Capítulo 4 - Ivy

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-E quem disse que quero casar com você, seu rabugento.

-Vai casar com Doriam então. –Ele diz prontamente e vira as costas, eu começo a chorar alto.

-Não vou, ele não é legal. É mais rabugento que você, a Terna que vai ficar com ele, ela até me contou. –Digo limpando as lagrimas, nisso todos me olham indignados. E Ravi passa a mão no cabelo. –Você não vai casar com ela.

Mostro a língua pra ele.

-Nem com você, vai ser uma solteirona cheia de Rizamans.

-Gosto dos Rizamans, são mais divertidos que você, e eu vou casar com Spike.

-Ele é da Manola minha pequena... –Diz mamãe.

-Vou casar com o semi soberano da tentação. –Todos explodem na risada e eu saio chorando de lá.

Naquela noite tenho dificuldades para dormir. Pressiono o travesseiro novamente na orelha, mas ele continua tentando falar comigo. Jogo ele longe.

-Pare de falar comigo travesseiro, eu quero dormir. –Digo alto, mas continuo ouvindo. "Me de esperança de continuar" "me dê apenas uma esperança de que ficaremos juntos" "me dê esperança de ver meus filhos novamente" "preciso de esperança para poder vencê-lo". –Cale a boca travesseiro, peça esperança para mamãe.

Digo apontando meu dedo para ele no chão.

"Não quero morrer, preciso saber se há esperança de existir outras vidas, se terei outra chance".

-Mamãe não vai te matar travesseiro. –Digo correndo para ele. –Fique calmo, vê está tudo bem, você vai ter outra chance.

"Obriga pequena esperança"

-De nada... Mas agora vamos dormir, está bom? –Peço, mas continuo escutando, só que agora vem de todos os cantos.

Pego meu coelhinho e o travesseiro e corro para o quarto do papai. Bato até minha mão cansar. Por que será que toda vez que o castelo fica vermelho ardente eles nunca abrem a porta. Corro até a outra porta, mesmo sabendo que o rabugento me proibiu de visita-lo, chego à frente e fico olhando para a porta de Ravi. Engulo em seco e entro sem bater.

-Tem vozes no meu traveeeeesseeeeeeiroooooo. E mamãe e papai saíram. –Começo a fungar e jogo o travesseiro em Ravi que está de pé segurando seu próprio travesseiro. –Faça o travesseiro parar! A. GO. RA.

Digo imitando papai.

-O que você está ouvindo? –Ele pede um pouco pálido.

-O travesseiro pedindo esperança, já mandei pedir pra mamãe, e minha cabeça está doendo. –Fico choramingando.

-Tudo bem. –Ele se abaixa na minha frente. –Tente relaxar pequena.

-Nããão quero mais. –Choro, e ele revira os olhos.

-Se acalme, se estão pedindo por você, mostre que ao menos é capaz de deixá-los em paz e com o novo sentimento. –Fico olhando para ele sem entender, ele respira fundo. –Você é um sentimento agora, os humanos desconheciam o que era ter esperança antes de você surgir hoje à noite, veremos como isso alterou o mundo dos humanos.

-Não quero essas vozes. –Bato o pé e fungo.

-Elas vão ficar em um canto da sua mente, quando aprender a controlar, mas tente sempre mandar energia boa para esta parte de sua mente. –Diz ele como quem sabe das coisas.

Escuto o que ele diz com atenção e me concentro nas vozes, sinto a energia boa que ele disse que existia, em meu corpo e mando tudo que possuo para as vozes. Minha visão fica turva de repente, mas como as vozes diminuem continuo mandando a energia para elas, caio de joelhos no chão e sinto as mãos de Ravi me segurarem.

- Não desse jeito, sua desmiolada. –Ele me chacoalha. Faço uma careta para ele, mas não quero discutir, me sinto tão cansada. –Que droga, eles vão ter que parar... de...

-Brincar? –Peço rouca.

-Não é brincar... Não vou te explicar essas coisas. Siga-me, vamos falar com os soberanos. –Ele me deixa de pé e dou dois passos vacilantes para a porta, ele resmunga e me pega no colo. –Menina chata, tive que ajudar a derrotar monstros de dia, e a noite sou obrigado a lidar com uma peste como você.

-Não sou peste. –Digo, mas fecho os olhos. Acordo quando mamãe me pega nos braços. As vozes voltaram e tento mandar mais daquela energia.

-Pare imediatamente Ivy. –Diz Mamãe com a voz severa, imediatamente começo a chorar. –Por meu marido, acalme-se.

-NÃO. –Digo mordendo os lábios. –Quero o Ravi, ele não briga.

-Brigo sim. –Ele disse, e olha apavorado para Fairy. –Grito o tempo inteiro com ela.

-Papai já me explicou que é de brincadeira. –Ravi olha para trás de mamãe e encara papai, que dá de ombros e enche um copo com bebida de cheiro ruim.

-Ela é esperança. –Todos me olham como se eu fosse uma criatura estranha, então me escondo na axila de mamãe.

Escuto apenas quando ela fala.

-Coragem e esperança...

-Não sabemos ainda o que Terna é...

Olho para papai, e ele está evitando o olhar de todos.

-E então? –Pede Ravi.

-Terna está reclusa, vou ir até lá explicar... Já tinha sentindo esses poderes novos... Mas não tinha entendido, acho que terna é Paixão.

- E o que raios é paixão? –Pede Ravi. Fairy ri alto.

-Você sabe o que é esperança Ravi? – Pede mamãe.

-Claro que sei... MAS QUE DROGA.

Fico confusa com a fúria de Ravi, mais ainda quando ele sai resmungando e batendo a porta.

-Por que ele está bravo, mamãe?

Ela olha para papai e não responde minha pergunta, então volto a escutar as vozes.

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Os Soberanos de GardiaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora