66° capítulo

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Henrique.

Maria passou essa noite inteira acordando, angustiada, com medo e não me dizia o motivo.

Pra mim eram pesadelos já que ela não sentia dor ou reclamava de desconforto e eu comecei a ligar isso a nossa foda da noite passada. Ela tinha pedido pra mim chama-lá pro jantar e eu fiz isso, mas depois fomos dormir e ela se acordou a noite toda. Posso ter machucado ela e talvez ela não queira me dizer.

Tô cansado por conta disso e creio que ela também.

- bom dia meus amores, vou deixar as roupinhas da Maria dobradinhas aqui. - minha mãe adentrou o quarto, batendo antes na porta é claro. - acordados a muito tempo? - perguntou e eu bocejei.

- Maria não conseguiu dormir essa noite. - digo após bocejar. Minha mãe faz uma cara e vem até nós, após largar as roupas da Maria.

- ué, que estranho. - pôs a mão na testa dela. - febre não tem. Tá sentindo dor meu amor? - Maria negou, encolhida do meu lado com o rosto sobre o meu braço por eu estar com os mesmos de baixo da cabeça. - vou fazer um chá, sempre ajuda. - foi, saindo do quarto.

Em tese eu estava bravo com a Maria mas não o suficiente.

Ela não me deixou dormir a noite inteira, isso não é motivo pra eu ficar bravo, jamais, porém quando eu vou perguntar ela não responde. Ou ignora, ou diz "nada".

- mor me conta oque tá acontecendo. - digo pegando o seu rostinho e me virando pra ela. - conta pro daddy, oque tem de mais me falar? O daddy é o teu melhor amigo.. - dou carinho a ela, descendo até a sua cintura e agarrando ali.

Ela fica calada, baixa o rosto mas não o suficiente pra eu não vê-la fechar os olhos com força, como se estivesse com medo de algo.

Isso é tão torturante pra mim do que pra ela.

- Maria Clara, fala pra mim oque foi. - peguei o seu rosto novamente, dessa vez firme. - eu não gosto quando eu te pergunto as coisas e você fica nessa, responde, só isso. Pra que esconder? Você é minha mulher, tem que me dizer as coisas pra eu poder te ajudar! - digo bravo e ela começou a chorar.

Tive certeza que a deixei triste e não era isso que eu queria.

- ei... - ela me abraçou, achei que estava brava. - me desculpa, fui imaturo, me desculpa. - abracei ela também e ela ainda chorava. - quando a gente tem problemas, temos que falar pra quem nos ama de verdade, seja pra um pai, uma mãe, um amigo ou amiga, avós, tias... Temos que dizer. No seu caso você tem o daddy. Tem que dizer pro daddy oque tá acontecendo, aí eu vou te ajudar e cuidar de você. Vou achar uma solução pra você não ficar triste.

- eu... Não tô.. triste. - disse chorando, o som do seu choro me deixa nervoso. Mostra o quão sofrendo ela está.

- então me diz oque é.

- e.. eu. - chorava. - eu não sei. - caiu em lágrimas. Sentia cada gota quente caindo no meu peito e não me importava nem um pouco com isso.

- o daddy tá aqui... Tô aqui. - abracei ela, dei carinho, dei beijinhos, alisei seus cabelos e disse que a amava mais do que tudo.

Ela estava sensível, quente, tremia e parecia ter muito medo e resolvi, principalmente lembrei, que a Maria não funciona sob pressão, temos que deixar as coisas ir com calma então não vou forçar nada e muito menos apresar ela a me dizer algo.

Quando ela tiver com vontade de falar eu estarei aqui pra ouvi-la.

- o daddy vai tomar café, quer também? - negou mas não deixaria ela pular essa refeição. - tem que comer meu amor.

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 1Where stories live. Discover now