Capítulo 8 - Ivy

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            Não consigo dormir, meu peito está repleto de angústia, apenas pressinto que preciso conhecer o Reino de Doriam e não posso esperar mais. O sentimento é tão forte que levanto e vou até o grande salão, ainda não amanheceu, começo a caminhar de um lado para o outro impaciente. O que está acontecendo comigo? Por que sei que preciso estar lá, e logo. Não me contenho e vou em busca de Doriam.

Não bato na porta, nunca bati e não vai ser agora que vou começar. Simplesmente adentro no quarto. Não que já não estivesse ali antes, afinal escondi suas joias tantas vezes que perdi a conta. Mas adoro o tom rústico que ele mantem na decoração, é como se um bárbaro e um rei estivessem competindo, ou melhor se juntando em uma combinação perfeita. Há quadros de guerras espalhados pelo quarto, que é realmente grande, o carpete no chão é dar cor de seus olhos vinho, a cama é negra e imensa e está desarrumada, existem duas portas, imagino que uma seja um closet e a outra o banheiro, sua adega está lotada de vinhos e cálices.

Doriam está dormindo e mesmo com meus quinze anos, não contenho a vontade de jogar algo nele para acorda-lo. Como um guerreiro consegue dormir quando outras pessoas invadem seu quarto? Pego uma almofada no chão e a atiro contra Doriam, que a pega e a abraça, mas continua dormindo. Reviro os olhos, Doriam tem sono pesado.

A angústia toma conta de mim novamente e vou até ele.

- Ei... Doriam. –Sussurro. Toco no ombro dele e sou puxada para seus braços, dou um gritinho.

–Sabia que minha semi soberana da ventania não ia conseguir ficar longe de mim. –Começo a rir, mas paro no momento que nossos lábios se tocam. E sem pensar duas vezes minha mão esta grudada na cara de Doriam. Ele me olha com um misto de sono e pavor. –Mas... o que?

Me desvencilho dele.

-Seu maníaco sexual. –Acuso.

-Desculpe, mas não sou eu que estou no seu quarto, em cima da sua cama. –Ele fala, mas suas bochechas estão em chamas, talvez seja por conta do tapa. –O que você quer?

Resmunga constrangido.

-Mas não sou eu, que passo minhas noites com...hum... Ventania? – Rio. Ele afasta a ideia com as mãos e me encara, esperando que eu me explique. –Ok, olhe só, preciso muito ir para seu reino. Tipo, Agora!

-Você não é um supremo para falar desta maneira comigo, mocinha.

-Papai vai ficar contente em saber que esta mocinha já deu seu primeiro beijo. –Fico olhando ele em desafio, ele suspira e assente. – Ótimo, vamos.

Digo puxando as cobertas, mas ele me impede e volta a ficar vermelho.

-Espere lá fora. –Diz ríspido. Eu fico parada olhando para ele com desconfiança. Ele revira os olhos. –Estou pelado. Está feliz? Agora some do meu quarto, para que eu me vista.

Saio, mas antes de bater à porta rio e digo.

-Nojento. –Escuto o travesseiro batendo contra a porta assim que ela é fechada. Espero que ele esteja pronto, escuto o barulho de agua e desisto de esperar na porta, tem um rizaman nos meus pés e eu pego no colo. –Você é um bonitinho.

Fico ali observando o rizaman correr enlouquecido como se tivesse muito energia, o que de fato eles tem. Então outro se aproxima, escuto o som de mais se aproximando, mas não me viro para vê-los para não perder o rizaman doido de vista, o rizaman perto de mim coloca a cabeça em meu colo. Eu afago seu pelo e ele se sacode. Suspiro alto e ele me olha interrogativo.

Os Soberanos de GardiaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora