16° capítulo

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Maria.

Hoje eu encontrei com dona Alice, ela é uma senhora aqui do condomínio e sempre pergunta se eu não quero ir com ela no centro da cidade, Henrique deixou, falou que tinha que dar uma volta mas me afirmou que seria rápido.

Não estou mais brava com ele e nem desconfiada, porém preciso muito ir em um hospital tirar esse bebê.

- Alice, a senhora não se importa de ir no posto comigo? - ela negou sorrindo. Meus documentos estavam tudo dentro da minha bolsa e antes de fazer merda, por que eu sei que farei, eu preciso ter certeza de que eu realmente estou grávida.

Chegamos no postinho, peguei fixa e demorou pouco pra mim ser atendida. Entrei sozinha por medo da Alice falar algo pro Henrique e depois de fazer a ultrassom, a médica disse que demoraria e que eu poderia esperar sair o resultado aqui, que demoraria, ou eu poderia ver na internet ou eu poderia pegar em um bairro do centro que é próprio pra isso.

Eu preferi pegar no centro, só que demoraria dois dias e ta bom, assim eu tenho tempo pra pensar.

Fiz oque tinha que fazer no centro com a dona Alice e voltamos pra casa, Henrique não havia chegado ainda e eu não tinha com que me preocupar mais, ele mostrou que me amava e sei que ele não vai mais me amar se descobrir que eu estou grávida e que quero tirar. Por isso tem que ser segredo.

Bom.. os dias foram passando, eu sabia que estava realmente grávida, mesmo não pegando o papel pra saber se estou ou não, mas a minha menstruação tava atrasada e Henrique sabe o dia que eu vou ficar.

- não preciso comprar absorvente esse mês? - veio por trás me fazendo levar um susto. Eu estava lavando a louça.

- é.. ainda tem, sobrou um pouco. - era pra eu ter ficado ontem.

- ta mais você já ficou? - assenti de imediato. Henrique beijou o meu pescoço e me agarrou.

- eu te amo sabia? - fechei os olhos com força, como vou fazer isso, irei magoa-lo.

- sim.. eu também.. te amo. - aaaargh, as palavras não se encaixavam na minha boca de jeito nenhum.

- vou te esperar no quarto pra gente olhar um filme. - assenti ainda de costas e ele se retirou da cozinha.

Sempre olhamos filme de noite por que é o que mais gosto de fazer e Henrique me oferendo isso só faz eu perceber o quanto ele se importa comigo, o quanto ele quer me ver feliz.

Ok.

Eu vou fazer um esforço pra ele não perceber. 

Vou pro quarto e ele já está lá deitado procurando um filme, me deito do seu lado com um pouco de medo.

- a bela e a fera, pode ser? Ou também tem rei leão, 101 dálmatas e.. procurando Dory. - não respondi e suspirei com medo. - mor?..

- an?.. pode ser aquele.. Zootopia. - ele riu e me olhou.

- eu não falei esse mais ok. - droga.

Eu tô com muito medo, tudo que eu quero é falar pra ele oque tá acontecendo e me sentir segura em seu abraço mas eu não consigo. Henrique pode não gostar e não tem nem como eu ficar grávida, sou de menor, não dá, Henrique pode ser preso.

Começo a chorar.

- Maria! Que foi? - eu desabei em lágrimas, parecia um bebê chorando. - amor. - me puxou pro seu peito. - tá tudo bem, eu tô aqui, tô aqui. - meu coração se aliviou quando ele abriu a boca pra dizer que tudo iria ficar bem, é só isso que eu precisava ouvir.

Logo dormimos, daquele jeito.

Quando acordo já é outro dia, Henrique ainda nem tinha acordado e minha cabeça estava dolorida. Me levanto e vou ao banheiro fazer minhas necessidades. Tive uma ideia e é arriscada, porém pode dar certo.

Irei falar só pra Luh sobre isso, ela gosta de meninas e não vai me julgar por isso, então eu vou matar aula com ela e vou pegar o papel pra saber se estou grávida e aproveitar e fazer um teste de gravidez. Eu já havia feito escondido mas não deu nada então vou fazer outro.

Henrique acordou, ficou surpreso por me ver em pé e me consolou com palavras lindas, sorri e fiquei feliz. Depois disso nos arrumamos, tomamos café e como de costume, Henrique me levou pra aula e depois foi trabalhar.

- Luh! - chamo ela, a mesma arrescem entrava no escola, estava na minha frente. Ela se vira e volta pro portão.

- oi, chegou cedo hoje. - sorri um pouco sem reação. - que foi? Aconteceu alguma coisa? - assenti fraco.

- precisamos matar aula. - eu sei que ela não era a aluna perfeita, sempre devendo nota e falta aula quando quer, por isso convidei ela por que sei que ela aceitaria e não me julgaria.

- tá, então vamos antes que as meninas venham. - ela falava das nossas amigas.

Saímos da escola discretamente, já tinham alguns alunos e eles poderiam nos dedurar mas ninguém pareceu perceber a gente.

- diz aí, não tem prova nem apresentação de trabalho hoje, por que matar aula? - paramos em uma ponte e olhamos o lago.

- é que.. - eu não posso esconder dela, preciso dela. - eu tô grávida.. quer dizer.. é eu tenho certeza que tô. - Luh arregalou os olhos surpresa mais logo me olhou seria.

- e de quem? - do meu "irmão".

- eu fiquei com um menino lá do condomínio e você sabe que eu moro com o meu irmão. Oque eu faço? - Luh não estava preocupada.

- bom, quando a minha irmã ficou grávida com 17 anos, ela abortou. - é, Luh já contou isso. - tem uma clínica clandestina perto da minha casa, naquele bairro horrível sabe? - assenti com medo pensando.

- mais tem que pagar? - Luh assentiu.

- lógico, ela pagou 500 reais. - Henrique me dá mesada, é pra minha faculdade mais eu vou gastar, é necessário.

- Henrique me dá dinheiro todo o mês. - nossa, eu devo tá rica ja.

- pega, é seu. - olhei pro lago pensando.

- você vai comigo? - ela assentiu.

- sim mais.. vamos matar aula de novo? - olhei pra ela.

- tem problema pra você? - negou.

- eu topo. - ela falava aquilo com tanta confiança e isso me deixou confiante mas ainda tinha o meu pé atrás, o que estava ao lado do Henrique, ao lado de todo o amor dele.

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Desculpa não estar muito ativa, prometo que estarei e em breve começarei a postar capítulos maiores.

Espero que estejam gostando.

Beijos da Cry Baby ❤

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 1Kde žijí příběhy. Začni objevovat