13° capítulo

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Henrique

Ao chegar em casa fico aflito por não ver Maria, era cedo e ela estava na escola.

Longe de mim, ela estava longe.

Arrumo a casa, Maria diz que sempre que está acumulada de pensamentos ela escuta música alta e arruma tudo pra esquecer o mundo. É um remédio bom, me fez esquecer um pouco da vida.

Coloco um rap na JBL rosa da Maria e começo a arrumar a bagunça que Maria fez na sala.

Meus pensamentos aliviaram mas a tensão de saber que Maria não está segura na escola me deixa muito aflito. É uma aflição desnecessária e incontrolável.

Quer saber, eu irei buscá-la agora. Saio de casa e sigo com o carro pra escola da Maria, faltava uma hora e meia pra dar o sinal de ir embora mas eu não tinha paciência pra esperar. Entro na escola e falo com a diretora que libera ela.

- aconteceu alguma coisa? - falou assim que eu entrei no carro, colocamos o sinto mas eu não liguei o mesmo. - oque foi Henri?

Respirei fundo, não irei mentir mas não irei falar nada.

- nada, eu só estava com saudades de você, não ficamos juntos ontem.. quer assistir um filme quando chegarmos? - ela assentiu desconfiada.

- você tá cheirando a perfume de mulher. - droga, deve ter sido na casa do pai dela, aquelas mulheres quase nuas.

- foi aquela vizinha velha. - menti.

- aquela que anda igual uma adolescente? - assenti.

- é.. ela me parou quando eu tava tirando o lixo. - Maria pareceu acreditar então dei partida no carro e fomos pra casa.

O trajeto até a nossa casa foi tranquilo, Maria nem falava mas também não desconfiava de nada. Eu olhava ao redor atentamente, nenhum carro me seguia e ninguém olhava estranho. Chegamos em casa.

- você tá muito estranho. - Maria largou a mochila no sofá.

- não tô não, tá com fome? - ela nega me olhando.

- você tá? - veio até mim me seduzindo.

Viu! Quem me atiça é ela.

Mas não tô no clima.

- amor.. não tô no clima hoje. - falei da melhor forma possível pra não magoa-lá. - vamos olhar o filme? - assentiu meio triste.

Subimos pro quarto e Maria pôs um filme qualquer que eu nem prestei atenção por que não paro de pensar no pai dela e no pior que pode acontecer. Tenho medo de um dia buscá-la na escola e não acha-lá.

- Mah.. - chamo e a mesma me olha. - tem vontade de morar com o seu pai? - a sua cara fica triste.

- por que? Você não quer mais eu? - nunca abrirei mão de Maria, nunca.

- lógico que eu te quero meu amor. - abracei ela forte. - é que tipo.. ele é rico e tals. - não é pelo dinheiro, é pelo fato de gostar, quero saber se ela gosta dele como pai.

- você sabe que eu não quero o dinheiro sujo dele e eu odeio ele. - isso é verdade. Ele já abusou de Maria quando ela era mais nova. - mais por que?

Minha personalidade que me impede de mentir pra Maria, acionou.

- amor.. - não direi tudo exatamente. - eu não tenho a sua guarda, você é menor de idade.

- nem ele tem.

- mais ele é o seu pai, ele pode conseguir. - Maria vira pra mim e me encara.

- você não vai deixar né? - dei de ombros. Eu nunca deixarei mas a justiça lógico que tá do lado dele.

- não vou.

Não tinha mais respostas.

Maria precisa ter 18 anos logo, assim ela já é maior de idade e ninguém precisará ficar com a guarda dela. Estou a ponto de ser preço por um crime que eu não cometi. Maria e eu nos apaixonamos, nunca na minha vida eu iria forçar algo com ela. Não posso simplesmente agir como se nada acontecesse por que além de eu ter que ficar longe dela, também nunca saberei como ela estaria. Viver com o pai é a última coisa que eu quero que aconteça com ela.

Preciso de um plano. Preciso pensar.

Logo Maria cai no sono. Minha preocupação é muito grande, oque eu vou fazer? Não posso ficar longe da única pessoa que eu amo, da única pessoa que está sempre presente ao meu lado, da única pessoa que me deixa muito feliz e louco por ela.. não quero perde-la.

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora