135° capítulo

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Henrique.

Deixei Maria faltar aula hoje, já era segunda e ela passou o fim de semana todo mal.

Não por que bebeu.

Não por que se sentia culpada.

E sim por que realmente estava doente. Com febre e tosse seca.

Imediatamente pensei no coronavírus, que as vezes não tomamos cuidado. Mas fizemos um teste rápido e ela estava bem, aparentemente era só uma virose.

Mas por via das dúvidas, a deixei em casa.

- melhor? - digo vendo ela beber o chá que minha mãe fez, toda descabelada sentada em baixo das cobertas. Seus seios quase aparecendo naquela blusa que eu achei ontem e a vesti. Ela havia vomitado de madrugada e eu peguei a primeira que vi. - se quiser vomitar me avisa que a gente vai pro banheiro tá bom? - digo ajeitando a blusa nela.

Ela só concordou.

- acho.. que isso é só o efeito do álcool. - disse ela olhando pra sua caneca de unicórnio.

Devia ser, foi a primeira vez, os efeitos colaterais as vezes duram muito.

Mas por precaução, como havia dito, deixei ela em casa. Queria monitorar ela.

- vamo tomar um bainho? Hum? - tirei o seu cabelo do rosto alisando ele. - depois a gente desce... Come alguma coisa.. - ela imediatamente fez cara de repúdio. - tá bom, tudo bem. - digo dando carinho ela, querendo que ela não sinta vontade de vomitar.

Fomos pro banho, em um ritmo lento e mesmo assim Maria vomitou, por sorte deu tempo de chegar na privada.

Tirei a roupa dela falando frases positivas, dizendo principalmente que estava tudo bem estar assim. Maria disse que era o seu castigo. Não nego, talvez seja.

Fez coisas erradas? Ai estão as consequências.

Mas tudo que Maria tinha era só uma virose, isso eu tinha certeza. Não dava febre alta, o vômito sempre na cor de vômito e ela conseguia se manter em pé.

Nada mais que a primeira ressaca que está durando bastante aliás.

Dei banho nela, a vesti com uma roupa confortável pra qualquer dia e penteei o seu cabelo, Maria disse que queria deixá-lo em um rabo de cavalo então eu obedeci, não conseguindo deixar perfeito pela falta de prática mas parecia bom. Ela gostou.

Descemos e Maria ficou na sala enquanto eu tomava café da manhã. Pedro e Beatriz vieram também e a cara do Pedro já me deu nojo, nem olhei. Beatriz perguntou sobre Maria e eu avisei que estava bem.

Minha mãe estava saindo tanto, as vezes ela chegava do nada dizendo "oi" e eu me perguntava em que momento não há vi.

A enfermeira que viria cuidar de Pedro e Beatriz, vem apenas pela manhã. Dispensamos ela por que eles conseguem se virar. A única tarefa dela aqui é ajudar o Pedro com a fisioterapia e a Beatriz também.

Então ela arrecem saiu e minha mãe estava prestes a fazer isso também. Tomou café rápido, disse que iria de Uber depois de eu ter dito a ela pra ir no meu carro, deu ordens como: "não deixe essas crianças passarem fome"; "tem comida congelada é só descongelar"; "sem frescura e faça salada".

Fiz um sanduíche pra Maria, o pão estava novinho, branquinho e macio. Diferente de mim, que prefere os mais crocante por assim dizer, Maria prefere os fofinhos.

Fiz um Nescau e levei pra ela depois de ter colocado Pedro e Beatriz no quarto de volta.

Eles não ficam preso, só preferem estar lá 24h por dias.

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora