Capítulo 23 - Amor é liberdade

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- Não precisa se preocupar, Chi. Se vamos ficar casados por toda vida, então temos todo tempo do mundo para aprender. – ele baixou os olhos e disse algo que ela não sabia – eu sou tão inexperiente quanto você. – ele a olhou nos olhos, vendo a surpresa e disse – e eu acho que talvez seja importante ter calma, aprendermos juntos. Mas eu queria te pedir uma coisa.

- O quê? – ela o encarou, intrigada.

- Esse pijama é muito bonito, mas eu prefiro usá-lo no inverno, sabe? Posso pelo menos tirar essa blusa? Eu não durmo de camisa no calor...

- Pode – ela sorriu aliviada – e eu acho que... não tem problema nenhum nisso.

Ele sorriu e tirou a camisa. Ela ficou olhando o peito dele nu e lembrou-se da primeira vez que o vira sem camisa, pintando a igreja. Havia sido difícil não olhar para ele, então. Ele apagou o lampião e acolheu-a em seu abraço. Ela buscou os lábios dele com os dela para um beijo como o daquele dia sob a macieira e ele retribuiu. Mas ela percebeu que ele segurou-se para não tocá-la. Afastou o rosto do dele e encarou os olhos negros e brilhantes antes de murmurar:

- Eu te amo, Goku. – aconchegou-se a ele e disse baixinho – me ajude a perder o medo.

Ele a abraçou forte e disse:

- Prometo.

Adormeceram aconchegados. O cheiro de Goku era ótimo, ela pensou. Mesmo suado e sujo, o que não era o caso naquele momento, ele cheirava melhor que qualquer homem naquela cidade, que, afinal, costumavam feder despudoradamente a suor, roupas sujas, bebida e tabaco. Sem nenhum dos vícios daqueles homens, seu marido tinha uma mistura de cheiros que lembrava madeira e couro bem tratado e que resultava tão agradável que naquele momento a acalmou e a fez dormir profunda e tranquilamente no seu abraço carinhoso.

***

Acordaram no dia seguinte quase juntos, e, enquanto Chichi assava pães de leite para o café da manhã, ouviu o tio dele chamando-o à porta. Toma vinha chamar Goku para ajudá-lo em um serviço de obra ali mesmo na cidade que pagaria ao rapaz vinte dólares por dois dias. Ele estava sem ajudantes porque o filho Turles se juntara ao exército. Chichi o incentivou a ir, mas ele disse, assim que se levantou da mesa:

- Eu volto para o almoço. Deus sabe como é horrível a gororoba que meu tio faz quando estamos trabalhando! Já te disse que ele faz a pior sopa de aveia do mundo?

- Já – ele riu e beijou-o – vou ver o que preparo para o almoço, mas antes preciso ferver todo aquele leite. – ela apontou para o tonel de leite que seu pai entregara naquela manhã.

Ela trabalhou a manhã inteira, depois de ferver o leite e preparar o coalho do queijo que faria mais tarde, ela arrumou e limpou a casa e então fritou linguiças e preparou batatas para o almoço. Goku entrou em casa e a ergueu pela cintura, dando voltas com ela pela cozinha enquanto ela ria de gargalhar da alegria dele.

À tarde ela percebeu que faltavam algumas coisas em casa e foi até a loja de Bulma comprar o que faltava para completar o assado de carne de ovelha que estava fazendo. Seu pai trouxera a carne para ela depois do almoço e ela pensou em impressionar o marido.

Bulma estava encostada no balcão, com a mesma expressão de tédio de sempre. Chichi foi pedindo o que precisava e ela foi pegando tudo até que disse:

- Dois dólares e quarenta centavos.

Chichi pegou o dinheiro e Bulma a observou, atenta, antes de perguntar:

- Como está a vida de casada?

- Boa – disse Chichi, corando.

- Tem certeza? – Bulma perguntou, curiosa – ele não foi bruto contigo, foi?

West SayanWhere stories live. Discover now