— Então por que essa expressão triste? — Sentou-se na cama, juntando os joelhos e os abraçando.

— Não estou triste. É apenas impressão sua. — Virou-se para ela com um sorriso falso, que passou despercebido. — Agora vamos dormir que já está tarde, e amanhã o dia é longo e cheio de trabalho.

E então, puxa o braço de sua noiva consigo, e se vira novamente, rodeando o braço por seu corpo em um abraço. Fecha os olhos e, silenciosamente, pede aos céus, que tenha bons sonhos, e que todos sejam com Regina Mills.

•§•

Dez anos depois...

Nova Iorque — Estados Unidos da América. 03-07-2014

— Bom dia, Nova Iorque! — Mills murmura ao se levantar da cama e ir para a janela de seu apartamento localizado em Upper East Side para olhar a cidade que nunca dorme. Sendo um dos melhores prédios da redondeza, o apartamento ficava no último andar do prédio, dando a dona uma ótima vista da cidade e do Central Park.

Fazia dez anos desde que Regina Mills decidira recomeçar sua vida no país e não podia estar mais feliz pela escolha que fez anos atrás.

Mais tarde sairia com os amigos para comemorarem mais um ano de sua nova vida. Se dependesse deles, essa comemoração nunca acabaria.

— Bem que Ariel e Graham podiam estar aqui comigo hoje. — Diz triste. Sentia muito a falta dos amigos e nada tinha o poder de diminuir isso se não fosse a presença deles ao seu lado. — Bem que poderiam ser menos teimosos e me deixarem comprar como um presente, a passagem deles para cá. — Revira os olhos ao se lembrar da teimosia dos dois. Sempre que pedia aos amigos para comprar as passagens, para que pudessem passar um tempo com ela, diziam que não, porque não queria incomoda-la e que preferiam usar o próprio dinheiro para isso. Era sempre a mesma coisa. Sempre a mesma resposta. E por isso, desde o dia em que foi embora, só viu os amigos pessoalmente, doze vezes. Dez das vezes foi nas visitas que faz anualmente aos pais e as outras duas quando eles, finalmente, acompanharam seus pais e sua irmã em dois fins de ano e vieram lhe visitar. Mas isso já faz anos. Foi logo no começo, assim que se mudou. — Ah que saudade eu sinto de vocês, seus ridículos. — Sorri, passando as mãos pelo rosto. — Que saudade de vocês, Henry e Cora Mills. — Olha para a bela paisagem que há em sua frente, mas com um olhar perdido no nada. Sua mente viajando até seus pais no Rio de Janeiro, lembrando de bons e ruins momentos que já viveram ali. — E por incrível que pareça, até de você Rafael, eu sinto falta. — Murmura sorrindo, balançado a cabeça de um lado para o outro. Nunca pensou que sentiria falta do antigo trabalho e muito menos do chefe chato, mas que lhe ajudou tanto, dando-lhe a primeira oportunidade de trabalho no mercado, que só exigia experiência. — Preciso ligar para Ariel ou então morrerei de saudade. — Limpa as solitárias lágrimas que desceram pelo rosto e sai pelo apartamento à procura de seu celular.

•§•

— Ariel? — Chama animada, assim que a ligação é atendida.

— Não minha linda, aqui é o Graham. — Responde-lhe sorrindo. Ao seu lado, Ariel pede-lhe que coloque no alto-falante para que também pudesse ouvir a conversa e interagir.

— Espera... O que? — Fez uma expressão confusa e afastou o aparelho do ouvido por alguns segundos, olhando o identificador de chamadas para ter certeza de que havia ligado certo. Graham? — Pergunta confusa. O que você faz na casa da Ariel uma hora dessas? — Questiona extremamente curiosa. Ao escutar a risada do rapaz, e a da própria amiga, a resposta óbvia passa por sua cabeça. — Vocês... — Abre um enorme sorriso ao imaginar os amigos como um casal de namorados. — Vocês estão...

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