Capítulo 10 - O Príncipe

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" – O senhor não é um cavaleiro – ela disse

– Boa observação – ele respondeu alegremente. – Mas a senhora também não é uma dama..."

(...)

"Até perder sua reputação você não sabe o fardo que ela é ou o que realmente é liberdade..."

(Margareth Mitchell, "E o vento levou)

Até os 9 anos de idade, ele tivera a melhor educação. Talvez por isso fosse tão diferente do resto do bando. Seu avô, afinal de contas, fundara uma cidade e fizera fortuna. Seu pai havia sido um homem bastante rico, mas com uma irresistível queda por formas incrivelmente desonestas de se ganhar dinheiro – incluindo fazer parte de um bando criminoso que acabou assassinando-o. E a última lembrança que Prince Vegeta tinha do seu pai era ele nu numa cama, os olhos vidrados e a boca aberta, envenenado por uma das muitas prostitutas que ele mantinha por perto depois que sua mãe morrera no parto do irmão mais novo.

Nappa completara sua "educação" de um modo não convencional. Percebera a ferocidade fria no menino e a incentivara, a cultivara como uma planta, deixando-a criar raízes na alma do rapaz, que entrara para o bando aos 13 anos e matara o primeiro homem aos 14, um outro sujeito do bando, mais velho, que queria roubar dele as pistolas prateadas que ele herdara do pai. Ao lado de Raditz ele se tornara uma das aves de rapina de Nappa, frio, cruel e perfeito como ladrão e assassino que era.

Em contraste com o colega de bando, que era bruto, explosivo e sem modos, um autêntico ogro, Vegeta era frio e calmo e sabia se passar por refinado e culto. Quando precisavam "resolver um assunto" em Nova Sadala, ao invés de pousar numa hospedaria na área dos bordéis, onde Nappa e Raditz passavam os dias e as noites, ele escolhia um hotel fino e chique e, então, uma presa.

Vegeta odiava sexo pago, prometera a si mesmo que jamais se deitaria com o tipo de mulher que oferecera um copo de bourbon envenenado para seu pai. Ao invés disso, ele procurava mulheres finas, chiques e carentes e as adulava até que iam para cama com ele. Então, ele as roubava e partia, sem o mínimo remorso pelo crime, digno de um rato.

Mas ele não se via como um rato. Ele era o falcão, o ladrão mais eficiente do bando de Freeza. Roubava há quatorze anos e, assim como Raditz, jamais fora identificado. Nenhuma vítima jamais o identificara e nenhuma das ladies que ele roubara jamais o havia denunciado, até porque ladies tinham uma reputação a zelar, que seria arruinada por deitarem-se com um ladrão comum. Considerava-se um sujeito de muita sorte, além de um golpista ladino.

Um dia antes da chegada da diligência, ele, Nappa e Raditz chegaram a Nova Sadala com uma missão: caçar três dissidentes do bando que haviam desrespeitado a principal regra de Freeza: uma vez no bando, nunca mais fora do bando. Gurdo, Boter e Rikun antes faziam parte do pequeno clã de Ginyu, mas por divergência na partilha, haviam fugido numa noite do esconderijo, três meses antes, e realmente acreditavam que estariam seguros em Nova Sadala.

Não imaginavam que Freeza tinha informantes ali e que seriam pegos, um por um, nos dias seguintes por Vegeta, Nappa e Raditz, que podiam andar tranquilamente em Nova Sadala porque não havia cartazes com seus rostos ou coisa parecida, uma vez que jamais assaltavam de cara limpa.

Na primeira noite, quando ele disse que ficaria no Grand Hotel Sadala, Raditz zombara:

- Lá vai o príncipe, atrás de suas ovelhinhas indefesas... vale a pena gastar vinte dólares por noite para roubar brincos e anéis de pobres coitadas, Vegeta?

- Tanto quanto deve valer a pena comprar os mesmos brincos e anéis para uma puta de luxo que dança enrolada em serpentes...

- Não fale assim dela!

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