Capítulo 17 - Terna

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No momento em que vi Doriam sabia que era ele. Meu coração saltou, meu peito doeu, mesmo a beleza de Ravi foi incapaz de me afastar meu sentimento, Doriam é um tipo de soberano capaz de despertar o meu interior congelado, eu não conseguia ver isto com minha frágil juventude, ele era alguém que eu sabia ter potencial para ser meu parceiro, contudo mantive afastado meus olhos de sua gloriosa beleza, e esta noite o soberano de olhos cor de vinho, preencheu os salões com seu ar destemido, não é toa que ele é Determinação. Contudo ele não me olhou com desejo no banquete de comemoração. Ravi me olhou com desejo, e até sorriu para mim, Doriam até passou seus belos olhos por mim, vi que ficou intrigado com o que viu, e meu rosto ardeu sob a compreensão de que queria ele. Embora no momento que Doriam colocou seus olhos em minha alegre irmã o resto pareceu de dissolver, foi só Ivy entrar no salão que ele me esqueceu, seus olhos que antes me olharam fixaram nas curvas de Ivy, com um desejo que constrangeu semi soberanos a sua volta.

Mesmo quando Ravi e Ivy olharam-se com tanto amor, ele não percebeu, embriagado com a beleza de minha "irmã", tonto de desejo pela radiante presença dela. Confusa, percebo que ambos eram meus quanto saíram deste reino a cem anos atrás, os dois me olhavam com promessas nos olhos, Doriam era o mais receoso, mesmo assim eles conseguiam ver minha maturidade perto da soberana da esperança.

Agora estão obcecados por ela.

Sim, os segui, vi a briga entre eles, e sei que estão disputando o amor da minha irmã festeira. Minhas costas encontram uma arvore, meus olhos ardem, não quero perder Doriam. Vou mostrar que sou a mais digna do amor dele, serei a esposa perfeita. Sorrio pensando em Doriam me abraçando, seus lábios tocando os meus, suas mãos embriagadas com meu corpo. Sim, ele e eu somos destinados, assim como Fairy disse que Ivy está destinada ao Ravi.

-Doriam. –Digo para ninguém.

Dou-me o presente de baixar a guarda quando penso nele, e as orações voltam com uma arma letal contra meu crânio.

"Vou atrás deles, só preciso disto para conseguir, e quando os pegar vou"...

-Não o fara! –Grito, caindo de joelhos no chão. –Não... não pode...

-Terna, é você? –Olho espantada Doriam vindo em minha direção, seu semblante está preocupado, levanto com rapidez, tirando o pó de estrelas dos joelhos.

–Meu soberano. –Digo fazendo uma leve reverencia.

-Alguém ousou importuna-la? –Pede entredentes, ele toca meu cotovelo. Respiro fundo, alarmada com sua presença, grata por seu toque. –Conte-me para que lado foi o maldito, vou cuidar pessoalmente para que jamais atreva-se a sequer olhar em sua direção.

Engulo a pouca saliva em minha garganta.

-Ninguém me dirige a palavra meu Soberano. –Digo, quando ele estreita o olhar, afasto o meu. –Ouvi algo que não queria, nas... preces de um gardiano.

Doriam fica mais confuso.

-Ora, o que pediram? –Pergunta sem se alterar, dou um passo para traz.

-Não dei atenção, foi algo, fútil, maldoso. –falo baixo.

-Seu poder é fraco. –Diz, fico chocada levanto o olhar, estou vermelha, ele continua. –Ninguém a sente Terna, você não permite que ele aflore.

-Eu... –Começo envergonhada, meus olhos começam a arder. Olho para Doriam esperando compaixão, mas ele permanece sério. –Talvez os gardianos não precisem do meu apoio quanto a, quanto ao que sou, ser a paixão é complicado, eles já tem o amor, e as vezes sinto que se eu incentivar estes apelos, eles podem se machucar...

Nunca consegui me abrir com ninguém, mas ele está ali questionando meu poder. E percebo que quero provar que sou forte.

-Doriam, eles são criaturas estranhas, talvez não percebam o que querem.

-E acredita que pode comandar a vida deles Terna? –Repreende. –Percebe como está sendo egoísta?

Nunca apanhei em toda minha vida, ninguém levantou a mão para mim, contudo aquelas palavras parecem ser um tapa.

-Não, estou protegendo eles, eles não merecem meu cuidado, se eu desse tudo que eles querem seria imprudente.

Ele ri, uma risada amarga.

-Veremos o que Ravi vai achar quando for a esposa dele, certamente sabe que seu poder quando fixado com o dele os tornara melhor, talvez seja o que você precise Terna, lhe falta coragem para ser melhor. -Ele percebe meu choque. –Me desculpe por ser sincero.

-Coragem ama Esperança, eles se completam neste quesito se quer minha opinião, acho que... acho que Paixão e Determinação faram um bem para seu reino, eu posso me tornar... melhor... com Determinação.

Doriam vacila, se distancia um pouco, larga meu cotovelo. Engole em seco.

-Terna. –E vejo em seu rosto que não vou querer ouvir suas próximas palavras então dou-lhe as costas e caminho com pressa, me afastando dele. –Terna?!

Grita meu nome, mas continuo andando. Isto não está acontecendo, não pode estar. Doriam, aqueles olhos cor de vinho me olhando com pena, com medo... Divindades, eu o amo, não posso deixar que se engane, não posso permitir que pense que pode me dispensar, sou filha de divindades, ele simplesmente não pode fazer isto comigo. Vou provar que mereço seu amor, ele chegou hoje, e talvez tenha razão sobre meus poderes de paixão. Contudo não posso ceder aos gardianos, eles não sabem o que querem. Vou fazer o meu melhor para mostrar que sou merecedora de seu amor e respeito.

-Doriam é meu, vamos nos casar, vou reger as trevas ao seu lado. –Falo como meu mantra. –Doriam é meu, vamos nos casar, vou reger as trevas ao seu lado... e Determinação, vai retribuir meu amor.

P\A

Os Soberanos de GardiaWhere stories live. Discover now