28° capítulo

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Henrique.

Era como um borrão, eu só via isso, um borrão.

Meus braços doíam assim como o meu corpo todo. Porém parecia que a minha cabeça estava aberta pela dor que eu sentia.

O "pi" de uma máquina ao meu lado apitava a cada segundo e eu tive a sensação de estar em um hospital.

Mas não me lembro do que aconteceu, não me lembro de nada.

- que bom que acordou senhor Maciel. - era um médico, escrevendo algo em sua prancheta enquanto olhava para as máquinas ao meu lado.

Eu estava em um quarto de hospital, aliás, no hospital da Cida.

- irá passar por alguns exames e depois poderá ter visitas. - ele checou os meus batimentos com o seu estetoscópio.

- visitas? - ele sorriu pra mim acabando de me examinar.

- isso, sua namorada deu entrada no mesmo dia em que você pra cá, passou por uma cirurgia por acharem vestígios de um tumor no estômago. Mas ela está bem, logo virá te ver.

Minha namorada?

Oque estava acontecendo?

- a quanto tempo eu tô aqui? - mudo de assunto.

- 3 semanas. - uau. - vou chamar a doutora Cida, responsável pelo seu caso, ela te explicará tudo direitinho. - ele saiu da sala.

Fico me perguntando quem era minha namorada e um vestígio de lembrança vem a minha cabeça.

A minha Maria...

Consigo ouvir direitinho ela me chamando de daddy mas... Eu não consigo lembrar argh!

Mais o nome dela não saia da minha mente.

- oi! - Cida entrou no quarto fechando a porta. - que preocupação que você deu pra nós duas Henrique. - Cida tirou duas agulhas do meu braço.

Pra nós duas?

- você e quem? - Cida parou tudo que fazia, me olhou seria e sem reação.

- eu e quem? - não respondi. - Henrique a sua cirurgia foi um sucesso, não mexemos no seu cérebro. - eu ainda não havia respondido. - Maria Clara... A sua namorada, a garota que 10 minutos antes de você sofrer o acidente estava em questões no tribunal que você estava vendo. Você ficou com a guarda dela... Não se lembra? - eu neguei. - Henrique.

- eu não me lembro, só se eu vê-la. - Cida me olhou triste.

- Henrique tu não tem noção do quanto ela sofreu longe de você, ficou em uma casa de abrigo, chorou, não pode vir te ver durante três semanas e agora que você acordou você não lembra? - ela basicamente me xingou e eu pretendia lembrar.

- desculpa mas...

- espera, eu sei oque está faltando e o que tem de mais fazendo efeito. - Cida deu a volta na cama, tirou outra agulha do meu braço e pôs outra. - essa era medicação pra você não ter nenhum contratempo dentro da sua cabeça. Era óbvio que não se lembraria de nada.

- ainda não me lembro.

- a anestesia durará por pelo menos 8h. Quer que eu a traga? - neguei.

- se ela chorar na minha frente eu não quero ter que me desculpar quando lembrar. - Cida assentiu.

- então não avisarei nada a ela. - Cida já estava de saída.

- Cida espera.. - ela voltou até mim. - como ela é? - ela sorriu.

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 1Where stories live. Discover now