127° capítulo

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Maria Clara.

1 semanas depois..

Já estava cansada de tantas perguntas, de ter que repetir por mais vezes a mesma história. Estava com medo de errar algum detalhe de tanto que repito isso.

Parece uma brincadeira, uma história.

- Maria. - olho para a porta, estava pensando e portanto não fazia nada. Era uma enfermeira.

- tem alguém no outro andar querendo te conhecer. - eu não entendi e fiz uma cara de confusa. - está disposta a ir? Você pode ir treinando os seus passos. - ela entrou no quarto.

- eu treino todos os dias e dói, achei que hoje eu poderia ficar sem nenhum esforço. - digo me sentando na cama.

- tudo bem, tem razão. Podemos ir de cadeira de rodas. - concordei vendo ela pegar no canto do quarto. - aliás, seus responsáveis estão vindo hoje. - concordei ficando feliz.

Ela me ajudou a sentar na cadeira de rodas e como eu não tinha mais agulhas nos braços, foi fácil não sentir dor, apenas a dor da perna.

Ela colocou uma máscara em mim e saímos do quarto, subimos de elevador e chegamos no próximo andar.

Seguimos por tantos corredores, aquilo me fez lembrar de tantas coisas... Ah meu Deus!

- está pronta? - concordei. Ela abriu a porta de um quarto e entramos.

- Cida. - dou um sorriso.

- ah meu amor! - assim que a cadeira chegou até ela eu fiz o esforço de me levantar. Até que não foi tão ruim assim ter que andar todos os dias pelas manhãs. - meu deus você tá bem! - seu abraço era forte mesmo ela parecendo fraca e magra. - você tá bem? Não tá machucada? Como saiu com duas crianças de um hospital?! - ela pegou o meu rosto me examinando com as mãos. - você foi uma heroína, eu nunca vou me esquecer disso, nunca! - me abraçou novamente.

- vou deixá-las a sós, qualquer coisa Dr. Cida pode chamar. - senti Cida concordar ainda no abraço.

- cadê ela? - me soltou.

Assim que Cida levantou da cama eu pude ver o berço atrás dela, encostado na outra parte da cama.

- ela já tá tão grande! - Cida foi pegá-la, um pouco fraca. - quer ajuda? - me sentei na cama.

- não meu amor, tá tudo bem. É que não consigo comer direito. Eu perdi muito sangue. - a olhei, Cida realmente estava pálida, magra e muito fraca. - mas não se preocupe, eu vou ficar forte de novo. - veio até mim, se sentando ao meu lado e me entregando a bebê. - diga oi para a Maria Vitória. - abri um sorrisão.

- Maria?! Igual eu? - percebi que gritei. - opa. - ela riu.

- você salvou a vida dela. - alisou os meus cabelos. Cida tinha lágrimas nos olhos. - vou ser eternamente grata a isso. Pra sempre. - me abraçou.

- mas eu também..

- eu sei. - matei um homem. - não precisa falar. - eu atirei. - você não teve culpa e só queria salvar a sua vida e a das crianças, e salvou. Todos estão bem. - me deu um beijo na cabeça. - existem testemunhas, provas. Todos vão ficar ao seu favor. - concordei um pouco com medo.

Maria Vitória se mexia um pouco mas estava dormindo. Era um pouco morena, assim como Cida, tinha cabelos pretos mas não sabia qual era a cor do seu olho.

- será que ela terá os olhos verdes igual a você? - perguntei. Cida tem olhos verdes mas bem escuros.

- acho que não, o Gabriel tem os olhos do pai, são bem castanhos. Mas vamos ver. - me deu carinho.

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 1Where stories live. Discover now