West Sayan

Capítulo 28 - Como nasce uma lenda

"Quando você está sofrendo é que você mostra quem você realmente é"

(Ed Harris como o homem de Preto em Westworld, temporada 1, episódio "Chestnut")

Quando os traidores são chamados de heróis (ou heróis traidores, ele supôs de maneira carrancuda), os tempos sombrios devem ter chegado ".

(Stephen King, o pistoleiro – A Torre Negra, volume I)

Vegeta e Caulifla se aproximaram da entrada principal da Cadeia de Nova Sadala, coisa que qualquer criminoso sensato evitaria com todas as suas forças, mas os dois não eram exatamente poços de sensatez. Caulifla ia calada e de cabeça baixa, seguindo exatamente as instruções de Vegeta, que temia que o jeito rude dela pusesse tudo a perder.

A cadeia recebia religiosos a pedidos dos presos a qualquer hora, e Vegeta elaborara aquele plano sozinho, acreditando que teriam êxito se chegassem à noite e agissem rápido depois que Raditz recebesse o material. Diante dos portões fechados, Vegeta disse:

- Abram em nome de Jesus porque eu preciso salvar uma alma ainda essa noite!

Um guarda aproximou-se constrangido, mas com o chapéu eclesial e a barba, No escuro, Vegeta parecia realmente um padre, e disse, estendendo um documento com uma escrita em caligrafia rebuscada e com um selo vermelho em alto relevo.

- Vim a mando do Bispo de Nova Sadala, essa é uma carta episcopal.

- Mas... padre, eu...

- Padre não! MONSENHOR! Monsenhor Daishinkan, vim representando o Bispo Zen'Oh. Há um preso condenado que se recusa terminantemente a receber qualquer clérigo, não há?

- Bem, verdade. Há sim, ele está no terceiro andar, o maldito Raditz, se recusa a atender padres, pastores, ele diz que quer que os religiosos em geral sentem no colo do capeta e rebolem...

- Que sacrilégio – disse Vegeta, benzendo-se e olhando de lado para Caulifla, que o imitou, mas fazendo o sinal da cruz com a mão errada. – o bispo me mandou em missão para resgatar essa alma para a luz, senhor.

- Mas às dez da noite? Imaginei que a essa hora padres estivessem dormindo...

- E você acha que Satanás dorme, seu ímpio? - Vegeta encarou o homem com olhos furiosos e ele disse:

- Bem, vou mostrar a carta para o oficial Monaka, se ele autorizar...

Caulifla esperou o guarda saiu e disse bem baixo, tensa:

- E se mandarem a gente embora?

- Monaka é um idiota. Aquele documento falso custou uma grana, vai enganá-lo, você vai ver...

- E se aparecer o verdadeiro bispo ou algo que o valha?

- Você acha mesmo que algum padre vai se importar com a alma de um filho da puta que nem o Raditz pra sair de casa a essa hora para salvá-lo?

Caulifla riu. Ela se importava com Raditz, mais do que gostaria de admitir, principalmente perto da irmã, que o monopolizava. Não chegava a ser apaixonada por ele como a irmã, nem se sentia tão ligada a ele quanto a Vegeta, mas gostava do jeito dele. Não conseguia imaginar o mundo sem Raditz, na verdade.

Depois de uma espera que pareceu eterna, o guarda voltou, com o papel assinado pelo oficial Monaka e disse:

- Padre, o senhor tem meia hora, se ele ficar agressivo, chame um guarda. Preciso revistá-lo...

- Tudo bem.

- E à moça também.

- O QUÊ? - Vegeta protestou indignado, completando – Você vai OUSAR tocar numa serva do Senhor, numa esposa de Cristo?