76° capítulo

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Henrique.

Segunda-feira..

Termino de me vestir com uma roupa normal, era cedo e já estava calor.

Maria dormia mas já estava na hora de levantar.

- amor. - chamei mais ela nem se mexeu. - mor, vamo pra escola? - se mexeu um pouco mas não me olhou. - sei que tá cansadinha mais tem que levantar. - ela se virou de barriga pra baixo e o seu rostinho tava todo marcado pela cama e avermelhado. - Maria... O daddy te ajuda. - ela respirou profundamente.

- posso ir amanhã? Por favor.

- se tu ficar faltando assim vai rodar, e eu não tô preocupado com isso, pelo menos uma vez na vida alguém tem que rodar, não tem que ser perfeito sempre, mas se você continuar faltando muito a escola vai achar estranho e vai ligar pro conselho tutelar. - eu não menti mas assustei ela.

- é sério? - perguntou se virando pra mim e eu concordei.

- uhum, por isso não posso te deixar mais tempo em casa. - tirei o cabelo do seu rosto e encarei ela, tava quente. - tá quente amor. - tirei o cobertor de cima dela e fiquei preocupado. - tá se sentindo bem? - de olhinhos fechados ela concordou normal.

Poderia ter mentido por que com certeza eu teria deixado ela em casa.

Mais ela precisa ir, pra eu não perdê-la.

- vem, o daddy te ajuda a tomar um banho. - ajudei ela a levantar, demorou muito, tava com preguiça mas eu também percebia uma expressão de "cansaço", tipo fraqueza. Não importa oque ela fazia, parecia que tava fazendo lentamente, como se não tivesse forças.

- daddy... - gemeu em tom de cansaço.

- põe a perna. - agora eu colocava a roupa nela. Maria optou por uma legging preta por que a calça jeans era muito quente como ela mesma disse. Coloquei a blusa da escola nela, meia, tênis e escovei o seu cabelo.

Aí o resto foi com ela mas eu estava lá, tava preocupado com o estado dela.

Dessa vez ela se arrumou rápido, mas esse era o modo de dizer que ela não fez muita coisa, até por que ela foi bem lenta quando foi se maquiar e no final o seu rostinho tava melhor por conta da base eu acho e do rímel.

- pronta? - perguntou minha mãe quando descemos as escadas.

- vou junto Maria, só pra ver onde você estuda. - ela deu um sorriso de leve.

- tá tudo bem? Oque ela tem? - perguntou a minha mãe pra mim mas olhava fixa pra Maria enquanto media a sua temperatura com a mão. - Henrique essa menina tá quente.

- mais eu tô bem, eu quero ir por que não quero mais faltar e ficar longe do daddy... E tô com saudade das minhas amigas. - respondeu ela, se arrastando entre as palavras.

- tá bom, então vamos almoçar e ir pra escola. - digo.

No almoço Maria só comeu o alface e alguns pedaços de bife. O arroz, feijão e o refri ela não quis, oque eu achei muito estranho.

- vem cá. - chamei enquanto pegava a sua garrafinha térmica na geladeira. - tá tudo bem mesmo pra ir pra escola? Posso ligar e dizer que você tá doente. - negou se apoiando no balcão.

- eu tô bem, só tô cansada. - disse com os olhinhos caídos. - e não pode colocar a garrafa térmica na geladeira. - ri.

- foi tu que colocou, só pode. - vi ela dar um leve sorriso.

Servi suco de uva na sua garrafinha e coloquei dentro da mochila. Peguei um pacote de salgadinho mas Maria disse que queria levar a bolacha Oreo e um pacote de bala fini, não questionei, se tá fazendo escolhas é por que tá bem.

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 1Where stories live. Discover now