162° capítulo

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Henrique.

Estava na minha sala quando o telefone sobre a mesa tocou, só apertei no botão continuando a escrever no papel.

- sim. - digo esperando alguém responder do outro lado da linha. Obviamente era minha secretária.

- senhor Maciel, a uma mulher aqui. - não dei muita bola.

- estou ocupado mas ela pode marcar um..

- ela diz que precisa falar com você. - parei de escrever pensando.

- como ela é?

- meio alta.. meio branca.. cabelos castanhos até a metade das costas.. - Letícia. - parece apreensiva.

Não poderia vê-la.. não estando longe de Maria e jurando a ela que não veria Letícia.

- mande entrar. - digo por fim, me torturando por dentro.

Mas só queria ouvir oque ela quer.

Em poucos segundos minha porta foi aberta pela minha secretária e logo após Letícia passou por ela. A porta foi fechada e só ficou nós dois ali.

Letícia usava roupas compridas... E lá fora fazia um calor terrível.

Até eu com uma blusa social de manga curta no ar condicionado estava suando.

- oi. - me levantei da cadeira.

- tudo bem? - digo.

- sim.. - ela se aproximou mas não muito.

- oque houve? - Letícia parecia querer... Chorar.

A maquiagem sempre de mais no rosto.

- você pode me ajudar? - concordei na hora e ela se aproximou, ficando em frente da minha mesa.

- oque foi? Eu ajudo. - digo um pouco firme, esperava por ela ir até a polícia, seria o melhor a ser feito.

- eu quero aportar meu bebê. - esperava por qualquer coisa.

- mais.. - Letícia não me deixou terminar a frase e foi logo tirando sua blusa comprida.

Por baixo havia outra de regata, mas não foi pra isso que olhei.

Seu corpo estava coberto de hematomas... Eram tantos roxos, alguns esverdeados e outro amarelos... Eram muitos.

Não me pergunto com está suas pernas.

Ela levantou a blusa.

- eu achei que... Que ele ia sair sozinho mas ele ainda está aqui. - ela chamava seu bebê de "ele".

Mas sua barriga estava com mais hematomas que os seus braços.

Eram marcas de chutes.

- Letícia eu...

- eu sei que a culpa é minha...

- não, não é sua. - dei a volta na mesa achando aquilo tudo um absurdo.

- é sim, eu procurei por isso, eu fugi com ele na adolescência e olha onde ele me trouxe. - ela fez um som, murmurando algo. - eu nem terminei a escola, estou estudando a noite por que nunca tive a chance de olhar pra mim, ele nunca deixou. - me olhou triste. - você é.. rico... É uma pessoa boa e eu detesto te arrastar pra isso mas... - seu olhar fragilizou. - eu não sei pra quem pedir ajuda. - andou até mim. - eu não sei oque fazer... - levou as mãos até o meu pescoço e eu a encarei. - eu quero você... - ela ia me beijar.

- Letícia eu... Sou quase casado. - digo a ela, após sair de perto. - sabe que me arrastando pra isso quem sairá ferrado sou eu e a minha família.

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 1Where stories live. Discover now