Capítulo 30 - Doriam

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Terna é tímida, quando os supremos soberanos vem ao nosso encontro para nos parabenizar, ela age como uma perfeita dama, conversa com nossos convidados, dá palpites sobre temas importantes. Ela é uma soberana inteligente e charmosa, e sim arranca olhares de outros, não como Ivy o faz, mas foi só o ato da esposa de meu irmão ir embora que todos notam Terna, mesmo ela não percebendo tais atenções. É um grande oposto de Ivy, e sinto-me um idiota por ter sido tão arrogante a noite inteira.

Meu coração parece pertencer a outra, mas talvez seja um erro não tentar me apaixonar por minha esposa. Vou oferecer tudo que tenho a ela. Afinal sou um bom amante. E está na hora de mostrar os novos aposentos de minha esposa.

-Venha. –Digo a ela, estendo minha mão. Terna sorri daquela maneira cheia de afeto, e divindades é um sorriso lindo, seus olhos grandes mechem de alguma maneira comigo, e curioso não vejo a hora de descobrir mais sobre ela.

Terna pega em minha mão e se deixa ser guiada para nossos aposentos. Ela nota quando passamos direto a porta do meu quarto.

-Pensei. –Diz ela, mas fica muda. Suspiro um tanto irritado, ela não sabe, mas meu quarto está preparado para receber Ivy, tinha certeza de que ela me escolheria, e durante a festa tive o cuidado de pensar onde levaria Terna, para não magoa-la.

-Vamos passar nossas núpcias em nosso reino. –Explico o obvio, e seus olhos brilham como mil estrelas, e por todas as divindades, meu corpo responde aquele olhar. Eu paro e a beijo, sua boca é macia e delicada. Terna se entrega aquele beijo cheio de desejo, minhas mãos escorregam por seu vestido vermelho. Percebo um tanto desconcertado que a prensei contra a parede, e meu quadril comprime seu pequeno corpo com posse. Me afasto. –Peço desculpas... eu não sei o que está havendo comigo.

E realmente não sei, mas desde que nos unimos é como se uma loucura obscurecesse minha mente, sinto-me afundando sem saber para onde. Me vejo longe de Ivy, estendo meus dedos para outra que não desejo, ou assim eu pensava. Nunca me mantive casto, fiquei com semi soberanas, e mulheres de outros mundos, mas eu sabia que o momento de unir a alguém chegaria. Não sou cego, Terna é tudo o que se espera em uma boa rainha, ela pode não ter a intimidade que Ivy tem com outros seres, mas sempre teve opiniões e se perguntado saberia opinar sobre qualquer assunto.

-Eu gostei. –Dito isto ela fica vermelha. Sorrio para seus olhos de corça.

-Não se envergonhe. –Digo retirando mechas vermelhas de seu rosto. –Vamos ser nós dois, eternamente.

Ela concorda com entusiasmo, e continuo a levando-a para o portal. Ao atravessarmos sinto o choque.

Tanto ela quanto eu sentimos.

Caio de joelhos, e Terna solta um grito agonizante. Ruídos e sons invadem minha mente. Terna, ao meu lado choraminga, estamos em meus aposentos, e ela se arrasta para longe, como se desta forma fosse me poupar de tal tormento.

-Se afaste Dorian, deixe que eu cuido disto. –Ela aperta a cabeça. Mas não consegue impedir o tormento.

Então ouço as preces dos gardianos para minha esposa.

"Só quero continuar bebendo, não faz mal a ninguém, aquela vadia apanha por que merece, ela me provoca"

"Qual o problema que todos vêm em roubar, em querer pegar um pouco desse ouro para mim? Olha o quanto essa vadia tem"

"Se ele não me quer, vou mata-lo."

"São crianças nojentas, não merecem jantar e roupas limpas, eu as amo, mas gostaria que se afogassem em um rio"

Os Soberanos de GardiaWhere stories live. Discover now