Capítulo 74

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Eu passava a mão por seu rostinho, ainda sem acreditar que agora eu o tinha aqui comigo. Meu pequeno Guilherme, fruto do meu amor por William, o pedaçinho mais importante da nossa família, que chegou para completar a nossa felicidade. Eu não consigo encontrar palavras para descrever como é amar algo assim, que veio de você, é impossível, só sei que morrreria por ele, sem pensar.
A porta se abriu e um buquê de rosas vermelhas enorme foi colocado na frente, logo William surgiu atrás dele. Sorri como uma boba.
— Pra mãe mais linda desse mundo. — E pronto, bastou pra eu estar emocionada. — Obrigada, por ser minha mulher, por ter me dado o presente de ser pai.
— Você vai me fazer chorar...
— Não... — Ele deixou o buque na mesa e sentou na minha frente, me beijando. — Te amo...
— Eu também... — Então ele olhou pra baixo, sorrindo para o pequeno Guilherme.
— Nunca vou me cansar de olhar pra ele.
— Nem eu.
— Ele não quer acordar, queria ver seus olhinhos, ainda não vi a cor. Certo que vão ser claros como os seus, ele puxou tudo de você.
— Ele tem as suas covinhas.
— Mas é só.
— Sinto muito. — Olhei pra ele e sorri.
— Eu gosto que ele seja parecido com você, ele é lindo, quando crescer vai ser deslumbrante.
— Talvez ele tenha seus olhos, negros e lindos.
— É...
— Obrigada por esse presente — Ele repetiu pela milésima vez.
— Geralmente sou eu que te agradeço por tudo.
— Não dessa vez. Você foi corajosa, forte e não desistiu até conseguir dar a luz a esse anjo... Tenho tanto orgulho que seja a minha esposa. — Quando meus olhos marejaram, ele sorriu e se aproximou me beijando lentamente. — Minha guerreira... Te amo...
—  Eu me sinto mais forte... — Falei orgulhosa de mim mesma, pela primeira vez. Eu fui forte e corajosa como uma mãe desse ser.
— E deve se sentir, você sofreu muito.
— Não teria conseguido se não estivesse comigo, me dando força.
— Sempre vou estar com você. Se pudesse eu teria passado toda a dor pra mim.
— Bom, já passou.... E valeu muito a pena. — Olhei para meu pequenos nos braços, lembrando das palavras da Isabel, de que quando eu estivesse com ele comigo, eu sentiria que tudo valeu a pena e que a dor não seria nada perto disse. Eu não tenho dúvidas que faria tudo novamente  se fosse pra ter ele assim comigo. William se mudou ao meu lado e me abraçou de lado, olhando nosso anjo.
— Como Isabel está? — Falei um pouco com ela pelo telefone, mas ela chorava muito.
— Mamãe disse que agora ela dormiu, mas estava mais calma depois que falou com você.
— Que bom. — Fico mais tranquila ao saber que ela esta bem, me preocupo tanto  quando ela fica nervosa, sempre penso que ela vai tentar se matar de novo, mesmo eu  sabendo que dessa vez, ela chorava de alegria. É um medo sempre presente, porque sei que eu não suportaria perde-la de novo. Apesar de que agora, eu não me sinto mais sozinha, eu tenho meu pequeno Guilherme, sei que nunca vou perde-lo e 
também o meu grande Guilherme, que eu nunca quero perder. Olho para William que está segurando a mãozinha do nosso anjinho e beijo seu rosto, ele sorri me dando um selinho.
— Sabe o que eu quero?
— O que?
— Eu quero que ele cresça feliz, rodeado pela família, que nunca falte amor e que ele nunca se sinta sozinho.
— Assim vai ser. Esse quarto estaria cheio de avós corujas se não tivesse horário de visitas. — Sorri.— Rafael falou que Camilla  e Candinha já embarcaram no Brasil. — Só de pensar nas duas eu já me emociono. — Amanhã todas vão estar aqui, mimando o nosso príncipe e você, meu anjo...
— Tenho certeza que elas não vão largar ele.
— Sim, acho que vamos ter que brigar pra ficar com nosso filho.
— Também acho. Quando ele crescer, ele vai fugir pra ir na casa das avós, fica tão pertinho.
— Verdade.
— E você conseguiu registrar ele?
— Sim, Guilherme Perroni Santiago, filho de Maite Isabella Perroni e William Guilherme Santiago.
— Ainda não consigo acreditar que eu tenho essa vida, esse marido, esse filho, essa família.
— Pois pode acreditar Senhora Santiago, porque isso vai ser pra sempre e esse é o primeiro de muitos. — Eu queria rir, mas tudo me doia, então só gemi.
— Ahh... Senhor Santiago, quantos mais vamos ter?
—  Mais dois, pra encher um carro.
— Aiii, por favor não me faz rir.
— Desculpa. — Disse beijando minha testa. — Mas por favor, faz cesária não sei se aguento passar por isso de novo, te ver sofrer me mata. — Sorri.
— Ta bem. — Recebi um beijo demorado nos lábio e William se inclinou dando um em Guilherme, que resmungou mexendo o pescocinho e gemendo baixo.
— Acho que ele nao gostou da sua barba. 
— Vou tirar... — Então finalmente nosso pequeno resolveu abrir os olhos e eu quase chorei novamente.
— Os olhos são seus... — Negros como os meus.
— Oi meu amor... eu sou sua mamãe, e esse é o seu papai... a gente te ama muito...   — Ele só emitiu um gemido, querendo começar a chorar.
— Shhii... Não chora campeão....
—  Eu acho que ele tem fome, a enfermeira disse que voltaria pra me ajudar a amamentar ele, mas ela ta demorando.
— Eu vou chama-la.
Depois de me explicar muitas coisas sobre a amamentação, a enfermeira me ajudou a ficar numa posição confortável e me ensinou como segurar o bebê direitinho na hora de amamentar. Depois tudo aconteceu de uma forma tão natural, que parecia que tínhamos feito isso a vida toda. Só foi preciso colocar o peito perto da boca de Guilherme que ele já começou a sugar por instinto. É estranho e é lindo, é aliviante e muito bom. Poder ser tudo que seu filho precisa é um sentimento único, me senti únida a ele, a enfermeira nos deu privacidade. E William pegou sua câmera, tirando algumas fotos enquanto eu amamentava pela primeira vez. Com o pai que tem, o album do Guilherme vai ser recheado de fotos maravilhosas.
A noite foi tranquila, Guilherme dormiu nos braços de William logo após mamar. Eu estava faminta, então depois que me trouxeram comida, eu desmaiei.
— Dorme meu amor, eu cuido de vocês. — William disse me beijando. Foi a ultima coisa que ouvi, durante a noite Guilherme mamou mais uma vez, mas eu não lembro direito, estava meia dormindo e William que fez ele dormir novamente.
Quando acordei a primeira coisa que fiz foi olhar o berço, pra ter certeza que tudo não passou de um sonho, que eu ja tinha meu bebê, depois de confirmar. Olhei pro meu lindo marido, dormindo todo jogado na poltrona.
Não demorou pra uma enfermeira chegar com o café da manhã, então os Guilhermes  acordaram, o mais pequeno com muita fome, quando o deitei, ele já mexia o rosto procurando pelo peito. Novamente ficamos nos três, juntinhos, ele nos olhava de uma forma tão linda enquanto sugava, eu já estava completamente apaixonada por ele, por seu olhar doce, seu rostinho lindo, os cabelinhos dourados.
Depois a enfermeira disse que eu poderia tomar um banho, William se ofereceu pra me ajudar, mas Guilherme estava decidido a ser o centro das atenções do papai e não parava de chorar. Então a enfermeira me ajudou, eu senti vergonha, mas não havia outro jeito. Quando eu voltei para a cama, meu pequeno já havia parado de chorar e William estava sentado na poltrona brincando com ele.
Bateram na porta e logo abriram, era a mãe de William, e Isabel estava logo atrás.
— Com licença... Onmmww... — Me emocionou ver que a mãe do William foi direto no bebê, mas Isabel não, ela veio em mim e não hesitou como das outras vezes, me abraçou apertado, dizendo que estava feliz que eu estava bem, a voz era de choro e eu me senti tão amada.
— Foi tudo bem, como a senhora disse. — Susssurei. Ela sorriu, tocando meu rosto.
— Parabéns meu amor, você vai ser uma mãe maravilhosa.
— Obrigada. — Só então, ela foi ver o meu pequeno. Sorri vendo as duas avós corujas,  babando nele, dizendo como ele era lindo, perfeito, que tinha puxado o William, mas Isabel achava que era a mim.
Estava distraída com elas quando a porta se abriu novamente, e dessa vez não teve como evitar, as lágrimas vieram aos meus olhos sem controle, abracei Candinha com tanta força, com tanto amor, com tanta saudade, que demorei muito pra conseguir solta-la. Candinha enxugava o meu rosto e pedia pra mim não chorar mais, mas eu não conseguia parar...Eu chorava por tudo, por tudo que haviamos passado juntas, pelo amor que ela me deu, pela falta que ela faz, pela alegria de ter ela aqui comigo  nesse momento.
— Trás ele aqui pra Cândi ver... — Falei entre soluços. Era Camilla quem tinha ele nos braços e alcançou pra ela.
— Ele é tão lindo minha menina.
— É um gatinho. — Camilla disse sentando ao meu lado e me abraçando. — Parabéns, Bel. — Eu só afirmei, não consegui falar nada. — Chorona. — Deitei no ombro dela olhando Cândi brincar com ele.
— Ele é bem grandinho, pesou quanto?
— Eu nem lembro...
— Ele pesou dois kilos e quatrocentos e nasceu com 52 centímetros. — William falou.
— Sofreu muito Bel?
— Muito... Demorou umas cinco horas de parto.
— Lindo da madrinha, me devolve ele Cândi.
— Eu peguei ele agora.
— Mas eu havia acabado de roubar ele da Isabel e tive que dar pra você.
— Mal nasceu e as mulheres já estão loucas brigando por você campeão. — William brincou.
— Também né, três avós e uma madrinha. — Falei.
— Como eu sou a única madrinha acho que tenho prioridade.
— Não. — Candinha se negou a devolver ele pra Camilla. — Deixa ele aqui mais um pouquinho.
— E os avós? Estão aonde?
— La fora esperando, só deixam entrar duas visitas por vez. Não sei como vocês entraram. — A mãe do William falou olhando pra Camilla, que riu.
—  Eu e a Cândi burlamos o sistema, eu não me aguentei esperar. — A dona Lúcia mexeu a cabeça em desaprovação, mas ela sorria.
— Elas se enfiaram na nossa frente. —Camilla sussurou ao meu ouvido, louca como sempre, senti tanta falta disso.
— Já amamentou ele? — Isabel perguntou.
— Sim, três vezes já, ele pegou o peito fácil.
— Que bom, leite materno é saúde, ele vai crescer forte.
Guilherme ainda passou de colo em colo, antes delas se despedirem e dar lugar para os homens entrarem.
— Tchau, mãe, obrigada por vir. — Falei ao meu despedir de Isabel, senti ela um pouco quieta demais ao ver como eu chorei com  Candinha, não quero que ela se sinta mal, ou menos amada que Candi... Mesmo que eu não fale, eu amo as duas igual, mas a saudade de Candi era maior. Vi o brilho em seu olhar ao ser chamada de mãe, ela sorriu e me abraçou de novo, antes de ir.
Com os homens foi mais calmo, o pai do William se emocionou, mas Rafael e o Heriberto, só deram parabéns e disseram que era um bebê lindo.
Depois de tudo estávamos sozinhos de novo no quarto e William me abraçou de lado, enquanto eu segurava Guilherme.
— Família amorosa é pouco. Ele vai ter um turbilhão de amor em forma de família. — Sorri. Era tudo que eu sempre quis.

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Migalhas De AmorWhere stories live. Discover now