― Você já foi da igreja? ― Pergunta, surpresa com mais essa informação. ― Pensei que as surpresas parariam no seu pai.

― Acho que metade dos brasileiros já devem, em algum momento da vida, ter feito parte de alguma igreja. ― Retruca pensativa, lembrando que praticamente todos que conhece do Brasil, em algum momento já foi de Igreja.

― Minha mãe era da igreja. Eu a acompanhei algumas vezes. ― Relembra com pesar e Regina se apressa em lhe puxar para um abraço apertado. ― Acho que é melhor você continuar porque eu estou muito curiosa. ― Comenta bem-humorada e as duas se separam.

― Bem, então... ― Volta à sua posição e respira fundo. A partir de agora seria a pior parte da história. ― A cada dia eu sofria mais com os erros dele, porque ele me enganava demais e eu o amava demais. Robin sempre me dizia uma coisa e fazia outra, me dava esperança de que tudo melhoraria e depois eu via o quanto ele estava mentindo. ― Balança a cabeça negativamente, lamentando o quanto foi tola de acreditar. ― Ele já não era o mesmo e aquilo me doía tanto. Na escola, eu passava todas as aulas chorando e de cabeça baixa, não queria saber dos meus amigos, não tinha ânimo nem para comer, estava emagrecendo, ficando com alguns problemas de saúde. Algumas pessoas tentavam me ajudar, mas era em vão. O pior é que apesar das atitudes dele eu ainda via um vestígio do amor que um dia ele sentiu por mim. — Fala irritada. Falar sobre o passado não lhe deixava mais triste, mas algumas partes ainda a deixava com muita raiva. — O bom é que a família dele sempre gostou de mim e me apoiou e ajudou muito. Sempre que tinha a oportunidade, falavam para ele que eu era a pessoa certa, mas poucas foram às vezes que ele ouviu e veio para mim. Era como se essa garota tivesse jogado algo de muito ruim para cima dele, para segura-lo. Algumas vezes ele até tentou se afastar dela, mas nunca dava certo. ― Faz uma pausa. ― Ao menos quando ele mentia para mim e eu descobria e começava a fazer perguntas, ele me falava a verdade. Pelo menos isso. ― Diz pensativa. ― Um dia isso tudo acabou e quando eu completei quinze anos de idade, começamos a namorar sério.

― Isso tudo foi antes de vocês começarem a, de fato, namorarem? ― A loira pergunta chocada e Regina assente.

― Está achando muito? ― Swan balança a cabeça afirmativamente. ― Bem, eu nem contei tudo, com todos os detalhes, porque se fosse realmente fazer, passaríamos horas e horas aqui. ― Fala, chocando a namorada. ― Mas bem... No começo tudo era uma maravilha, Robin tinha voltado a ser o garoto que eu conheci quando criança e nós estávamos indo muito bem, mas aí a garota reapareceu, infernizando a minha vida novamente. Os dois começaram a se falar pela internet ou por ligações e quando eu descobri, perdi a paz completamente e voltei a ser muito desconfiada. Por conta disso, tudo que ele fazia, eu desconfiava e nós acabávamos brigando. Teve uma época que eu estava tão irritada e louca com isso tudo que cheguei a fazer três loucuras. Uma foi acabar com um fone de ouvido que ele usava enquanto eu falava, outra foi quase rasgar a gola de sua camisa quando ele me confessou algo que me machucou muito, e a outra foi uma tapa no rosto. Era uma loucura. ― Balança a cabeça negativamente. ― Já fiz tanta besteira por ele, tanta loucura e me humilhei tanto. — Diz envergonhada. ― Um dia ele marcou um encontro com essa garota na escola, porém no meio do caminho, diz ele que resolveu pensar em mim e desistiu, mas a menina foi assim mesmo. Quando os dois se encontram, ele a mandou embora, mas ela não obedeceu e, diz ele, que ela o beijou. Robin não correspondeu, mas também não a afastou. ― De repente, Regina tira as pernas de Emma de cima da sua e se levanta. A loira lhe lança um olhar interrogativo. ― Eu vou buscar água, minha garganta está seca e ainda tem muito para falar. ― Explica com tranquilidade e sorri da expressão de espanto da namorada.

A fotógrafa passa alguns minutos fora e quando volta, está com uma garrafa cheia até o bico, de água e dois copos. Entrega um para Emma e enche um para si.

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