roubo de dormentes de ferrovia? Certamente temos. Roubo de dinamite da ferrovia para vender aos revolucionários do outro lado da fronteira? Uma vez a cada dois meses.

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