61° capítulo

2.8K 195 182
                                    

Henrique.

Fecho os olhos, sentindo ter apenas cochilado até alguém tocar o meu braço. Abri os olhos desesperado pensando ser Maria.

Mas era um médico.

- me desculpe acorda-lo mas vamos levar essa mocinha pra um exame de rotina. - disse ele, escrevendo na sua prancheta. - tudo bem pro senhor? - me olhou e deu um sorriso.

- é... Claro, claro. - me levantei, ainda grogue.

- não se preocupe, o exame durará apenas alguns minutos. - concordei.

- e ela vai acordar?.. quer dizer, já passaram os efeitos dos remédios. - ele bufou fraco.

- a gravidade da situação dela é estável, claro, ainda precisa da ajuda do respirador e precisará todos os dias fazer exames de rotina, sangue e da cabeça. Mas fora isso, pode ter certeza que ela está bem.

- ela já esteve aqui internada e um médico deu os remédios errados e ela ficou em coma.

- entendo, mas Maria não está sob o efeito de nenhum remédio, ela está bem e depois dos exames vamos fazer um teste pra ver se ela respira sem o respirador. - concordei mas não aprovava e não acreditava nele.

Dois enfermeiros entraram no quarto levando a cama da Maria, o médico saiu logo atrás ainda anotando algo e logo perdi eles de vista.

Já fazem dois dias, Maria não acordou ainda.

Oh meu deus deixe ela a salvo e do meu lado. Não a leve de mim por favor.

Enquanto Maria estava fazendo os exames eu organizei as suas coisinhas, coisa que eu não fiz nos outros dias por querer ficar ao seu lado. Coloquei o seu unicórnio na estante embaixo da janela e a nossa foto ali também. Depois a sua xícara de unicórnio e guardei as roupas organizadamente no armário.

[...]

- sim Henrique, eu entendo a sua preocupação mas ela vai acordar hoje mesmo, os exames estão todos certos e não tem que se preocupar. Além disso...

Ouvimos um barulho que persistiu.

- parada cardíaca! Chama a cardiologia. - alguém gritou de dentro do quarto da Maria e eu tentei correr até lá mas Cida não deixou.

- Henrique calma!

- oque tá acontecendo? - vários médicos entraram no quarto e aquele "pi pi pi" persistia altamente. - por favor Cida!... - ela ainda me impedia e eu não queria machuca-lá.

- Cida, precisamos de você, ela tá fibrilando! - Cida saiu correndo ao quarto e eu fiquei olhando da janela.

Eles tiraram tudo de cima da cama, tiraram a sua roupa até a altura dos seios e Maria com aquele rostinho dela... Ah meu deus! Por que?!

- carreguem 200. - Cida pegou o desfibrilador. - afasta! - todos se afastaram e ela deu um choque na Maria. - carreguem 200 de novo... Afasta! - outro choque. Maria tirava as costas da cama. Uma cena horrível.

Eu não sabia oque fazer mas chorava, rezava e sentia raiva por sentir que vou perdê-la por causa de um tombo. Ela perdeu o baço, oque está acontecendo?

- senhor, venha comigo. - uma médica baixinha saiu da sala.

- ela é a minha mulher! Eu não vou a lugar nenhum. - digo negando e chorando.

- eu entendo mas você não pode ficar aqui... - ela parou de falar quando Cida disse que era pra preparar uma sala de cirurgia.

- já temos batimentos. - disse ela, dando o desfibrilador a um enfermeiro. - levem ela pra uma tomografia e depois pra sala de cirurgia. Essa menina não vai morrer. - era como se eu fosse cair em um abismo, mas quem morreria seria eu e não Maria.

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 1Where stories live. Discover now