Capítulo 1 - O Filho do Céu

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"Os mandamentos dizem: "Não matarás", mas contratamos homens para sair e fazer isso por nós. O certo e o errado parecem bem claros aqui."

(Matar ou Morrer, Dir. Fred Zimmerman, 1952)

Na estada entre Nova Sadala e West Sayan, uma diligência estava meio tombada de lado, uma das rodas quebrada, presa numa grande pedra. Os cavalos patinavam nervosamente levantando poeira da estrada. No alto da boleia da carruagem fechada, havia um homem, mas ele estava morto, caído de lado com um tiro na cabeça. Cercando a diligência, havia um bando de cinco homens montados em cavalos. Um deles desmontou e aproximou-se da diligência, com uma arma em punho.

O homem, que era alto, feio e cabeçudo, abriu a porta da carruagem, apontando a arma para dentro antes de dizer, logo depois de olhar para dentro:

- É a família de Bardock, senhor Freeza. Como o senhor disse.

O homem a quem ele se dirigiu, estava montado em um cavalo muito grande, um corcel negro de aparência ameaçadora, mas ele mesmo era baixo e franzino, de pele clara, macilenta e olheiras arroxeadas, além de uma cabeça completamente calva protegida por um chapéu cinzento. Ele tinha ainda uma expressão de perpétuo desdém nos lábios grossos igualmente arroxeados e segurava as rédeas do cavalo de um jeito frouxo e displicente. Com um ar aborrecido, ele disse:

- Ponha todos para fora, Ginyu.

Um homem e uma mulher, ambos de cabelos negros, foram tirados da diligência junto com as crianças, dois meninos. O menor ainda era de colo e parecia adormecido, enrolado numa manta de lã no colo da mulher, que era bastante bonita. O homem tinha cabelos espetados que saíam por baixo das abas de seu chapéu castanho e uma cicatriz em forma de "xis" numa das faces. Seus olhos eram intensamente pretos e fitaram o chefe do bando com ódio.

- Freeza, seu monstro... o que mais você quer de mim? Deixe-me levar minha família embora desse lugar, nunca mais o verei e ninguém saberá... Eu estou desarmado. Você sabe que eu não farei nada contra você.

- Você me desafiou, Bardock. Não sei com que intuito, na verdade...

- Eu só quero dar uma vida decente para a minha família. Longe de você e dos seus homens... por isso decidi ir embora. Nem fiquei com minha parte no nosso último assalto, você sabe disso.

Freeza encarou Bardock com desdém antes de dizer:

- Eu compreendo sua sede de mudança... mas entendo que só haveria uma forma de você sair daqui e tentar a vida em Nova Sadala... se tivesse roubado algo muito valioso. Você não parece o tipo que junta moeda por moeda feito formiguinha, Bardock... e acho que você encontrou alguma coisa pelo qual valeria a pena arriscar a vida de sua mulher e filhos...– ele olhou com um ar lascivo para a bela mulher que segurava o menino menor, ainda adormecido, junto ao peito enquanto o outro menino, de uns seis anos, se escondia atrás das dobras de sua saia. – Mas ninguém escapa de mim assim... ainda mais com algo que me interessa. Confesse logo que tesouro você esconde e eu te dou uma morte rápida.

- Você está enganado, Freeza – disse Bardock. – Se achar qualquer coisa de valor na diligência me mate... mas poupe minha mulher e meus filhos. Eu vendi até mesmo meus colts para conseguir viajar. Não tinha mais nada de valor. – Bardock olhou significativamente para um dos homens do bando, que baixou os olhos e desviou o olhar.

- Vou pensar no seu caso... Nappa, Ginyu, Zarbon... revistem tudo.

Os três homens revistaram a diligência, as bagagens, abriram os bancos atrás de fundo falso e então revistaram o banco do condutor, jogando lá de cima o corpo do pobre homem. Então Zarbon disse:

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