168° capítulo

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Maria Clara.

A gasolina acabou.

Nem dinheiro tínhamos.

Estávamos com três crianças no carro e uma delas estava doente!

- não tem jeito Maria. - disse Becca e a menina chorava, obviamente de dor. - eu vou segurar e você vai rápido. - comecei a chorar mas consenti.

- calma meu amor, vamos sair dessa e você vai ser feliz e forte. - digo e Becca segurou seus braços com força enquanto a menina chorava e gritava naquela rua deserta.

Eu apliquei a agulha no braço dela e ela gritou mais.

As minhas lágrimas pingavam no seu curativo e eu nem sabia oque fazer direito.

- pronto, está tudo bem. - Becca a soltou e eu a abracei forte, orando a Deus para que toda aquela dor que ela sentia se voltasse toda pra mim.

- a gente precisa andar. - disse Edu.

- no sol? - disse alguém mas eu ainda estava abraçada a menina e não olhava pra nada.

- pedir carona não dá, somos muitos. - meu coração acelerou.

Estávamos em uma rua deserta. Completamente deserta, nem se a gente pegasse carona teria como, nenhum carro passava.

- estou com fome. - a menininha loira disse, com a boca inchada daquela anestesia que ela ganhou.

Becca disse que ela foi estuprada...

- nós vamos achar um lugar pra comer, não se preocupe. - ela concordou.

- gente vamos, melhor do que ficar aqui e no sol. - o sol estava forte lá fora e entrava pelos vidros.

Então descemos.

Me tornei oficialmente "a menina que todos podiam confiar".

Digo isso por que as três meninas não queriam sair de perto de mim, Edu carregou a mais velha de 7 anos nas costas mas só se ele ficasse perto. Becca carregou a de 5 e eu a que estava com o abdômen costurado. Uma menina saudável... Isso vai deixar tantas marcas futuramente na cabeça dela.

Era difícil carrega-la por que tinha que ter cuidado, fora que ela era tão pequena, muito pequena mas pesada.

E andamos, andamos... Era só uma rua com um asfalto bonito, mas a calçada era repleta de árvores... Uma floresta... Aquilo me dava arrepios constantes e agradeci por ser de dia ao menos.

A verdade é que: de uma cidade próximo a capital do Rio, os idiotas chamado Karla, brigou e discutiu com o seu amigo que era pra ele ir "pelo outro lado" e cá estamos, "no outro lado". Oque se sabe, por uma placa velha na estrada, é que estávamos bem no interior... Tipo isso.

Mas finalmente, por sorte ou pura coincidência, achamos um posto de gasolina. Estava vazio.

Parecia um filme dos Estados Unidos.

- eu vou. - disse a namorada de Karla.

- deixa que eu vou. - ela fez uma cara para um dos meninos.

- você é homem, eu vou e pronto. - ela tirou a jaqueta e entregou a Karla, arrumando o cabelo, ou bagunçando.. e "puxando" seus seios pra cima dentro do sutiã.

Conseguia imaginar oque ela faria mas não queria crer.

- eu quero água. - a olhei, em meu colo.

- eu vou te dar, você só precisa esperar um pouquinho assim. - mostrei nos dedos e ela concordou, na sombra tinha um ventinho bom e eu balançava ela no meu colo enquanto estava sentada em um dos bancos com Becca e as duas outras meninas. O restante estavam todos no chão por ter só um banco.

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 1Where stories live. Discover now