Capítulo 21 - A face do meu pai

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"Eu não aponto com a mão; aquele que aponta com a mão esqueceu a face de seu pai.
Eu aponto com meu olho.

Eu não atiro com a mão; aquele que atira com a mão esqueceu a face do seu pai.
Eu atiro com minha mente.

Eu não mato com a minha arma; aquele que mata com sua arma esqueceu a face do seu pai.
Eu mato com meu coração."

(Stephen King, o pistoleiro – A Torre Negra, Volume I)

Vegeta olhava para baixo, pensativo. Raditz havia acabado sua história, omitindo a parte do mapa e das esferas mágicas porque não confiava nem um pouco no outro. Pela sua atitude, era impossível saber se o filho de King acreditava ou não na história contada pelo filho de Bardock, mas, de repente ele disse:

- Agora tudo faz sentido. – ele levantou os olhos e olhou em volta, não havia ninguém prestando atenção nos dois. Achou bom que não gostasse de beber demais. Não seria bom ter escutado aquela história alcoolizado. – Nappa nos manteve acreditando que nossos pais haviam traído um ao outro. Ele nunca desmentia as acusações que nós fazíamos um para o outro e a forma como ele contou a história... – o punho de Vegeta se fechou e seus lábios crisparam de ódio – maldito. Precisamos matar o desgraçado.

- Vamos matar – disse Raditz – mas não sei quanto a você... mas eu não quero matar um traidor e continuar servindo a outro...

Os dois se encararam. Vegeta deu um sorriso maligno para Raditz. Os dois sabiam que ambos odiavam Freeza da mesma forma, e sempre haviam desejado a morte do responsável pela morte de seus pais. Mas nunca haviam pensado em unir forças contra ele. Até aquele momento.

- Você poderia me contar mais sobre a "peça" que você quer pregar nele...

- Posso – Raditz deu um sorriso largo e radiante – e tudo vai começar com o assalto a uma certa diligência... que na verdade não vai acontecer.

***

Freeza tinha a pele muito clara e os olhos de um violeta pálido. No peito, próximo ao coração tinha um lagarto tatuado, que lhe rendera o apelido de "o lagarto". Quem não o conhecesse bem, acharia que o homem era fraco e doente, mas nada podia ser menos verdade. Ele tinha uma ótima pontaria, além de ser hábil com uma faca nas mãos, e seu corpo magro era mais forte que parecia, porque ele não tinha os vícios dos demais homens, quase não bebia e não fumava, embora tivesse a estranha mania de enrolar cigarros e acendê-los, mas deixá-los queimar lentamente, enquanto apenas olhava. A única coisa que o estimulava era comandar.

No começo, ele ia aos assaltos com o bando e era sempre o que mais matava. Sua frieza e agilidade o fizeram temido. Quando o bando cresceu o suficiente para ficar conhecido, ele foi se retirando aos poucos e sendo cada vez menos visto. Até que era apenas um fantasma para a população comum. Um fantasma assustador.

Não que tivesse sido fácil. Muitos dentro do bando o haviam desafiado. E todos haviam morrido, muitos, os que haviam se atrevido a tentar matá-lo pelas costas, dormindo, indefeso... todos haviam sido surpreendidos pelo seu poder de reação. Ele se tornara o monstro que era aos 16 anos, quando cometera seu primeiro assassinato para o pai, que liderara o bando antes dele.

Quando o pai o aborreceu, ele o matou. Por anos confiou em King Vegeta, mas ele se mostrou fraco e Freeza também mando mata-lo. Mas durante toda sua vida apenas um homem realmente o deixou com medo.

Bardock. O melhor pistoleiro que ele conheceu na vida, um autêntico fenômeno que ele jamais desafiaria. Se ele não soubesse por Nappa que ele havia vendido suas pistolas, jamais o cercaria na diligência de West Sayan. Bardock poderia ter ocupado o lugar de Zarbon como seu braço direito, mas recusou e saiu do bando. Isso ele jamais havia perdoado.

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