Capítulo 36 - O pico da Cadeia do Norte

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- Vai ser interessante dormir olhando seu traseiro.

- Vai ser mais interessante ainda se eu te puser para fora da barraca.

- A lona é minha.

- Então eu saio! – ela disse, já fazendo menção de se levantar quando ele disse:

- Em vez de sair, pode se virar de frente para mim.

Ela o encarou e deitou-se de frente para ele, que disse:

- Eu gosto de conversar um pouco antes de dormir. E você?

- Nunca tenho com quem conversar à noite. Pelo menos desde que eu pedi o divórcio.

Ele não aguentou e perguntou:

- Por que se casou com aquele sujeito?

Ela suspirou.

- Eu tinha DEZOITO anos. E ele me pediu. Pareceu boa ideia. Mas depois que ele apareceu, quando passei quase dois anos acreditando que estava morto... e...

Ela queria dizer que o fato de tê-lo conhecido havia mudado a forma como ela encarava a ideia de um romance, mas não parecia ter coragem. Ele a encarou, os olhos pretos parecendo enxergar o que ela tinha a dizer. Ele abriu a boca e ia dizer alguma coisa quando soou uma trovoada do lado de fora e quase instantaneamente começou a cair um temporal. Em menos de 15 segundos, Goku estava dentro da barraca, molhado e dizendo:

- Acho que vamos ter que dividir a lona. Tá chovendo muito!

Vegeta o mirou com um olhar assassino e Goku disse:

- Que foi? Tá chovendo lá fora, eu não tenho culpa se você não trouxe uma lona grande!

- É que originalmente ela servia apenas para uma pessoa! – ele disse, sentando-se e puxando Bulma para que fizesse o mesmo. – agora vamos ter que dormir sentados e escorados um no outro. Que deliciosa essa aventura em que nos metemos...

Eles se ajeitaram sentados um de costas para o outro, as pernas cruzadas e, assim, tentaram dormir, apesar do temporal inclemente e da posição desconfortável. Pela manhã, Goku despertou vendo que a chuva passara e se levantou, deixando Bulma e Vegeta escorados um no outro.

Não havia muito jeito: a lama invadira a barraca e suas calças estavam imundas, as botas encharcadas. Foi até o seu bornal e pegou uma outra calça e outra blusa e rumou para o riacho. Só havia trazido uma muda de roupa, o que significava que deveria lavar aquela calça e a camisa e deixá-las esticadas penduradas em seu bornal no lombo de Kihoho para que secassem ao longo do dia.

Ele ficou nu, mergulhou no rio e lavou-se. Depois tirou a lama da calça e da camisa com a água, sem usar nenhum sabão, porque não levara, e, já limpo, vestiu-se e voltou ao acampamento. Olhou dentro da barraca. Vegeta e Bulma continuavam dormindo, embolados, mas agora deitados na lama sem perceber, ela com a cabeça apoiada no ombro de Vegeta num resultado bastante cômico. Goku cutucou os dois e disse:

- Ei, vocês vão precisar de um banho. E roupas limpas.

Vegeta levantou-se, mau humorado. Sua roupa preta estava com vários tons de marrom avermelhado graças à lama da clareira. O cabelo de Bulma estava emplastrado de lama.

- Mas que droga, Kakarotto! – ele disse – olha o lugar perfeito para acampamento que você arranjou.

- O que eu fiz? Só porque já tomei banho? Olha, já amanheceu, precisamos pegar a estrada. Quando conseguirmos a primeira esfera, vamos na direção Norte e tem umas cidades no caminho.

- Eu vou tomar banho – disse Bulma, pegando ela mesma uma muda de roupa e indo na direção do riacho.

- Vocês podiam tomar banho juntos para economizar tempo! – disse Goku. Bulma o olhou, zangada.

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