103° capítulo

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Henrique.

Fiquei a noite inteira acordado, Maria estava malzinha.

Tinha febre mas era algo normal.

Ela comeu pimenta pela primeira vez na comida que pedimos e agora vomitava tudo. Era vermelho e parecia não ter fim.

- daddy... Parece que eu vou morrer. - eu poderia rir pra acalma-la mas não fiz, apenas me abaixei ao seu lado no vaso e tirei o cabelo da testa e pescoço que estavam grudando por causa do seu suor.

- não vai morrer, relaxa. - ela fez menção que voltaria a vomitar e lá foi, vomitando mais.

Quando parou começou a chorar.

- quero... Parar. - disse chorando.

- calma amor, tem que colocar pra fora. - eu sentia tanta dó. Ela comia toda aquela comida e dizia que estava ardida e bebia refrigerante. Não sabia que seria isso depois.

Quando ela voltou a vomitar eu saí do banheiro, descendo lá pra baixo e procurando por um Plazil, que tomamos pra parar o enjôo.

Ou melhor, pra não vomitar.

- que barulheira toda é essa? - minha apareceu de roupão e óculos na cozinha. Cruzando os braços de frio.

- Maria tá passando mal.

- eu avisei, comeu muito e tu ainda inventou de dar aquela torta de bolacha pra ela. - pensando agora era mesmo minha culpa. - da um Plazil.

- tô tentando achar mas acho que não tem mais. - minha mãe veio até a caixinha de remédio e fuçou também, achando.

- da um só mas espera ela vomitar se ela tiver fazendo isso. - concordei ouvindo o choro da Maria. - vai lá, qualquer coisa chama a mãe. - concordei subindo correndo.

- calma, o daddy tá aqui. - ela vomitou o chão todo.

- eu não... Não quero morrer. - ri, tive que rir do seu drama.

- amor...

- tá doendo tudo aqui. - tocou do umbigo pra cima até em baixo dos seios.

- por que tava fazendo força pra vomitar. - peguei o pano atrás da porta e comecei a limpar o chão.

- podemos ir no médico? - eu ainda limpava.

- acha que tem necessidade? - concordou. - mesmo? Por que chega a parte da agulha amor. - ela pensou, sentada no vaso.

- por favor... - seria bom mesmo.

Ainda bem que não era nada além de enjôo.

- então vem, vamos por uma roupa. - ajudei ela a sair do banheiro sem pisar no vômito e levei ela pra cama.

Peguei a primeira roupa quente que vi, uma calça de moletom, uma blusa de manga comprida e um casaco.

- tá doendo onde agora? - Maria tinha os braços na barriga enquanto parecia ter dor ali.

- eu não sei... Dói aqui tudo. - realmente estava mal pra ficar em casa.

Isso poderia ser resolvido com remédio mas me preocupo, Maria já fez cirurgia no estômago e a última coisa que quero é algo grave.

Vesti ela me vestindo logo após. Coloquei tênis em mim e nela e procurei pelos documentos.

- vamos? - ela toda encolhidinha, pálida e agarrada no seu unicórnio.

- daddy... - começou a chorar novamente.

- tá tudo bem, não precisa chorar.

- é que dói... Parece que eu vou morrer. - aquilo já estava se tornando preocupante pra mim.

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 1Where stories live. Discover now