Capítulo 32

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Faltavam dez minutos para a meia-noite. Regina ainda não tinha parado o trabalho para ir descansar.

Estava entretida com uma planilha de patrimônio quando seu celular começou a tocar. Antes de ver quem era, sorriu. Já sabia que era sua Emma. Naquele horário, só podia ser ela.

— Oi, meu amor. — Atende animada. Nem parecia que estava cansada.

— Ei, infelizmente eu não poderei demorar muito, então só estou ligando para ouvir tua voz, dar boa noite e dizer que te amo. — Avisa com pesar e a animação de Regina morre no mesmo instante.

— Não acredito que a minha hora mais desejada do dia acabará em menos de dez minutos. — Diz, visivelmente chateada.

— Sinto muito, meu amor. — Um bipe soa do celular de Regina e a loira escuta. — Alguém está te ligando? — Quis saber, curiosa. Regina afasta o celular da orelha e confirma que estava recebendo uma ligação, porém de um número desconhecido.

— Sim, mas eu não sei quem é. — Dá de ombros, pouco se importando. — Amor, o David veio aqui para me convidar para uma festa na casa dele, no final de semana, tudo bem para você se eu for?

— Regina! ― Exclama em tom repreensivo e a morena fica confusa. ― É claro que você pode ir, meu amor. — Responde em tom de obviedade e Regina sorri, entendendo então o motivo da repreensão. — Eu sou sua namorada, não sua dona. Jamais vou te impedir de fazer qualquer coisa que queria ou de ir em qualquer lugar só porque eu não estou com você. Não acredito que você pensa que eu sou desse tipo. ― Fala em tom brincalhão e as duas sorriem. ― Além do mais, eu confio em você e sei que não faria nada que pudesse prejudicar nossa relação. — Acrescenta com sinceridade em um tom mais sério, deixando a namorada feliz. — Amor, agora eu vou precisar desligar. — Avisa tristemente e o sorriso da fotógrafa murcha no mesmo instante. — E você também precisa, já que a pessoa que te ligou ainda não desistiu. — Comenta, referindo-se ao bipe que voltou a soar no celular da morena.

— Tudo bem, meu amor. Bom trabalho.

— Para você também! Até amanhã! — As mulheres encerram a ligação ao mesmo tempo e quando Regina afasta o aparelho da orelha, fica encarando a tela. Não estava mais tocando, porém tinha duas chamadas perdias de um número que ela não conhecia. Espera por alguns segundos para ver se irá retornar e quando não acontece, deixa o celular em cima da mesa, porém antes que voltasse para o notebook, o celular vibra.

— Quem é? — Pergunta assim que atende, bastante curiosa para saber quem era o insistente.

— Ei, Regina. — Uma voz bastante grossa saúda com animação e Regina franze o cenho, não identificando o dono. — É o Robin. — Identifica-se, clareando a mente da morena.

― Ah! Oi Robin!

— Não conhece mais minha voz por telefone? — Indaga em um falso tom de decepção.

— Eu sei que naquela época sua voz já era bastante grossa e tudo mais, mas ainda assim, parece que ainda tinha o que mudar, não é? — Defende-se. A voz do homem estava muito diferente da última vez que a ouviu.

— É verdade. — Ele concorda sorrindo.

— Você e sua mania de ligar tarde da noite. — Finge irritação. — Espero que ao menos na parte da manhã o hábito de me tirar da cama tenha mudado. — Fala bem-humorada, causando risos no homem. Tanto na época em que namoravam, quanto quando eram apenas amigos, Robin tinha mania de ligar antes de oito da manhã, sempre lhe tirando de um sono gostoso.

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