109° capítulo

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Maria Clara.

Eu estava tão vidrada na tv mas escutei alguém bater palma.

Daddy.

Porém eu fui na janela e espiei, lembrando que o daddy me disse isso uma vez, pra ver primeiro quem é.

Nosso quarto tinha sacada mas a porta vive fechada.

Era um homem estanho, todo de preto e eu fiquei com muito medo.

O portão era algo e tinha proteção lá em cima que dava choque.

Não sei se eu ficava com medo dele entrar aqui ou se ficava com medo dele levar um choque.

Peguei o celular e liguei pro daddy.

Ligação com Daddy lindo:

- tô chegando amor, é que a fila de carro tá grande.

- daddy tem um homem aqui no portão. - saí da chamada e tirei uma foto, ainda bem que não tava com flash. - olha a foto. - daddy não respondeu, provavelmente estava vendo.

- eu tô chegando. Tranca as portas, fica ai que eu tô indo. Vou pegar um atalho. - daddy ficou preocupado.

E o homem lá, olhando pra dentro do pátio e de moletom preto.

Eu não estava com tanto medo. Aliás, era um morador daqui com certeza, até por que o porteiro é novo e não pode entrar nenhum desconhecido.

Troquei o canal da tv depois de encerrar a ligação com o daddy e coloquei em uma música alta, tipo, muito alta.

E com as mãos nos ouvidos eu fui pra porta e o homem olhava pra cá. Liguei a luz e ele continuou olhando.

Daddy chega logo.

O interfone lá em baixo ficou tocando mas eu não tinha coragem de ir lá atender, eu só ouvi por que ele é um barulho tão chato que não se misturou com a música pop americana.

Eu queria colocar músicas que eu gosto, de adolescente, mas ele provavelmente perceberia que era uma criança ouvindo música. Então deixei nessas estranhas mesmo.

- ebaaaaaa! - o daddy chegou e deu uma buzinada alta pro homem que saiu andando.

Quando vi daddy dentro da garagem eu desliguei a música e desci.

- era aquele louco aqui da frente. - daddy já foi logo dizendo, e alto, olhando pra casa em frente. - filho da puta. - passou por mim e eu ri baixinho fechando a porta. - levei um xingão Maria. - me olhou bravo. - música alta, dia de semana... - fiz uma cara. - mas.. - veio até mim. - se protegeu bem. - me abraçou. - sempre tranca a porta tá bom? - concordei.

- oque você comprou de frutinhas? - fomos pro balcão. Daddy tirou aquela cara de bravo do rosto.

- moranguinhos, abacate, abacaxi, laranja... Tem várias frutas.

- posso pegar uma? - concordou.

- oque a Maria tava fazendo que viu ele? - peguei uma banana, mesmo não gostando.

- eu tava vendo porno e alguém bateu palmas. - coloquei a mão na boca.

- porno? - me olhou sério.

- desculpa.

- não tô bravo. - riu. - ele bateu palma? - concordei rápido.

- sim, eu acho que ele queria algo daddy.

- se quisesse teria chamado, tocado a campainha, e se ninguém tivesse atendido teria ido embora. - daddy estava bravo agora. - mas tudo bem, não é só a gente que tá reclamando dele. Daqui a pouco ele vai embora do condomínio. - fiquei com uma cara sem saber oque dizer.

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora