86° capítulo

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Henrique.

Maria iria pra casa hoje. Graças a Deus.

- qual a idade dela?

- 15.

- você é o responsável?

- sim, sou eu.

- qual o nome?

- Henrique Maciel.

- o dela?

- Maria Clara Pavanelli.

- uhum.. - anotou algo. - mas fique tranquilo, pacientes não saem do hospital. - ficou me olhando.

- ela foi fazer um exame já faz horas, Cida sumiu e os enfermeiros que estavam com ela disseram que ela já tinha saído do exames e que era pra estar no quarto. - eu não entendia nada.

Maria sumiu.

- o máximo que posso fazer é avisar a segurança.

- faça isso por favor. - ela concordou pegando o telefone.

Sai dali. Liguei pra minha mãe que não estava no hospital mas ela não atendeu.

Ah meu deus.

Maria tinha ido pra um exame de rotina e pra uma tomografia. Eu fiquei no quarto e Cida a levou.

Porém isso já fazem 1h. É um exame de rotina de todos os dias, não era pra ser assim, tão demorado.

Subi de elevador, me perdi diversas vezes e nada de encontrá-la. Naquele ponto eu já comecei a pensar merda.

- Cida! - achei ela. - Cida, cadê ela. - Cida se virou pra mim, com um sorriso enquanto escrevia em uma prancheta.

- ah você não soube? - oque?

- soube do que? - do nada a barriga da Cida começou a crescer.

- Maria morreu e os seus órgãos estão sendo retirados agora pra uma doação.

- oque? Mais...

- Henrique calma. Você vai encontrar outra. - passou por mim após dar um tapa no meu ombro.

Eu estava sem chão.

Oque?

Morta?

- oi meu filho. - a voz junto a visão, estavam distantes e contínuas. - essa é a Valentina... - a frase se repetia e quando me virei vi minha mãe com uma garota.

Pequena, com aparência de criança e carregava um ursinho.

- de oi pra sua nova namorada. - minha visão escureceu.

- Maria.... Maria!

Era como chama-lá no meio da escuridão.

Maria Clara.

- aff... Daddy... Tá... Muito... Pesado. - eu tentava tirar ele de cima de mim. - daddy! - sacudi o mesmo mas ele não acordou. - Henrique! - bati nele.

Aos poucos ele despertou. Com medo, parecia angustiado.

- porra... Puta que pariu... - sua respiração tava ofegante e ele suando.

- você ta bem daddy? - me virei pra ele e me senti úmida. - eca, você passou o seu suor em mim. - ri.

- tu tá aqui mesmo? Porra. - me abraçou e agora sim eu estava toda suada. - nossa que susto. Que sonho horrível. - eu estava sobre ele e ele me apertava cada vez mais.

- oque foi? Você teve um pesadelo? - perguntei tentando olhar pra ele. - para de me apertar daddy. - ele me soltou.

- sonhei que tu tinha... Morrido. - arregalei os olhos. - aí a minha mãe... Outra garota... Nem lembro do nome. Só sei que pra eles era normal que você tinha ido embora. - meu coração pulsava forte.

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 1Where stories live. Discover now