Filha? ― A voz amorosa de Henry chama a atenção das duas.

― Pai! ― Responde, sentindo o coração pular no peito.

― Como você está, minha princesa? ― Sua voz sai trêmula. Independente de quanto tempo eles tenham passado sem se falar, dias ou semanas, as ligações eram sempre cheias de saudade e emoção. Algumas eram mais que outras. Principalmente entre Regina e Henry.

― Eu estou bem papai, e vocês dois, como estão? ― Responde com a voz um pouco embargada e Emma lhe lança um olhar curioso, querendo entender o que estava acontecendo. Uma solitária lágrima escorre pelo seu rosto e antes que enxugue, a loira se apressa em passar seu polegar. ― Ele perguntou como eu estou. ― Traduz, afastando-se um pouco do microfone. ― Você precisa aprender português com urgência. ― Fala entre sorrisos, empurrando-a com o ombro.

― Ensine-me. Aprenderei com prazer. ― Fala com malícia, dando uma piscadela e beija-lhe os lábios com lentidão, excitando-a.

― Estamos bem, minha princesa. ― O velho responde, interrompendo as duas e elas se afastam no pulo, como se tivessem sido pegas no flagra. ― Só sentindo falta das minhas meninas mesmo. ― Acrescenta em um tom triste. — Aliás, nós temos uma novidade para você. ― Conta com entusiasmo, mudando completamente o humor e o ar melancólico da conversa.

Uma novidade? ― Pergunta curiosa, remexendo-se no lugar. Emma questiona o que o homem disse, mas ela levanta a mão em um pedindo para que espere.

― Aprendemos, finalmente, a falar em inglês. Agora poderemos ser independes quando formos te visitar. ― Conta animado e Regina sorri, gostando de ver a alegria do velho Mills.

― Principalmente quando quisermos sair para namorar um pouco. ― Cora acrescenta e Regina faz uma careta, imaginando sem querer o que não deveria.

Mamãe! Essa parte eu não precisava saber.Reclama e escuta os dois caírem na gargalhada. ― Eles disseram que aprenderam a falar em inglês e eu fiz uma careta porque mamãe falou algo traumatizante. ― Sussurra para a loira, novamente fazendo uma careta.

― Peça para eles falarem em inglês. Diga que é para treinar. ― Emma sugere e Regina assente, gostando da ideia.

― Já que vocês aprenderam a falar em inglês, vamos continuar a conversa em inglês para vocês treinarem e eu poder ver que realmente aprenderam. ― Desafia-os e logo os dois concordam animados, já respondendo em inglês.

― Muito melhor agora. ― Emma sussurra, fazendo um "ok" com os dedos.

― Por que você ligou uma semana antes, meu amor? ― Henry pergunta curioso, mudando o assunto completamente. ― Não que eu esteja reclamando, claro.

O coração de Regina volta a bater com força e todo o nervosismo que havia se esvaído com a conversa tranquila, volta com tudo. Ela respira fundo, buscando a coragem novamente e Emma aperta sua mão, passando-lhe forças.

― Eu também tenho uma novidade para dar para vocês dois. ― Fala num fio de voz.

― Está tudo bem, querida? Sua voz está soando preocupada. Eu diria até que amedrontada. ― Henry conhecia bem demais a filha que tinha para saber quando a sua voz vacilante era de medo, preocupação, nervosismo ou emoção.

― Eu estou namorando há dois meses. ― Fala rapidamente, fechando os olhos e Emma lhe abraça apertado.

― Que maravilha, minha filha. ― O senhor comenta, todo contente. — É por isso que estava com medo? ― Pergunta confuso. ― Você não é mais uma adolescente e pode namorar com quem quiser, meu amor. ― Tranquiliza-a, acreditando que aquele era o problema da sua hesitação. ― Eu só espero que ele seja uma boa pessoa e seja alguém sério e de respeito, senão irei aí ter uma conversinha com ele. ― O coração de Regina apertou quando ouviu o pai falar o pronome ''ele''. Ao fundo, ela e Emma escutam Cora falar, mas apenas Regina entende o que a mãe diz por a ela ter falado em português.

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