142° capítulo

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Henrique.

Já era outro dia, Maria passou a noite de ontem chorando, vomitando e me implorando para trazer ele de volta.

Havia levado o coelho dela pro veterinário mesmo sabendo que já tinha sido o fim.

Lá eles fizeram uma autopsia pra saber oque causou a morte e descobriram que ele tinha uma doença chamada Toxoplasmose.

A toxoplasmose resulta de infecção com um parasita comum encontrado em fezes de gato e alimentos contaminados.

Por esse motivo levei Luna, Lennon e Lily junto, eles estavam bem. Segundo o veterinário ele veio assim da onde comprei e denuciei o local.

Não era lá o melhor lugar do mundo, era numa avenida e eu só denuciei por motivos de que esses animais podem estar sofrendo maus tratos, até por que se eles pegam doenças é por que o local não é bem limpo.

No hospital a mesma coisa, Maria foi na primeira vez e como não era nada grave, uma enfermeira fez todo o procedimento certinho, ela chorou muito, não sabia se era pela dor ou pela perda.

Porém hoje pela manhã eu a levei novamente, assim que voltei do veterinário com todo mundo eu a levei no hospital pra me certificar de que ela não tinha pegado nada já que é só ela que anda pra cima e pra baixo com esses bichos no colo.

Porém graças a Deus Maria estava muito bem.

Era 12h, precisava fazer ela engolir algo mas ela não queria, só dizia sobre o coelho na caixa.

Sim, disse ao veterinário o quanto ela era apegada no coelho e pedi para enterra-lo no quintal de casa, eles fizeram alguma coisa lá e me orientaram a cavar um buraco bem fundo para não feder ou juntar insetos.

Mas não tinha coragem de faze-la sofrer mais.

- olha pro daddy. - me sentei ao seu lado na cama.

Maria não conseguia andar e era bom que não fizesse isso, em um dos pés havia entrado um caco de vidro enorme, e não teria problema se ele não tivesse ido tão fundo e feito um corte largo e profundo.

A enfermeira disse pra não colocar pressão se não vai demorar pra curar e pode pegar alguma infecção.

Fora seus joelhinhos, estão cortados mas não profundamente.

- todo mundo tá morrendo ao meu redor. - respirei fundo e ela começou a chorar.

- já conversamos sobre isso, e sabe que ele tinha uma doença. - passei o braço por traz do seu pescoço e puxei ela pro meu peito. - animais de estimação não tem muito tempo de vida.

- não, você só tá me dizendo isso pra eu relaxar. - era verdade. Tive um cachorro por 8 anos.

- tem todo o direito de chorar, de gritar e falar quantos palavrões quiser se tiver raiva... Mas nunca se culpar por causa disso. Nem por isso e nem pela morte de ninguém. - Maria matou um homem.

Por legítima defesa mas ela matou.

- a gente vai enterra-lo daddy? - me olhou sentimental.

- uhum. - limpei seu rostinho. - tia Cris comprou flores lindas pra plantar em volta do seu túmulo. - digo ainda secando suas lágrimas até ver ela sorrir.

- tia Cris. - sorriu e eu ri. - é mãe.

- é, é mãe. A nossa mãe. - abracei ela. - tem o apoio de todos, meu apoio, da minha mãe, da Bia... Do Pedrinho. - não estava bravo. - pode abraça-lo e passar quanto tempo quiser ao lado dele... Eu deixo, só me conta as coisas. Não deixa ele fazer nem assim em ti. - passei a mão no braço dela, perto do pulso.

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 1Where stories live. Discover now