119° capítulo

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Matheus.

Havia acordado e o meu quarto tava uma bagunça.

Morava no térreo, oque significava janelas enormes. Basicamente a minha parede toda era uma janela de vidro.

E de olhos fechados conseguia ver o sol filho da puta entrando pela janela.

Olho pro pulso, 15:40.

Henrique.

Droga.

Eu liguei mas ele não atendeu, resolvo mandar mensagem e ele viu.

Avisei que já estava indo e ele disse para mim entrar que o portão estaria aberto.

Tomei um banho, coloquei uma roupa normal, camisa e short. Optei por tênis por que não queria ir de chinelos.

- tchau Frank. - digo a minha cachorrinha. - cuida da casa, não sei que horas vou voltar.

Ela latiu e eu saí de casa. Peguei o elevador e estava descendo quando meu celular tocou. Era o meu pai.

- pai? Tudo bem com o senhor? - me preocupei, nem deixei ele falar do que se tratava aquela ligação.

- sim, eu estou bem... - começou a tossir. - estou no hospital, vim fazer um exame mas minha pressão tá baixa.

- precisa que eu vá para aí?

- não meu filho, fique tranquilo, já tem gente de mais aqui. - provavelmente as mulheres apaixonadas pelo meu pai.

- qualquer coisa me liga, tô saindo agora mas meu celular tá no bolso.

- está indo pra onde? Trabalho a essa hora?

- não, estou indo ver Maria, contar essa situação toda a ela não vai ser fácil. - ele tossiu.

- não assuste ela, tudo que venha de mim a assusta. - a voz dele estava tão... Rouca... Parecia estar no seu último dia. - diga a ela que eu a amo...

- não posso dizer isso pai, você sabe que errou e mudar do nada? Dizer isso do nada? Não posso. - o elevador se abriu e eu segui direto pra garagem.

- tente... Preciso dela... Ainda não disse oque tinha pra dizer em 16 anos.

- pensasse nisso antes pai, você foi um pai horrível e você sabe disso. Maria é só uma criança e explicar a ela sobre a situação já é ruim, imagina ficar enchendo a cabeça dela de questões. - cheguei no meu carro e abri a porta. - vou desligar pai, vou entrar no carro.

- cuide dela Matheus... Sei que Henrique já faz isso.

- sim, e muito bem... Tchau pai, se cuida e me liga qualquer coisa.

Ouvi um ok dele e desliguei, entrando no carro.

Dei partida pra casa da Maria, ficava pensando nas notícias ruins que ela recebeu só no mês passado e nesse.

Sobre as suas amigas... Até Henrique sofre por que sua irmã estava no acidente, é nítido que nesse momento Maria não precisa de mais notícias ruins.

Mas precisamos contar, e se meu pai morrer e ela nem poder se despedir. Ele pode ser horrível como pai, foi pra mim também, mas temos afeto, temos o mesmo sangue, isso nos faz ser próximos. Talvez seja o mesmo com a Maria.

Não demorou muito para eu chegar de fato, havia comprado chocolate e sorvete no caminho, Maria disse que era oque ela mais gostava. O segurança me deixou passar, disse que Henrique havia avisado pelo interfone um dia antes.

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora