Capítulo 81

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                   Camilla e Rafael

            
Acordei e tive que correr para o banheiro.
— Camilla? Está tudo bem?
— SAI DAQUI. — Gritei, não querendo que ele me veja nesse estado.
— O que ouve? — Quando me virei, pronta pra quebrar a cara dele, o enjôos voltou e tive que me ajoelhar novamente na frente do vaso, colocando tudo pra fora. Eu odeio vomitar.
— Sai daqui... — Rafa como sempre não me deu ouvidos e segurou meu cabelo, enquanto eu colocava os bofes pra fora.
— Está se sentindo melhor?
— Hurumm... — Fechei meus olhos, me encostando na parede.
— Vou pegar água pra você. — Ele voltou me alcançando um copo de agua, bebi tudo fazendo careta.
— Nunca mais vou beber. — Rafael franziu a testa. — Que? Eu to falando sério, tá.
— É, eu aposto que está, mas o problema é que... Você não bebeu ontem, amor.
— Mas então porque eu to vomitando? — Ele deu de ombros.
— Deve estar grávida. — Disse em tom de brincadeira e me ajudou a levantar.
— Sai daqui. — Empurrei ele pra fora do banheiro e bati a porta.
— Você é completamente maluca. — Ele gritou contra a porta, mas estava rindo. Eu me abaixei, abrindo o balcão da pia, tirei a caixa organizadora de dentro e procurei por um item em especial.
— Droga, onde está? — Tenho certeza que ainda tem um teste por aqui, na ultima vez que minha menstruação atrasou lembro de ter comprado dois. — Acheiiii.
— Achou o que? Posso saber o que você está fazendo ai dentro? —  Rafael gritou lá de fora.
— Quer me deixar em paz, por favor? —  Sentei-me no vaso olhando o teste, eu não havia dado importância, mas a minha menstruação estava atrasada e estou com enjôos, nem sequer havia cogitado a possibilidade, só que Rafa falou sobre eu estar grávida, mesmo sendo brincadeira, agora infelizmente é uma possibilidade.

— Finalmente. — Rafael, falou assim que abri a porta. — Você está bem? Quer que eu vá na farmácia te comprar remédio?
— Não, você já fez o suficiente. — Joguei o teste contra ele.
— O que é isso?
— O que você acha que é? — Ele abaixou juntando o teste, olhou com atenção e depois me encarou.
— Você está...
— Como pode fazer isso comigo? Você sabia que eu não queria filho agora, meu trabalho está decolando, serei transferida, vou me tornar a chefe do setor financeiro, eu poderia finalmente me mudar pra Nova York contigo, mas você estragou tudo.
— Ótimo. Agora você já decidiu que a culpa é minha.
— E não é? Você me engravidou.
— Eu não teria engravidado ninguém, se esse alguém não tivesse aberto as pernas e me pedido pra...
— Cala a boca Rafael, antes que eu mate você.
— Camilla... — Odeio quando ele tenta ser paciente comigo, eu quero é brigar, quero que ele grite, mas ele sempre é o bom moço.
— Não fala comigo.
— Pode por favor parar de agir como uma criança.
— Já disse pra você não falar comigo. — Arremessei uma almofada contra ele, o acertei bem no rosto.
— É impossível ser razoável com você, sua doida.
— Doida, mas você me quis mesmo assim. Ou se esqueceu que me obrigou a namorar com você?
— Eu te obriguei?
— Sim, disse que iria me considerar como sua namorada, não importando o que eu falasse.
— Ah sim, e você faz esse papel com muito sacrifício.
— Não seja irônico comigo, idiota. — Outra almofada foi arremessada, mas dessa vez ele desviou.
— Serio que está tentando me machucar com uma almofada?
— Posso jogar outra coisa se preferir. — Olhei ao redor e tudo que encontrei foi um vaso de cerâmica horroroso que a minha mãe me deu, no instinto eu o peguei, era pesado. 
— Joga. — Ele ainda provocou. — Duvido muito que esse vaso possa me machucar, mais que suas palavras. — Abaixei minha mão, sentindo-me culpada e deixei o vaso onde estava. Rafael me puxou pelo braço, me forçando a encara-lo.
— Sai daqui, quero ficar sozinha. — Tentei empurra-lo.
— Para com isso. — Ele me sacudiu, então eu parei. — Eu não vou sair, não adianta gritar.
— O apartamento é meu.
— Não me importa, você vai calar a boca e vai me ouvir.
— Mas...
— Qual parte do calar a boca você não entendeu? — Tentei falar algo, mas ele já estava pronto pra me retrucar, então me resignei. A verdade é que fico excitada quando ele está bravo.
— Eu sei que não queria um filho agora, eu também não, estava planejando começar a faculdade no próximo semestre, mas se  aconteceu, se estiver mesmo grávida, não pode me culpar por isso...
— Eu sei que não.
— Então porque está me culpando?
— Só estou descontando minha raiva em alguém e esse alguém é você. — Ele sorriu, de um jeito lindo, do jeito que eu amo.
— Você é mesmo doida.  — Ele acariciou meu cabelo e me trouxe para seu peito.
— Eu tô com medo, Rafa.
— Eu sei, eu também, mas estamos juntos nessa, não é o que planejamos, mas nós podemos improvisar, você ainda pode ser promovida, gravidez não é doença. Ta bem?
— Ta bem. — O abraçei mais forte, com todo meu amor.
— Rafa...
— O que? — Me afastei olhando pra ele.
— O fato de eu não querer ter um filho agora, não significa que eu não quisesse mais tarde.
— Eu sei disso...
— É que... as vezes acho que eu não digo o quanto eu te amo, o quanto você é importante na minha vida.
— É... Você não diz marrentinha, mas eu sei. Também amo muito você. — Sorri me derretendo com suas palavras, ele me beijou com carinho.
— E agora como vai ser? O que vamos fazer?
— Não sei, é melhor ir ao médico pra ter certeza. A quanto tempo suspeitava que estava grávida?
— Faz uns quinze minutos. Só suspeitei quando você brincou dizendo que eu tava gravida.
— Mas... Porque tem teste de gravidez guardado?
— Não é a primeira vez que pensei estar gravida.
— Você nunca me disse nada!
— Olha... Pode ser uma surpresa pra você Rafael, mas não foi o único homem que eu tive na vida... — Ele fechou a cara assim que as palavras sairam da minha boca, até tentou disfarçar, mas eu sabia que estava se roendo por dentro.
— Adoro te ver assim.
— Assim como?
— Bravo, com ciúmes... É assim que eu gosto, quero o cara que me mandou calar a boca minutos atrás, quero que ele me foda agora. — Pulei em seu colo, enrolando minhas pernas na sua cintura e o beijei ferozmente. Ele puxou meu cabelo, por tras, me obrigando a parar.
— Sabe o que eu vou fazer com você? — Susssurou no meu pescoço, mordendo em seguida.
— Ahhh... O que? — Ele me colocou sobre a cama e me girou, fazendo eu ficar de costas pra ele.
— Eu vou... te engravidar de novo. — A raiva cresceu dentro de mim, como uma bomba prestes a explodir.
— RAFAEEELL, seu barbeiro traiçoeiro. — Tentei me virar, pra enche-lo de socos, mas ele me segurou e bateu na minha bunda três vezes, com força.
— Quietinha, vou comer você assim, de quatro, como uma cadela.  — Puxou meu cabelo, me obrigando a ficar de quatro. E susssurou no meu ouvido. — Vai apanhar mais se desobedecer. — Quase gozei, só de ouvir suas palavras.
— Você foi uma menina má? — Murmurou subindo minha camisola até minha cintura e começou a se despir.
— Hurumm...
— Então serei obrigado a castigar você. — Puxou meu cabelo com força, enrolando na sua mão e mordeu meu ombro, a dor é dolorosamente deliciosa... — Quer que eu te castigue?
— Quero... muito... — Minha vagina estava encharcada, sedenta por ele, mas ele tinha outros planos, choraminguei quando percebi que não planejava me comer ali, onde eu mais desejava. Tentei desviar, mas ele não permitiu.
— Quieta. — Deferiu um tapa forte em minha bunda —  Me deixa comer esse traseiro delicioso. — Rafa sabia como deixar uma mulher excitada, seu jeito de menino sumia quando o assunto era sexo.
Ele me penetrou devagar sem nenhuma lubrificação, me fazendo tomar cada centímetro dele, era sua forma de me castigar, então passou a me comer duro, com força, jogando meu corpo pra frente e me forçando a voltar contra ele, fui ao delírio, gemi seu nome alucinada de prazer, senti o orgasmo se aproximar, inflando cada célula do meu corpo.
— Não, por favor não para... — Implorei quando ele parou de se mover, deslizou sua mão pela minha cintura, e desceu acariciando, minha boceta encharcada, com a voz rouca murmurrou no meu ouvido.
— Diz, que eu sou o único que de deixa assim... — Homens e suas inseguranças.
— O único, só você me deixa louca amor. — Ele virou meu rosto, me forçando a beija-lo, aos poucos construiu seu ritmo, voltando a me levar a loucura, me comeu com força, e eu gozei, uma duas vezes... ele não parou, parecia destinado a me provar algo e conseguiu, não aguentei pedi arrego, ele sorriu.
— Só mais um pouquinho. — Não resisti, dei a ele tudo que queria, fizemos amor devagar, desfrutando cada movimento, foi delicioso e terminamos, abraçados de conxinha, como ele sempre faz.
— Gostou? — Falou sorrindo, se apoiando no cotovelo, pra poder me ver. Mas eu queria provoca-lo.
— Claro que não, foi muito bruto, poderia ter machucado meu bebê. — Estranho seu sorriso se ampliar.
— Seu bebê? — Revirei os olhos, ele vai ser o pai mais babão do mundo.
— É, meu. — Ele negou.
— Nosso! Nosso bebê. — Ele deslizou sua mão até minha barriga, olhando fixamente ali. — Eu não acho que ele ou ela será um estorvo em nossas vidas, William e Maite também foram pegos de surpresa.
— Sim, mas a Bel não trabalhava na época.
— É... Mas ela tem seu próprio consultório agora. Quero dizer que... Talvez ele atrase nossos planos, mas não vai muda-los.
— To sabendo...
— Qual é marrentinha? Vai me dizer que nem por um segundo gostou da ideia, que não imaginou...
— Um pinguinho de gente correndo na sala? Imaginei sim... — Ele sorriu. — Não sou insensível, eu só... ainda estou me acostumando com a ideia.
— Eu sei... — Dei um selinho nele, e fiquei o admirando, nunca imaginei que ele se tornaria o homem da minha vida, ele é tão menino, mas é mesmo tempo tão homem, a doença da Isabel o fez amadurecer cedo, mas ainda consigo ver o menino dentro dele, foi seu jeito de menino doce que me apaixonou.
— Estamos a dois anos juntos e eu ainda não sei o que você viu em mim, eu sou só uma doida varrida. — Ele riu.
— É... A doida varrida mais linda desse mundo, mais gostosa, mais carinhosa...
— Você é perfeito sabia?  — Acariciei seu cabelo, tão apaixonada quanto o possível, ele virou o rosto, beijando a palma da minha mão.
— Eu prometo, que sempre vou lutar pra realizar todos os seus sonhos.
— E eu os seus, meu barbeiro lindo. — Ele sorriu, mas abaixou o olhar, ficando muito pensativo. Quando ia perguntar oque ouve ele me olhou.
— A gente podia casar... — Disse assim como quem não quer nada, sabia a minha opinião sobre casamento, não sou muito de tradições.
— Eu acho que você não tem outra escolha Rafael, já que me engravidou. — Ele sorriu.
— Vou fazer esse sacrifício então. — Bati em seu ombro fingindo-me ofendida, ele me puxou pra cima dele, me beijando em seguida, suas mãos alisavam meu corpo, faríamos amor mais uma vez.

                           Bella

Meu celular vibrou várias vezes até cair na caixa postal, segundos depois, ele acendeu, começando a vibrar novamente...
Ergui meu braço, tentando alcança-lo, mas não pude, William me impedia, seu corpo forte e delicioso me impedia. 
— Eu devia atender...
— Hurum... — Ele segurou a minha perna enrolando na sua cintura, sem parar de investir contra mim.
— Pode ser importante...
— Hurumm... — Sorriu me olhando fixa- mente, então girou os quadriz me fazendo perder o ar... Gemo baixinho deixando me levar pela sensação de tê-lo dentro de mim, sua boca desceu na minha, os sons que escapavam da sua ganganta que eram abafados pelas nossas bocas juntas, eram tão eroticos, quanto o som de nossos corpos suados se encontrando. O celular foi esquecido, tudo foi esquecido, só me  importava nós dois. 
 
Estou na cozinha preparando o café da manhã, William chega com Guilherme no colo e o coloca na cadeirinha de comer.
— Bom dia. — Me segura pela cintura, beijando minha boca.
— Bom dia... — Sussurro, abrindo meus olhos, deliciada com seu beijo.
— Dormiu bem?
— Você sabe que sim... — Digo mordendo o lábio, fizemos amor durante quase toda a noite...
— Pare de morder esse lábio ou não respondo por mim... — Sorri, o celular foi quem me salvou.
— Dessa vez vou atender! — Me afastei dele pegando o celular, a foto de Camilla apareceu na tela.
— Oi Cami.
— Tem celular pra que? Te liguei umas mil vezes ontem.
— É que... eu tava ocupada. — Desviei meu olhar de William, meu corpo ficou quente só de lembrar...
— Eu to grávida.
— O QUE? Você está grávida? Ai meu deus, Camila isso é demais... — Minha animação se esvaiu quando ela começou a chorar, dizendo que não. Eu deveria saber que ela, não aceitaria isso bem. Depois de meia hora de conversa e muitos conselhos, voltei pra cozinha onde William e Guilherme estavam comendo.
— Camilla está grávida.
— É eu ouvi, Rafael deve estar louco de alegria.
— Sim,  eles dois vão se casar... E Camilla não quer passar por isso sozinha.
— Como assim?
— Ela quer que nós se casemos junto com eles, um casamento duplo. — Dou de ombros, não sei o que ele vai achar disso. Já nos casamos uma vez, embora tenha sido só pelo civil.
— Eu caso com você quantas vezes você quiser, doutora Isabella. — Ele levantou, me puxou pra ele, o beijei sem esperar nenhum segundo a mais.

Migalhas De AmorWhere stories live. Discover now