Betting Her - Adaptação Bughe...

By litrolouis

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Ele era o membro de uma banda pop, ela era membro do clube de teatro. Ele sabia colar, ela era a cola perfeit... More

Cap.1 "Please, allow me to introduce myself" (Rolling Stones)
Cap.2 "But like none of em are (like you)" (Ciara)
Cap.3 "If you put me to the test, if you let me try" (ABBA)
Cap.4 "Would you tremble if I touched your lips?" (Hero - Enrique Inglesias)
Cap.5 "She's perfect, so flawless, I'm not impressed" (John Mayer)
Cap.6 "She's perfect, so flawless, I'm not impressed" (John Mayer)
Cap. 7 "Please let me know that my one bad day will end" (Blink 182)
Cap.8 "You know it's only just begun" (Nickelback)
Cap.9 "I wonder what's like to be loved by you."
Cap.10 "I wonder what's like to be loved by you"
Cap.11 "Do you care if I don't know what to say?" (There Is - Box Car Racer)
Cap.12 "It's just that no one makes me feel this way" (Justin Timberlake)
Cap.13 "I said too much again" (My Stupid Mouth - John Mayer)
Cap.14 "You make it easier when life gets hard" (Lucky)
Cap.15 "Can you feel the love for the first time?" (V Boys)
Cap.16 "My heart beats faster when you take me over" (Mariah Carey)
Cap.17 "One thing I can say, girl, love you all the time" (The Beatles)
Cap.18 "It may be over, but it won't stop there" (James Blunt)
Cap.19 "Back under the stars, back into your arms" (Avril Lavigne)
Cap.20 "I just don't wanna miss you tonight" (Iris - Goo Goo Dolls)
Cap.21 "You fave my life direction, a game show love conection" (Train)
Cap.22 "I've had you so many times, but somehow, I want more" (Maroon 5)
Cap.23 "If you wanna fight, I'll stand right beside you" (The Heart Never Lies)
Cap.24 "The truth hurts, the lies worse" (Broken Strings)
Cap.25 "I'm sorry for the things that I did not say" (Akon)
Cap.26 "You're acting like you're somebody else" (Avril Lavigne)
Cap.27 "Somebody made a bet, somebody paid" (Bruce Springsteen)
Cap.28 "And she comes and goes, like no one can" (John Mayer)
Cap.29 "Only you can cool my desire, I'm on fire" (Bruce Springsteen)
Cap.30 "Inside I know it's over, you're really gone" (Mariah Carey)
Cap.31 "That kinda lovin' turns a man to a slave" (Crazy - Aerosmith)
Cap.32 "Only in hopes of dreaming that, everything would be like it was before"
Cap.33 "Let's go all the way tonight, no regrets, just love" (Katy Perry)
Cap.34 "What if you did? What if you lied? What if I avenge?" (Creed)
Cap.35 "I knew about your plans to make me blue" (Marvin Gaye)
Cap.36 "I can't ignore you, you sent me spinning" (Boomerang - Plain White T's)
Cap.37 "But if you need me, I'll be there" ('ve Got You - McFLY)
Cap.38 "I don't want you to say a single word" (The Pussycat Dolls)
Cap.39 "The day has come and now you'll have accpet" (Oasis)
Cap.40 "I've found out a reason for me to change who I used to be" (Hoobstank)
Cap.41 "Espera, que o sol já vem" (Mais Uma Vez - Legião Urbana)
Cap.42 "Eu sou um acidente em câmera lenta" (Hear Me Out - Frou Frou)
Cap.43 "Trying to recall what you want me to say" (Kings Of Leon)
Cap.44 "But Angie, Angie, ain't it good to be alive?" (The Rolling Stones)
Cap.45 "In the way she moves, attracts me like no other lover" (The Beatles)
Cap.46 "And I don't know which way it's gonna go" (James Morrison)
Cap.47 "And you won't be alone, I am beside you" (Angels & Airwaves)
Cap. 48" I said, for you I'm a better man" (Better Man - James Morrison)
Cap.49 "I hate to look into those eyes and see an ounce of pain" (Guns N' Roses)
Cap.51 "I'm hanging by a moment here, with you" (Lifehouse)
Cap.52 "Forget yesterday, we'll make the great escape" (Boys Like Girls)
Cap.53 "With your pretty mouth, laughing with your broken eyes" (The Corrs)
Cap.54 "You made me feel like our love was not real" (Chris Brown)
Cap. 55" Give me reason, but don't give me choice" (James Blunt)
Cap.56 "Sishing to kiss you, before I rightly explode" (Jason Mraz)
Cap. 57"You see, she hides 'cause she is scared" (Red Hot Chilli Peppers)
Cap.58 ''And I don't wanna lose you" - Don't Let It Go To Waste - Matt Willis
Cap.59 ''Pois quando eu penso em você, eu não me sinto tão sozinha" - Owl City
Cap.60 "I just feel complete when you're by my side" - A Day To Remember
Cap.61 "Looking in your eyes, hoping they won't cry" - McFLY
Cap.62 PARTE I "Close your eyes, listen to my voice, I'm by your side"
Cap.63 PARTE II "Thousand miles seems far, I'd walk to you if I had no way"
Cap.64 "You and I know what this world can do" - Bruce Springsteen
Cap.65 "So much has changed, now it feels like yesterday I went away" - McFLY
Cap.66 "Cada palavra que você diz, deveria anotar. Não quero esquecê-las"
Cap.67 "Eu tenho uma última chance para encontrar a mim mesmo" - Last Chance
Cap. 68 "I forgive you for been away for far too long" - Far Away
Cap. 69 "It's been an everlasting summer since we found each other" - McFly

Cap.50 "I die when he comes around to take you home" (Damien Rice)

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By litrolouis

- Quer entrar? - Angie chamou, parada em frente ao condomínio.
- Angie... - Talvez fosse a hora de admitir - Algumas coisas mudaram pra mim, e eu... Eu acho melhor sermos só amigos.

Nos últimos dias vinha sendo difícil dar atenção à Angie, mesmo que apenas sexual, eu estava ocupado demais me preocupando com Elizabeth. Tínhamos nos aproximado na última semana, almoçamos juntos pelo menos três vezes depois da primeira, Veronica sempre estava junto e, no último dia, Barbára, Sweet Pea e Archie também foram. Ela parecia se divertir, e esquecer-se um pouco de como as coisas estavam conturbadas dentro de sua casa. Ela não havia falado nada sobre isso, e eu também não perguntei, não queria obrigá-la a pensar em coisas desagradáveis, minha missão era fazê-la dispersar-se disto.

- Faz quanto tempo que você está tentando me dizer isto? - Angie perguntou, risonha.
- Ah... Alguns dias, Angie. - Ri, sem graça - Me desculpe ter te enrolado...
- Jug, não é como se eu tivesse esperando um relacionamento sério, relaxa.
- Vou ser despedido? - Perguntei, rindo junto com ela.
- Vai, vai ser despedido se não entrar comigo agora pra gente se despedir.

Assim que entramos, Angie deixou seus casacos sobre o sofá, coberto por uma manta colorida. Pediu que eu ficasse a vontade enquanto preparava duas doses de whisky. Após entregar a minha, ordenou que eu esperasse ali até segunda ordem e sumiu em um corredor. Seu apartamento era pequeno, sala e cozinha juntas, separadas apenas por um balcão de mármore. Era tudo um pouco desajeitado, como se ela não tivesse tempo de arrumar. Tive a impressão que aquilo tudo era intocado, como por exemplo a tv, parecia nunca ter sido ligada.
Ouvi uma música de batidas divertidas começar, sorri, tomando um sorvo do meu whisky. Senti meu corpo todo estremecer num espasmo intenso, apertei os olhos e respirei fundo, depois tomei outro gole, e outro, até acabar com o conteúdo no copo.

- Jug, vem cá! - Ela gritou, prendi o riso e me levantei, seguindo até o corredor, a escuridão me impossibilitava saber o que me esperava, mas continuei andando.

Senti, pouco tempo depois, Angie me abraçar por trás, em um instante eu não via mais nada, ela havia me vendado, e agora me conduzia. Comecei a rir, tentando descobrir o que ela pretendia, mas ela não diria. Eu gostava disto. Senti meu corpo tombar numa superfície macia, logo meu quadril foi pressionado pelo que imaginei ser o seu. Suas mãos excursionavam meu peito, alisando-o sobre o tecido grosso do sweater, que logo não estava mais em meu corpo, fazendo caminho junto com minha camiseta.
Angie segurou ambas minhas mãos nas suas e começou a arrastá-las por alguma parte de seu corpo, lisa, quente, rígida. Talvez suas coxas, ou sua cintura. A curiosidade aguçada me fazia sorrir, ao mesmo tempo em que eu queria tirar a venda e saber o que ela estava fazendo, eu queria permanecer vendado pela excitação que aquilo estava me proporcionando.
Senti os bicos rijos de seu seio sob minhas palmas e tomei a liberdade de trabalhar sozinho com minhas mãos, apertando-os e massageando-os com calma. Eu ouvia os suspiros ruidosos vindos de Angie, enquanto seu quadril movia-se exatamente sobre minha ereção, que se formava pouco a pouco.
Senti seu corpo debruçado sobre o meu, sua língua sobre meus lábios, depois em meu queixo, pescoço, peito, barriga... Sem minha ajuda, retirou minha calça e minha boxer, dedicando-se a me chupar, nada mais. Angie sabia o que fazer, e era boa no que fazia. Eu não precisava conduzi-la, é como se ela sentisse a hora certa para intensificar os movimentos, quando deveria sugar, ou simplesmente lamber. Aw, eu sentiria saudade daquela boca.
Angie desistiu do jogo antes de mim, arrastando-se sobre meu corpo e retirando minha venda. O escuro limitou minha visão sobre seu corpo, mas sua silhueta era o suficiente pra mim. Empurrei meu corpo sobre o seu e grudei minha boca em seu pescoço perfumado, com suas nádegas perfeitamente encaixadas em minhas mãos, guinei seu quadril em direção ao meu. Ela estava completamente nua. Eu deveria saber.
Ligeiramente, Angie escapuliu de mim e virou-se de costas, apoiando suas mãos na cabeceira, me ergui sobre meus joelhos e alisei a lateral de seu corpo, encostando-me em suas costas enquanto beijava sua nuca e orelha, alisando sua barriga, seios... Sua pele completamente arrepiada encostava-se a mim, não diferente. Ela empinava sua bunda, roçando-a pelo meu pau, que pulsava, pedindo abrigo.
Angie o segurou pela base e empurrou-o contra sua cavidade, apertei seu quadril contra o meu, descontando ali a intensidade das sensações. Conforme nos acostumávamos com a posição, eu aumentava a frequência de meus movimentos. Angie implorava que eu fizesse mais força, contorcendo-se contra a cabeceira. Eu assistia as gotas de suor escorregarem desde a raiz de seus cabelos, presos de qualquer jeito, e deslizarem por sua nuca e suas costas, até encontrarem-se com sua bunda, pressionada contra minha virilha. Nenhuma cena poderia ser mais erótica do que aquela.

- Eu estou quase lá, Jones!

Apoiei uma de minhas mãos na cabeceira, junto à de Angie, e com a outra toquei seu sua intimidade, seu clitóris inchado implorava por um agrado. Foi preciso duas investidas mais fortes, em harmonia com os movimentos rápidos de meus dedos, para que Angie atingisse o ápice, junto a mim. Fomos perdendo o rítmo, e a força, até finalmente ficarmos paralisados, abraçados, recobrando a lucidez e a calma dos batimentos cardíacos.

- Quer um pouco mais de whisky? - Ela perguntou, soltando-se de mim e saindo pela porta do quarto, não entendi muito bem, mas deixei que ela fosse.
- Quero, obrigado. - Fiquei ali deitado, esperando até que ela voltasse, e voltou, trazendo junto meu celular, que vibrava entre seus dedos.
- Veronica. - Ela disse, contraí o cenho e rapidamente senti meu estômago gelar, me sentei, com medo do que ela tivesse a me dizer e, receoso, atendi.
- Alô?.
- Jug, é a Veronica, onde você 'tá?
- Na casa da Angie, por que? - Meu coração estava batendo devagar, com força, se algo tivesse acontecido, eu não saberia o que fazer.
- Tô na casa da Betty, quer tentar algo?
- Tentar algo? Tipo o que? - Contraí o cenho.
- Hoje é aniversário do Moose, ele nos chamou pra ir em um pub, mas a Valerie vai levar o Sweet Pea, quer ir?
- Espera, aniversário do Moose, você quer que eu vá no aniversário do Moose?
- Sim, o Chuck vai chegar mais tarde, ele tem um jantar de sei lá o quê, a Betty vai com a e o Sweet Pea, mas isso pode mudar caso você vá, nós dizemos que o carro do Sweet Pea está lotado e que você vai passar pegá-la, o que você acha?
- Não acho uma boa idéia, ela não é tonta. - Rolei os olhos.
- Ninguém está tentando enganá-la, vamos avisá-la sobre você, e ela tem o direito de negar... no fundo todos nós sabemos que vocês querem a mesma coisa.
- Ok, eu topo, mas que horas?
- Às 21h.
- Eu vou pra casa agora, fala com ela e qualquer coisa me liga.
- Tá, até mais tarde.

Desliguei o celular e vi Angie sentada no parapeito da janela, olhando para fora, com seu copo de whisky na mão. Suspirei e me levantei, me sentindo um pouco constrangido por ter de dar a notícia de que eu estava indo embora pra sair com minha ex-namorada. Eu sabia que não tínhamos nada, e sabia que ela era uma mulher que não se apegava a nada, nem a ninguém, mas eu sentia que, naquele dia, havia algo diferente.

- Angie...
- Pode ir, Jug. - Ela disse, sem me olhar.
- Não vai ficar chateada? - Ela me olhou, eu estava pronto pro maior riso de deboche da minha vida, mas ela sorriu sem força.
- Vou, na verdade, estou chateada por isso estar terminando e devo admitir que vou sentir sua falta, menino... - Traguei em seco, tentando digerir o discurso breve - Mas aqui não é seu lugar, não é a mim que você pertence, então vá e divirta-se, ok? Não se preocupe comigo.
- Tem certeza? Posso desmarcar com eles, acho até que vai ser um grande desastre essa noite...
- Tenho certeza absoluta! - Respondeu imediatamente - Se virar uma tragédia, você me liga... adoro tragédias. - Rimos e trocamos um selinho.

Cheguei em casa faltando 40 minutos para as 21h. Eu precisava estar pronto em meia hora, isso não era uma tarefa muito fácil levando em conta a chuva que tomei no caminho pra casa. O banho teve de ser rápido, apesar do frio e da má vontade que de repente me assolou. Vesti um jeans escuro, uma camiseta branca qualquer e a jaqueta de couro que Angie havia me dado, ela me manteria aquecido. Calcei meu vans e sequei meu cabelo, mas sem muita paciência pra ajeitá-lo, recorri ao gorro cinza.

- Veronica, você falou com ela? - Perguntei, assim que Veronica atendeu ao celular.
- Falei, ela disse que tudo bem ir com você. - Respondeu ela, acabando com parte da minha ansiedade, pronto, estava garantido.
- Certo, estou passando lá.
- Ok, não demora, nós estamos esperando vocês pra entrar.
- Tá.

Me despedi de minha mãe, ela e Jellybean iam a algum restaurante com as funcionárias do salão, e eu estava contente por saber que ela estava voltando a sair, se divertir. Às vezes eu ainda tinha vontade de contar à ela que eu sabia onde meu pai estava, como e com quem estava... Mas nunca quis correr o risco de vê-la afundar-se em sofrimento outra vez.
Coloquei meu cd do Red Hot Chilli Peppers no rádio e tirei o carro da garagem. Passei pelo posto de gasolina e em 20 minutos eu estava parado em frente à casa de Elizabeth. Eu não sabia se devia descer e tocar a campainha, ligar pra que ela viesse, ou buzinar. Perdi pelo menos 5 minutos parado, dentro do carro, olhando para o volante firmemente segurado por minhas mãos, eu sabia que se as tirasse dali, eu veria o quanto estava tremendo, e isso não era agradável. "Sua mocinha!", me acusei antes de soltar meu cinto de segurança e pegar o guarda-chuva embaixo do banco, seguindo rapidamente até sua porta.
Após tocar a campainha, levou apenas um ou dois minutos pra porta ser aberta, Elizabeth me olhou, timidamente, e levou parte do cabelo atrás da orelha, suas bochechas rubras me fizeram sorrir, o que a fez recuar, baixando os olhos e mexendo em sua bolsa, na lateral de seu quadril.

- Você... Quer entrar? - Neguei com a cabeça, antes de responder:
- Não, eles estão nos esperando, fica pra outro dia. - Eu até gostaria de entrar, ver sua mãe, como tudo estava por lá, mas também sabia que aquele havia sido um convite cordial, nada mais, não era pra ser aceito.
- Tudo bem, então vamos.

Betty fechou a porta atrás de si e eu peguei o guarda-chuva no chão, ela acercou-se, protegendo-se da chuva. Com a mão livre, tomei a liberdade de tocar suas costas, apenas para conduzi-la até o carro, um costume educado. Abri a porta do Notchback e ela entrou, sem hesitar. Ao fazer o mesmo, notei que ela estava nervosa. Com o tempo eu havia aprendido a decifrá-la. Para qualquer um, seria fácil perceber por suas pernas, que agitavam-se de um lado para o outro, mas talvez somente eu notava que, quando ansiosa ou envergonhada, mais precisamente, quando não sabia o que fazer, dizer, ela segurava a própria orelha, como se ajeitasse o brinco ali. Sorri, dando partida e chamando sua atenção pra mim.

- O que? - Perguntou.
- Também estou nervoso. - Confessei, ela contraiu o cenho.
- Não estou nervosa. - Exclamou, mas sua voz saiu esganiçada, desafinada, como quando ela mente.
- Não? - Ri, com mais deboche, e olhei-a de esguelha, Betty rolou os olhos e negou com a cabeça, olhando para o outro lado - Tudo bem, então, mas eu estou.

Ela calou-se, apenas me deu uma olhada breve, percebi. Nos dispersamos, talvez com o mesmo propósito, nos livrarmos da tensão que de repente se instalou dentro do carro. Éramos apenas dois adolescentes, com a cabeça cheia de problemas emaranhados, tentando não pensar no quanto queriam ficar juntos depois de tanto tempo separados por motivos de força maior.
Assim que consegui estacionar o carro, Betty soltou-se do cinto e desceu, fiz o mesmo logo em seguida, vi Veronica sair do carro de Sweet Pea com ele, Valerie e Archie, contrai o cenho e prendi o riso ao reconhecer aquele sorriso no rosto do bichinha. Os cumprimentei e, apressadamente, entramos no pub.
Moose pareceu confuso ao ver que nós nos aproximávamos da mesa onde ele estava sentado com seus amigos, dos quais eu só conhecia Reggie e mais dois, do time de Cricket, do qual ele e Sweet Pea faziam parte. Aos poucos fomos cumprimentando todos, Moose nos pediu que ficássemos a vontade e ele não precisava nem ter dito. Em dois minutos estávamos acomodados, fazendo nossos pedidos.

- E aí, Jug, tudo pronto pro festival? - Reggie perguntou, parecia debochado, mas não tentei decifrar aquele sorriso esquisito.
- Na verdade, não, mas ainda falta tempo.
- Muitas bandas?
- Até agora 6 bandas, e 1 cover da Taylor Swift, vamos ver no que dá, cara.
- Que legal! - Valerie exclamou, parecendo animada - E as barracas de comida?
- Ninguém se dispôs ainda. - Dei de ombros - Mas se até lá não surgir nada, eu converso com o diretor.
- Se você quiser, eu e a Veronica podemos tentar a barraca do beijo. - Valerie sugeriu e Sweet Pea rapidamente fechou a cara, gargalhei, batendo na mesa.
- Ótima idéia, 2 pounds por um beijo no rosto, 4 um selinho e 6 um beijo de língua, o que você acha, Sweet Pea? - Meu amigo fez uma careta, ainda sem achar graça, ri mais alto, encostando-me em minha cadeira.
- Eu acho que a Valerie deveria ser o mascote, vamos vestir ela de pombo e fazer ela ficar correndo no palco. - Ele disse, provocando uma carranca na garota ao seu lado, mas logo estava abraçando-a e tentando agradá-la, o que também me fez rir.
- Agora sério... - Veronica deixou sua caneca de chope sobre a mesa e me olhou - Nós podíamos fazer uma barraca de doces, tipo, bolos, tortas, essas coisas... - Sugeriu, eu rapidamente acatei a ideia.
- Seria bem legal. - Concordei.
- A Betty sabe fazer uns doces brasileiros que são muito bons! - Valerie exclamou, olhei pra Betty, que pareceu se conectar a conversa somente ao ouvir seu nome.
- Oi? - Sorri, sem conseguir conter uma dose alta de encantamento que foi injetada diretamente em mim quando seus olhos se cruzaram com os meus.
- Estou dizendo que você sabe fazer doce brasileiro, e que podíamos fazer pra vender no festival de música. - Valerie resumiu, Betty desviou seus olhos e assentiu, sem entusiasmo.
- Podemos.

Suspirei, entristecido com seu desânimo, embora eu pudesse compreender, era difícil vê-la assim. Eu estava orando todas as noites antes de dormir, às vezes até dormia antes de terminar e acabava acordando de madrugada, me sentindo culpado por isto. Mas Deus parecia estar ocupado para me atender, talvez fosse pecado pensar assim, mas eu mal podia esperar para ver o sorriso de Elizabeth novamente.

- O que eles tão fazendo aqui? - Ouvi a voz de Chuck, deixei minha caneca sobre a mesa e fitei seu rosto indignado, com calma, sem mover um músculo.
- Hey, Chuck, finalmente chegou, junte-se aí, cara. - Reggie convidou, puxando uma cadeira para o amigo, que ainda olhava de mim para Elizabeth, sentada ao meu lado.
- Você convidou ele? - Ele parecia revoltado, ri de leve, pegando minha caneca e tomando mais um sorvo, depois olhei para Reggie, que contraiu o cenho, dando de ombros.
- Relaxa, cara! - Moose disse, também rindo, Chuck, contrariado, caminhou até a cadeira desocupada e se sentou, ao lado de Valerie, quase em frente a mim e Elizabeth, que respondeu delicadamente ao seu aceno.

O clima, de repente, ficou pesado. Ou talvez fosse a raiva que eu sentia por Chuck que me trazia essa impressão toda vez que ele se aproximava. Tentei me distrair, pedi outro chope e fingi não ver a maneira como ele a encarava, examinando seu rosto, como se procurasse um indício de algo que supostamente estava acontecendo entre nós. Não estava acontecendo nada, mas ele não precisava saber. Eu o queria longe, bem longe.
Betty pediu outro Martini, e após terminá-lo, retirou seu casaco. Eu não ia impedi-la ou repreendê-la, não enquanto ela estivesse apenas falando mais e sorrindo mais. Talvez eu viesse a intervir depois, quando ela começasse a ficar ruim. Aproveitando o momento de distração de todos, peguei um guardanapo no suporte e fiz um Tsuru, aprendi a fazer na aula de artes no ensino fundamental e nunca mais esqueci.

- Pra você. - Estendi pra Betty, que me olhou e depois para o passarinho, entre meus dedos.
- Obrigada. - Sorriu de leve, colocando o passarinho de papel na palma e examinando-o - Esse é aquele que dá sorte?
- Sim, é esse. - Ela sorriu, um pouco mais abertamente e me olhou.
- Me ensina como fazer?

Rapidamente retirei dois guardanapos do suporte e entreguei um a ela, começando a lhe dar as instruções. Betty era delicada, e não demorou a pegar o jeito, e no fim, o dela tinha ficado até melhor que o meu. Quando finalmente nos desvencilhamos da bolha na qual havíamos nos enfiado, me dei conta dos olhares sob nós dois, Chuck sorriu irônico.

- Que belezinha! - Exclamou, ele - Por que não apostamos quem faz mais passarinhos de origami? - Ele parecia fazer questão de relembrar a maldita aposta.
- Chuck. - Moose murmurou, repreendendo-o, tomei o resto da minha cerveja.
- Engraçado, até o Chuck chegar o clima estava bom, todos estávamos conversando, nos dando bem... De repente ele chegou e trouxe a discórdia, quem quer que o Chuck vá embora, erga a mão. - Ergui meus braços e sorri irônico, e como um belo otário, ele se levantou, de maneira tão violenta que sua cadeira caiu pra trás e chamou a atenção de todo mundo, rapidamente todos os garotos da mesa se levantaram, exceto por mim.
- Se você quer que eu vá embora, venha me tirar daqui! - Ele exclamou, batendo no próprio peito, acho que estava bêbado demais pra se lembrar da última surra.
- Chuck, por favor. - Elizabeth pediu, parecendo exausta daquela situação que se repetia mais vezes do que todos gostariam de presenciar.
- Vou fazer melhor... - Eu comecei, pegando minha jaqueta no encosto da cadeira e vestindo-a, então me levantei - Eu vou pra casa, você pode ficar.
- Vai arregar? - Chuck provocou, assenti, pegando minha carteira e deixando uma nota que cobria meus gatos sobre a mesa.
- Interprete isso como quiser. - Dei de ombros - Alguém vai comigo? - Olhei para Elizabeth, que parecia confusa, mas não se manifestou - Ok, boa noite à todos.

Eu estava decepcionado. Não com Elizabeth, em si. Mas com a situação. Era injusto eu ter de vê-la com ele depois de tudo. Injusto ele me provocar e eu ter de recuar para não piorar a situação entre nós, e não estragar a festa de quem se quer sabia da história completa. Era injusto, não por eu dar o melhor de mim e as coisas continuarem dando errado, mas por Chuck fazer tudo errado e, ainda assim, poder levá-la pra casa no fim da noite.

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