Betting Her - Adaptação Bughe...

By litrolouis

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Ele era o membro de uma banda pop, ela era membro do clube de teatro. Ele sabia colar, ela era a cola perfeit... More

Cap.1 "Please, allow me to introduce myself" (Rolling Stones)
Cap.2 "But like none of em are (like you)" (Ciara)
Cap.3 "If you put me to the test, if you let me try" (ABBA)
Cap.4 "Would you tremble if I touched your lips?" (Hero - Enrique Inglesias)
Cap.5 "She's perfect, so flawless, I'm not impressed" (John Mayer)
Cap.6 "She's perfect, so flawless, I'm not impressed" (John Mayer)
Cap. 7 "Please let me know that my one bad day will end" (Blink 182)
Cap.8 "You know it's only just begun" (Nickelback)
Cap.9 "I wonder what's like to be loved by you."
Cap.10 "I wonder what's like to be loved by you"
Cap.12 "It's just that no one makes me feel this way" (Justin Timberlake)
Cap.13 "I said too much again" (My Stupid Mouth - John Mayer)
Cap.14 "You make it easier when life gets hard" (Lucky)
Cap.15 "Can you feel the love for the first time?" (V Boys)
Cap.16 "My heart beats faster when you take me over" (Mariah Carey)
Cap.17 "One thing I can say, girl, love you all the time" (The Beatles)
Cap.18 "It may be over, but it won't stop there" (James Blunt)
Cap.19 "Back under the stars, back into your arms" (Avril Lavigne)
Cap.20 "I just don't wanna miss you tonight" (Iris - Goo Goo Dolls)
Cap.21 "You fave my life direction, a game show love conection" (Train)
Cap.22 "I've had you so many times, but somehow, I want more" (Maroon 5)
Cap.23 "If you wanna fight, I'll stand right beside you" (The Heart Never Lies)
Cap.24 "The truth hurts, the lies worse" (Broken Strings)
Cap.25 "I'm sorry for the things that I did not say" (Akon)
Cap.26 "You're acting like you're somebody else" (Avril Lavigne)
Cap.27 "Somebody made a bet, somebody paid" (Bruce Springsteen)
Cap.28 "And she comes and goes, like no one can" (John Mayer)
Cap.29 "Only you can cool my desire, I'm on fire" (Bruce Springsteen)
Cap.30 "Inside I know it's over, you're really gone" (Mariah Carey)
Cap.31 "That kinda lovin' turns a man to a slave" (Crazy - Aerosmith)
Cap.32 "Only in hopes of dreaming that, everything would be like it was before"
Cap.33 "Let's go all the way tonight, no regrets, just love" (Katy Perry)
Cap.34 "What if you did? What if you lied? What if I avenge?" (Creed)
Cap.35 "I knew about your plans to make me blue" (Marvin Gaye)
Cap.36 "I can't ignore you, you sent me spinning" (Boomerang - Plain White T's)
Cap.37 "But if you need me, I'll be there" ('ve Got You - McFLY)
Cap.38 "I don't want you to say a single word" (The Pussycat Dolls)
Cap.39 "The day has come and now you'll have accpet" (Oasis)
Cap.40 "I've found out a reason for me to change who I used to be" (Hoobstank)
Cap.41 "Espera, que o sol já vem" (Mais Uma Vez - Legião Urbana)
Cap.42 "Eu sou um acidente em câmera lenta" (Hear Me Out - Frou Frou)
Cap.43 "Trying to recall what you want me to say" (Kings Of Leon)
Cap.44 "But Angie, Angie, ain't it good to be alive?" (The Rolling Stones)
Cap.45 "In the way she moves, attracts me like no other lover" (The Beatles)
Cap.46 "And I don't know which way it's gonna go" (James Morrison)
Cap.47 "And you won't be alone, I am beside you" (Angels & Airwaves)
Cap. 48" I said, for you I'm a better man" (Better Man - James Morrison)
Cap.49 "I hate to look into those eyes and see an ounce of pain" (Guns N' Roses)
Cap.50 "I die when he comes around to take you home" (Damien Rice)
Cap.51 "I'm hanging by a moment here, with you" (Lifehouse)
Cap.52 "Forget yesterday, we'll make the great escape" (Boys Like Girls)
Cap.53 "With your pretty mouth, laughing with your broken eyes" (The Corrs)
Cap.54 "You made me feel like our love was not real" (Chris Brown)
Cap. 55" Give me reason, but don't give me choice" (James Blunt)
Cap.56 "Sishing to kiss you, before I rightly explode" (Jason Mraz)
Cap. 57"You see, she hides 'cause she is scared" (Red Hot Chilli Peppers)
Cap.58 ''And I don't wanna lose you" - Don't Let It Go To Waste - Matt Willis
Cap.59 ''Pois quando eu penso em você, eu não me sinto tão sozinha" - Owl City
Cap.60 "I just feel complete when you're by my side" - A Day To Remember
Cap.61 "Looking in your eyes, hoping they won't cry" - McFLY
Cap.62 PARTE I "Close your eyes, listen to my voice, I'm by your side"
Cap.63 PARTE II "Thousand miles seems far, I'd walk to you if I had no way"
Cap.64 "You and I know what this world can do" - Bruce Springsteen
Cap.65 "So much has changed, now it feels like yesterday I went away" - McFLY
Cap.66 "Cada palavra que você diz, deveria anotar. Não quero esquecê-las"
Cap.67 "Eu tenho uma última chance para encontrar a mim mesmo" - Last Chance
Cap. 68 "I forgive you for been away for far too long" - Far Away
Cap. 69 "It's been an everlasting summer since we found each other" - McFly

Cap.11 "Do you care if I don't know what to say?" (There Is - Box Car Racer)

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By litrolouis

O impacto que eu e Betty causamos no primeiro dia foi pelo menos cinco vezes menor no segundo, embora as zombarias continuassem as mesmas, se não maiores. Ela, ao contrário de mim, parecia se importar um pouco, ou muito, com isso. Todas as vezes que alguém gritava uma coisa qualquer ela apertava meus dedos com força e se encolhia cada vez mais.

- Eles não se cansam nunca? - Ela murmurou, incomodada. Eu sorri e lhe beijei o topo da cabeça.
- Ignora, Betty. Já ouviu dizer que a felicidade alheia incomoda? - Ela assentiu e sorriu para mim. - Então, é isso. - Beijei sua mão e passei pelo gramado.
- Seus amigos? Você conversou com eles? - Ela perguntou, olhando-me.
- Sim, eles não se metem na minha vida pessoal, eu gosto de você, eles têm que aceitar isso. Vão aprender a gostar de você. - Pisquei para ela, que sorriu confiante e parou comigo ao lado da mesa.
- Bom dia. - Eu disse, animado, eles me olharam empolgados.
- Oi, Jughead, oi, Betty. Dude! Nós vamos tocar no Vogue! - Fangs disse tudo isso rápido demais, fiquei apenas parado, encarando-o.
- Você não está falando sério, está? - Eu falei, sentindo meu coração disparar. Meu sorriso enlargueceu, mas meus olhos eram incrédulos.
- Eu estou, cara, eu estou! - Gritou, subindo no banco e pulando em cima de mim. Nós começamos a pular feito dois idiotas, ele pendurado no meu pescoço, com as pernas em torno da minha cintura, seria gay se não fosse um momento tão incrível.
- Eu não acredito, eu não acredito. - Eu gritava rindo estupidamente. Joguei Fangs para longe e abri os braços. - É o Vogue, porra! - Eu gritei e soltei uma gargalhada sincera e contente.
- Espera, espera eu terminar de falar. - Fangs disse, ofegante.
- Não, não! - Sweet Pea disse e subiu na mesa. - Eu falo. - Disse, colocando a mão sobre o peito. Eu o encarei rindo, assim como as pessoas que nos encaravam, aglomerando-se próximas a nós. - Esta noite o McFly irá tocar no VOGUE. - Sweet Pea gritou e pôde-se ouvir gemidos surpresos e contentes. - E mais... Tem mais... - Ele assentiu e ergueu uma mão para o alto, meu coração saltava depressa, eu estava curioso. - Vão ter olheiros lá, e eles estarão aí só para nos ver. - Ele quase gritou, eu arregalei meus olhos e minha boca escancarou, eu e Fangs nos entreolhamos e começamos a gritar, antes de nos abraçarmos outra vez para pularmos mais um pouco. Dessa vez, Sweet Pea se uniu a nós e logo Archie também estava nas minhas costas.

A verdade é que, embora a banda fosse o que queriamos para o futuro e nós tivéssemos certeza disso, depois de termos sido ignorados por algumas bandas em audições diferentes e não termos sido aceitos para uma gravadora a primeira vez que nos apresentamos, perdemos um pouco o entusiasmo e paramos de levar tão a sério, pois a decepção nos deixou sem expectativas. Exceto para Fangs, que sempre dedicou-se inteiramente a isso, mas, agora que tínhamos esperança de sermos aceitos por agentes, sem dúvida isso me fez sentir renovado, totalmente pronto para estar lá e mostrar a todos que nos viraram as costas que nós podemos e vamos crescer, com ou sem a ajuda deles.
As pessoas nos cumprimentavam como se já estivéssemos contratados. Senti um peso me desequilibrar um pouco. Eu ri e coloquei as mãos nas costas da garota, podendo sentir seu cabelo macio enroscar em meus dedos, opa... Cabelo solto? Eu sorri sem graça para Jessy, que estava com as mãos para o alto, os seios na altura do meu rosto, quase saltando para fora da camisa. Eu tentei soltá-la, mas suas pernas estavam presas firmemente em torno da minha cintura e não permitiram que eu a colocasse no chão. Eu olhei para o lado e vi Eizabeth me olhando, sorriu sem vontade e eu fiz o mesmo. Jessica me deu um beijo estalado na bochecha e se soltou de mim, dizendo o quanto torcia por nós. Cumprimentei mais algumas pessoas e me acerquei de Eizabeth, ela estendeu os braços na minha direção e eu a abracei pela cintura, erguendo-a do chão e girando-a no ar. Nós dois rimos e nos entreolhamos.

- Tomara que dê tudo certo. - Ela murmurou, segurando-se em meus ombros.
- Vai dar se você estiver lá comigo. - Eu chantageei e ela se soltou devagar de mim, olhando-me.
- Não acho que... meu pai irá deixar. - Ela disse sem jeito.
- Mas você vai tentar, não vai? - Disse, esperançoso, e ela assentiu, sorridente.
- Jughead... a diretora está procurando por você. - Ouvi James dizer, virei-me para ele, que sorria vitorioso.
- Oh, não. - Eizabeth resmungou, segurando meu pulso com força, como se quisesse me impedir de fazer algo. Apenas balancei a cabeça para James e me virei para ela.
- Eu vou lá.
- Não, Jughead, ela vai te castigar por ter saído correndo ontem! - Disse rápido, segurando-me com força, eu sorri.
- Tudo bem, Betty, não é a primeira vez que eu vou para a diretoria. - Ela me olhou compadecida. - Hey, amor. - Ela pareceu surpresa e eu sorri. - Você gosta? - Ela assentiu timidamente. - Eu vou lá. Não se preocupe, tudo vai ficar bem.
- Está bem. - Ela disse e suspirou. Eu sorri e dei as costas, caminhando em direção ao refeitório. - Jughead! - Ela me gritou e eu virei para trás, ela sorriu e correu até mim, abraçando-me pelo pescoço com força e colando os lábios nos meus, beijando-me rápida e intensamente.
- Uuuuuh. - Ouvimos os murmúrios, mas nada os fez parar, então trocamos um selinho e eu me afastei, sorrindo para ela.

Nada estragaria minha felicidade naquele dia, nem a cara carrancuda da diretora. A coordenadora me colocou para dentro da sala e eu sorri para ela, mandando-lhe um beijo estalado no ar. Ela rolou os olhos, rindo um pouco, e fechou a porta. Coloquei as mãos no bolso e caminhei calmamente até a poltrona em frente à mesa da Sra. Woolf.

- Bom dia, Sr. Jones. - Ela me chamou formalmente, eu lhe sorri.
- Bom dia, Anna. - Chamei-a pelo nome e ela suspirou, cruzando seus braços.
- O que te faz pensar que pode me chamar assim? - Perguntou, arqueando uma sobrancelha.
- Ah, qual é, Anna? Eu sou de casa. - Pisquei e ela bufou.
- Por que saiu mais cedo ontem? - Quis saber, eu relaxei meu corpo na cadeira.
- Estava com problemas intestinais, sabe como é, acontece com todo mundo. - Eu sorri falso e ela me encarou brava. - O quê? É a verdade.
- E a pessoa com você também estava com diarreia? - Ela me perguntou, apoiando os braços sobre a mesa.
- Quem? - Perguntei, fingindo confusão.
- Sr. Jones, não subestime minha observação, eu vi muito bem você cobrir a pessoa ao seu lado, quem era?
- Não tinha ninguém comigo. - Ri com incredulidade, tenso.
- Ok, vamos fazer um trato, então. - Eu assenti e apoiei os braços na mesa, inclinando-me assim como ela. - Se você me disser quem era, vai ter de vir apenas três dias à tarde ajudar no reforço. - Eu umedeci os lábios e sorri de lado. - Do contrário, três dias de suspensão. - Ela disse, séria.
- Hum... - Relaxei meu corpo para trás e cruzei os braços. - Aprendi bem minha lição de ética, a senhora pode me suspender por uma semana inteira, não havia ninguém ao meu lado ontem. - Eu disse, encarando-a.
- Muito bem. - Ela disse, arrancando uma folha do seu bloco de notas. - Volte apenas quarta-feira que vem na escola. - Dizia, assinando um papel que chegaria aos meus pais.
- Ok. - Eu disse, levantando-me. - Tenha um bom dia, Anna. - Disse, para irritá-la, enquanto pegava o papel de sua mão e saia da sala.

Eu bem que tentei ir até o outro bloco avisar Eizabeth do que havia acontecido, mas não me deixaram passar, então eu fui para casa. Não estava triste, nem irritado ou coisa parecida. Seriam três dias de folga, e eu não diria que era Eizabeth de forma alguma. Ela precisava de seu histórico escolar em perfeita ordem para entrar em Oxford, quem sou eu para estragar alguma coisa desse tipo?
Na hora do almoço, contei aos meus pais sobre a apresentação à noite, meu pai se sentia verdadeiramente orgulhoso, minha mãe estava eufórica e minha irmã ria dos dois junto comigo. À tarde, fui para casa de Fangs, precisávamos ensaiar e foi isso o que fizemos até as seis, ensaiamos arduamente, sem parar um segundo para beber água. Sabiamos que estávamos preparados, bem mais que da última vez que nos apresentamos a uma gravadora. Tínhamos uma setlist consideravelmente boa, com seis músicas compostas por nós e dois covers. Era o suficiente por enquanto.
Pouco antes das sete, eu já estava pronto, precisávamos estar lá às sete e trinta. Coloquei uma calça jeans escura e uma camisa xadrez sobrepondo a camiseta branca, dobrei as mangas até o cotovelo e calcei meus tênis. Arrumei o cabelo e coloquei um gorro para cobrir os frios revoltados. Perfumei-me e peguei uma jaqueta antes de descer. Despedi-me dos meus pais, que se desculparam por não poderem ir, e segui para o bar. Pensei em passar na casa de Eizabeth, mas se ela não tinha me avisado, talvez o pai não tivesse mesmo deixado, e, por um lado, eu acho que já sabia disso.

- E aí, cara! - Fangs disse, animado, cumprimentei-os e me sentei junto deles.
- Cara, eu estou muito ansioso. - Archie comentou com a mão sobre o estômago.
- Por favor, não vomite. - Sweet Pea suplicou. - O Fangs sempre vomita junto!
- Não, tudo bem, eu acho. - Archie disse e eu comecei a rir.
- A Betty não vem? - Fangs me perguntou, tentando se distrair.
- Não, o pai dela é meio chato, não deixa ela sair. - Eu disse com os ombros encolhidos.
- Poxa, cara, que pena. - Archie comentou sincero, eu assenti.
- Tudo bem, amanhã eu vou ficar com ela. - Sorri e ergui a mão para o garçom.

Nós bebemos algumas coisas e o pessoal da escola começou a chegar e a se juntar. Jessy estava incrível, ela era realmente gostosa. Usava um vestido alaranjado curto com um decote gigante que me deixava ver quase até seu umbigo. Atraente, muito atraente.
Ela ficou perto de mim o tempo todo, tentando se acercar, tentando me seduzir ou algo do tipo, mas eu realmente não a queria, não mais. Ela era linda e sabia o que fazer com as mãos, boca e corpo... mas eu queria Eizabeth, pois, embora ela não soubesse nem metade do que Jessy sabia, eu tinha toda paciência para ensiná-la, pois eu gostava dela, eu realmente gostava.

- Em quinze minutos, no palco do Vogue, McFly! - Gritou o homem sobre o palco de madeira. Nós sorrimos, ansiosos.
- Gatinho, boa sorte. - Jessica disse, passando o indicador pelo meu peito, eu sorri e segurei seu pulso, afastando um pouco.
- Valeu, Jessy. - Nós sorrimos e começamos a nos levantar para subir no palco.

Minhas pernas hesitaram assim que meus olhos fitaram o público. As palmas e os gritos foram estridentes, nós sorrimos e acenamos antes de tomarmos nossos postos. Demos boa noite, dissemos algumas palavras e anunciamos a primeira música.
Durante toda a pequena apresentação, houve pessoas cantando com a gente, o pessoal que já conhecia nossa banda de apresentações anteriores. Nós estávamos animados e não houve erro algum em nenhum momento. Agradecemos a oportunidade, a presença de todos, e logo descemos do palco.
Estávamos enérgicos e nós quase não pudemos conter nosso coração dentro do corpo quando um dos agentes da Curve nos deixou o telefone dele. Fangs estava quase chorando, e não nego que tive vontade por algum tempo, mas a felicidade era bem maior que a emoção. Eu paguei a primeira rodada de bebidas, logo depois Fangs, Archie e Sweet Pea fizeram o mesmo.
Eu estava rindo de algo que os garotos estavam falando, ou estava rindo porque a cerveja corria pela minha veia livremente. Tomei mais um gole da lata e enxuguei a boca com as costas da mão, voltando a rir da careta que Archie fez ao tomar uma dose de tequila, foi então que eu a ouvi.

- Jughead! - A voz de Eizabeth penetrou meus ouvidos e sorri instantaneamente. Virei-me para procurá-la, mas não a encontei.
- Wow, dude, quem é aquela gata gritando você? - Jake apoiou o braço no meu ombro e eu focalizei a garota que vinha em minha direção.

Meu coração disparou, eu conhecia aqueles olhos. Era Eizabeth. Seus cabelos soltos e levemente encaracolados com a franja lisa cobrindo parcialmente sua testa. Uma maquiagem forte manchava seu belo rosto, e um vestido lhe cobria parte do corpo. Ela andava desajeitada por causa dos saltos, os braços cruzados e a cabeça baixa, tentando se apressar, mas sem conseguir pela falta de equilíbrio. Eu arregalei meus olhos e abri minha boca.

- Dude, é a Betty! - Sweet Pea comentou alto e pelo menos metade do pessoal se virou para vê-la, logo os comentários maldosos começaram a ser feitos e eu bufei.
- Eizabeth, o que você está fazendo aqui? Que roupa é essa? - Perguntei nervoso, segurando-a pelo braço e arrastando-a para longe dos garotos.
- Jug? - Ela perguntou, confusa, tropeçando nos próprios pés, eu a soltei e parei a sua frente, ela estava com os olhos arregalados.
- Que merda é essa, Eizabeth? - Gritei, segurando a barra de seu vestido apertado nas coxas, puxei-o um pouco e soltei depois.
- E-eu... Você não gostou? - Ela perguntou com a voz embargada, olhando para si mesma com as mãos colocadas sobre o vestido.
- Claro que... não gostei! - Eu menti, ela não podia andar com aquelas roupas curtas, de forma alguma.
- Desculpa. - Ela pediu, respirando rápido, com os olhos cheios d'água.
- Que droga, olha como eles estão olhando para você! - Eu dizia, irritado, passando a mão pelo cabelo freneticamente. - Era isso que você queria? Que vissem o quanto você é gostosa? Não está satisfeita comigo? - Eu falava em um tom alto, totalmente exasperado e fora de mim.
- N-não, não, eu juro. - Ela falava baixo, deixando algumas lágrimas escorregarem por seus olhos. Logo seu rímel traçou um caminho por sua bochecha.
- Vem, vamos sentar. - Eu saí a sua frente, ela me seguiu encolhida dentro daquela peça de roupa que valorizava cada parte de seu corpo.
- Oi, Betty. - Archie disse, animado, bêbado, ela o olhou sem graça e acenou com a cabeça.
- Toma, veste isso. - Joguei minha jaqueta nela e me sentei no meu banco, emburrado.
- Que é isso, cara? - Sweet Pea me perguntou entredentes. - Senta aqui, Eizabeth. - Ele disse, puxando um banco entre o meu e o dele.
- Obrigada. - Ela sussurrou e se sentou, enxugando com cuidado o rosto, já com minha jaqueta cobrindo seus braços e ombros nus.

Eu não queria falar com ela, o ciúme fazia minha cabeça e peito latejarem, eu estava irritado porque enquanto ela usava saias compridas e camisas com colarinho abotoado ela era minha, a minha Eizabeth, e ninguém tentaria tirá-la de mim, mas ali, naquele momento, todos podiam admirar a beleza que até então só eu conhecia. Por que diabos ela estava fazendo isso? Qual era sua intenção ao se vestir feito garotas fúteis, aquelas que têm em todo lugar? Ela era única, então para quê tentar ser igual a todas as outras?
Ela também estava em silêncio, mas vez ou outra os garotos puxavam assunto com ela e ela respondia. Archie a fez experimentar alguma bebida, eu nem mesmo sabia que ela bebia. Talvez eu estivesse enganado sobre ela.

- Vou ao banheiro. - Ela avisou, descendo do banco. Minutos depois a vi tropeçar e cambalear. Bufei.
- Vocês a embebedaram?! - Eu perguntei, irritado.
- Ela só bebeu um copo de Smirnoff Ice, não era para ela estar bêbada, não mesmo, cara. - Archie se explicava, enrolado.
- Jughead, ela nunca bebeu, é claro que até o cheiro de vodca está deixando-a bêbada, vai atrás dela. - Fangs me advertiu, eu esfreguei meu rosto e me levantei, jogando minha lata sobre a mesa e saindo atrás de Eizabeth sem a menor paciência.

Eu caminhava entre as pessoas procurando por ela, não seria difícil encontrá-la, de qualquer forma ela estava incrivelmente linda, e isso era o que me preocupava no momento. Empurrei um grupo de garotos; já havia atravessado o salão e estava próximo ao banheiro, costurei entre mais alguns grupos espalhados e finalmente a encontrei. Meu coração subiu para a garganta subitamente, meu sangue esgueirou-se do meu corpo e de meus punhos cerrados, circulando com força pelo meu peito, fazendo-o pulsar fortemente. Não achei que pudesse andar, mas no segundo seguinte eu estava sentado sobre aquele cara, chocando meu punho contra seu rosto com toda minha força, todo meu ódio e nojo. Eu a ouvia chorar, e isso me fazia socá-lo ainda mais, ele já não estava acordado, mas eu queria matá-lo, queria que ele sofresse por cada lágrima que estava escorrendo pelos olhos assustados de Eizabeth.

- Jughead, Jughead! Por Deus, cara! - Eu ouvia os garotos gritarem enquanto me tiravam de cima do homem desacordado, meus dentes trincados não me deixavam falar, eu só queria descontar o resto da adrenalina.
- Me solta! - Eu gritei, empurrando-os, ainda consegui dar um chute nas costas do rapaz que grunhiu e se virou de bruços.
- Saiam agora daqui. - O dono do bar disse apontando para a porta, eu queria bater nele também, e em Sweet Pea por não soltar meus ombros, também em Fangs por estar carregando Eizabeth logo à minha frente.

Senti o vento tocar meu rosto com violência assim como a garoa logo que saímos pela porta, o alvoroço ficou lá dentro e agora eu a ouvia chorar nitidamente contra o peito de Fangs, que a abraçava, conduzindo-a pela calçada até meu carro.

- Entre, Betty. - Ele disse, ajudando-a na tarefa de entrar no banco de trás do carro. Ela se arrastou até o outro lado e se encolheu contra a porta. - Você também, Jughead, e me dá a porra da chave para eu guardar as coisas ali atrás.
- Eu vou levá-la embora. - Eu disse, soltando-me de Sweet Pea.
- Você não vai conseguir chegar nem na sua casa desse jeito. - Sweet Pea disse, irritado.
- É, entra aí e cala sua boca. - Fangs apontou para o carro e eu entrei em silêncio, os dois voltaram para dentro do bar para buscar os instrumentos.

Eu olhei para o lado e vi Eizabeth abraçar a si mesma. Vez ou outra soluçava em meio ao pranto, encolhendo-se ainda mais quando isso acontecia. Suas coxas totalmente de fora estavam arrepiadas, a luz da lua me mostrava isso com perfeição, mas não era hora para pensar nisso, definitivamente não.
- Está tudo bem? - Sussurrei.
- Não. - Ela disse com a voz embargada, sem olhar para mim.
- Ele te machucou? - Perguntei e a vi negar com a cabeça. - Isso é culpa sua, por ter vindo com esse tipo de roupa! - Eu disse ríspido, ela suspirou e apertou os olhos.
- Eu só achei que você fosse gostar. - Ela disse embolado, eu traguei a saliva. - Eu só fiz isso por você, porque eu sei que você saia com a Jessica, e eu sei que todos os garotos gostam de coisas assim, eu só... não quero perder você. - Sussurrou e se deixou chorar outra vez.

Eu tenho certeza que lúcida ela não teria dito nada daquilo, o fato é que minha consciência ganhou alguns quilos, ou toneladas. Eu gritei com ela quando ela tentou me agradar, eu poderia apenas ter dito que ela estava bonita, o que não seria mentira, e poderia ter assumido meu ciúme, assim como ela admitiu que tentou me agradar. Eu fiz tudo errado, e a culpa que eu disse ser dela era totalmente minha, toda minha. Se eu tivesse agido corretamente e não tivesse sido tão egoísta, talvez ela não teria bebido e não tivesse sido agarrada por aquele homem, talvez ainda estivéssemos lá dentro, aproveitando a noite de sexta-feira juntos.

- Eu sou mesmo uma burra! - Ela exclamou, enxugando o rosto e abrindo a porta, saltou do carro e eu arregalei meus olhos.
- Eizabeth! - Gritei, saindo atrás dela, sentindo a chuva fina umedecer meus cabelos, suas sandálias estavam em suas mãos e ela praticamente corria pelo asfalto. - Eizabeth!
- Meu pai disse para eu não vir, disse que você não é garoto para mim, mas eu fiz tudo errado, peguei a droga do vestido do teatro e saí escondido, e para quê? - Ela gritava, chorando. - Me diz, para quê? - Ela trombou com um carro e foi minha deixa para abraçá-la por trás. - Eu devia ter ficado em casa, esse não é meu lugar, essa não é minha sexta-feira, e você não pode ser nada meu. - Ela dizia, tentando se livrar dos meus braços, eu a virei de frente para mim e a fiz olhar nos meus olhos.
- Eu te adoro! - Eu gritei, ouvindo minha própria voz sair esganiçada, ela arregalou os olhos e seu choro saiu com mais força. - Eu te adoro. - Repeti, segurando-a pelos ombros. - E gosto do jeito que você é... do jeito que eu te conheci! - Eu dizia, encarando seus olhos ligeiramente surpresos. - Eu posso ter saído com Jessy e outras garotas, todas elas são iguais, e então eu conheci você e... merda, Eizabeth, eu estou completamente apaixonado por você, porque você é diferente, você não precisa da porra de uma saia curta para ser atraente, e seu rosto é maravilhoso sem um pingo de maquiagem, então não tente me agradar sendo outra pessoa... - Eu pedi, segurando seu rosto. - Porque você já é totalmente agradável para mim do jeito que você é. - Ela soltou as sandálias e me abraçou com força, permitindo que eu a acolhesse contra meu corpo.

Eu a ouvia chorar com o rosto enterrado em meu pescoço, fechei meus olhos e tive vontade de chorar junto com ela, mas não o fiz. Quando a chuva engrossou, eu a soltei brevemente, busquei suas sandálias no chão e corri com ela de volta para dentro do carro, onde os garotos nos esperavam. Ajeitei minha jaqueta em seu corpo e a aninhei em meu peito, acariciando seu cabelo molhado. A maquiagem de seus olhos escorrera por suas bochechas e o batom vermelho havia borrado o contorno de seus lábios e seu queixo. Fechei meus olhos e apoiei o queixo em sua cabeça.
Passei o endereço dela para Fangs e, assim que chegamos, descemos juntos e corremos até a porta, tentando não fazer barulho. Ela me pediu silêncio assim que paramos em frente a porta e eu assenti. Inclinei-me e encostei os lábios no seu ouvido.

- Amanhã em casa, onze horas? - Ela me olhou confusa e eu sorri, ela me sorriu brevemente e me abraçou com força.
- Desculpe-me. - Sussurrou e eu fechei os olhos, apertando-a.
- Descupe-me também. - Ela assentiu e nós trocamos um beijo lento. - Até amanhã.
- Até. - Ela disse enquanto eu beijava sua testa. Desci as escadas devagar e coloquei as mãos no bolso da calça. - Jug! - Ela me chamou e eu me virei para ela. - Eu te adoro também. - Mordeu o lábio e entrou em casa em seguida.

Talvez aquelas palavras não significassem nada para metade do mundo, e talvez aquele momento fosse apenas mais um na vida dos meus amigos que me esperavam no carro e as pessoas que passavam na rua. Nenhum deles fazia ideia, mas estavam fazendo parte de um momento inesquecível em minha vida, o momento em que eu me senti amado por Eizabeth Cooper.

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