Capítulo 7 - O novo emprego de Goku

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"Uma arma é apenas uma ferramenta. Não melhor e não pior do que qualquer outra ferramenta, uma pá - ou um machado ou uma sela ou um fogão ou qualquer coisa. Pense nisso sempre assim. Uma arma é tão boa - e tão ruim - quanto o homem que a carrega.

(Jack Schaefer, Shane – Os brutos também amam)

Goku piscou os olhos repetidamente para o rapaz gorducho diante dele e então perguntou:

- Quem é você?

- Meu nome é Yajirobe. Eu sou condutor da diligência que sai a cada sete dias aqui de West Sayan para Nova Sadala e volta para cá depois de sete dias.

- Sim, já ouvi falar nisso. – Goku sabia que seus pais haviam morrido numa daquelas diligências – Mas o que você quer comigo?

- Não sou eu... o meu chefe precisa de alguém para proteger a diligência... estamos sempre sendo assaltados pelos capangas do Freeza. Quando não é a gangue das aves de rapina, são os cavaleiros fantasmas ou os fanáticos do bando do Ginyu. Todos muito perigosos. Precisamos de alguém para fazer nossa escolta.

- E acha que eu posso ser essa escolta?

- Certamente. Tenshin me falou sobre você. Disse que você é bom de tiro, vi que ele tem razão.

- Mas eu já estou trabalhando para o senhor Kame...

- Ganhando quanto por semana?

- Dez dólares.

- Dez dólares? Dez dólares para ficar o dia todo enfiado naquele estábulo? Olha só, amanhã cedo procure o senhor Briefs no entreposto comercial. Ele vai te pagar mais que isso para proteger a diligência.

Goku deu de ombros e ficou de pensar. Ele foi embora para a estrebaria e, como na noite anterior, dormiu ao relento olhando as estrelas. Mas antes de dormir, pensou bastante. Ele já tinha mais de 10.000 dólares. Ao longo dos anos ele e seu avô haviam economizado 3000 com a venda de cavalos e ele conseguira vender a fazenda por 7000. Era uma pequena fortuna, mas ele juntara pensando que deveria ter dinheiro para começar a vida em West Sayan.

O emprego na estrebaria certamente não era o melhor do mundo, mas servia para ele não mexer no dinheiro que serviria para comprar ou construir a sua casa. Por outro lado, um emprego melhor poderia ser muito bom se ele se casasse com Chichi. Ele não tinha medo do perigo ou de bandidos: durante anos ele levara os cavalos da fazenda do avô até Nova Sadala e várias vezes enfrentara bandidos.

E ele já matara uma única vez. Não tivera escolha: ou matava ou morria.

Ele tinha 15 anos e levava uma parelha de cavalos todos parecidos não para Nova Sadala, mas para a fazenda de um cliente antigo de seu avô que queria 6 cavalos claros para conduzir uma carruagem. No meio da viagem, ele percebeu que era seguido: um bandido vinha atrás dele, primeiro como quem estava apenas por ali, depois, já expondo suas intenções ao perceber a pouca idade dele.

Cavalos claros eram caros e muito procurados. O bandido que perseguira Goku parecia disposto a qualquer coisa para ter aquela parelha. Devia saber que ele levaria os cavalos para a fazenda Pinguin. Goku sentiu o primeiro tiro passar zunindo do lado da sua orelha, uma mecha de cabelo foi arrancada pela bala. Ele olhou para trás. O homem era esguio, de meia idade, uns 40 anos, talvez. Tinha um bigode fino e olhos maus quando apontou novamente a arma para Goku.

Antes que ele atirasse, Goku percebeu o que ele ia fazer e antes do tiro atingi-lo, saltou do cavalo, rolando pelo chão. A bala o feriu de raspão e o homem guardou a arma. Goku achou que ele iria atrás dos cavalos e o deixaria para trás, mas, em vez disso, o sujeito puxou o freio da sua montaria e deu um sorriso mau. Goku soube o que ele queria fazer. Ele tinha caído do cavalo e rolado por um barranco na estrada, saía sangue do seu nariz e ele sentia um ardor doloroso no ombro, onde a bala passara, além de tudo, sentia poeira na garganta. O homem não queria o risco de ser seguido pelo jovem negociante.

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